Ano 6 *** Buenos Aires ***
Edição 2001
Se
quando relatei acerca de nossa sexta-feira mendocina, referi que nas sucessivas
idas a vinícolas para degustações fizéramos uma ode a Baco, nesta segunda-feira
portenha fizemos um culto a Atena, a deusa sabedoria dos gregos.
A
degustação ontem foi de livros. Estivemos em duas excepcionais livrarias, mesmo
que houvesse várias outras que espiamos. Em ambas já estivéramos em outras
estadas aqui.
A
Paidos fruímos por quase três horas.
Muito boa música, poltronas estofadas e centenas de títulos a nos seduzir. Cada
um degustou mais de uma dezena de diferentes títulos de várias áreas. Algo
muito saboroso. Compramos alguns.
A
outra degustação foi na El Ateneo, Grand Splendid, que é um ícone de Buenos Aires. Quando estive a última
vez nela em novembro de 2010, recém fora distinguida como a segunda livraria
mais bonita do mundo de acordo do artigo do jornal britânico The Guardian. Precede à Livraria El Ateneo, a Boekhandel Selexyz em Maestricht na
Holanda, localizada em uma antiga igreja (inaugurada em dezembro de 2009), no
terceiro lugar esta a Livraria Lello
de Portugal. No quarto lugar a livraria “Secret
Headquarters Comic” em Los Angeles nos Estados Unidos; Borders de Glasgow na Escócia no 5ª lugar; Scarthin’s em Peak District em sexto lugar; Posada Bruselas em sétimo; El
lugar de la Mancha em México, oitava; Keibunsya
em Kyoto, nono lugar; e Hatchards em Londres
em décimo lugar. Não conheço nenhuma das outras nove.
El
Ateneo Grand Splendid, que já foi teatro, cinema e
hoje abriga uma das maiores livrarias da América Latina. O
Grand Splendid foi construído em 1919 pelo austríaco Max Glücksmann, que queria
fazer ali uma catedral das artes cênicas. A partir de 1924, concursos de tango
começaram a acontecer ali e, em 1926, o Grand Splendid passou a funcionar como
cinema, sendo um dos primeiros a exibir filmes sonorizados.
Devido à concorrência com as
grandes redes de cinema, porém, o teatro foi fechado e adquirido, em 2000, pela
cadeia de livrarias Yenni. O acordo foi criticado por alguns, que defendiam a
manutenção do cinema como tal, e elogiado por outros, que viam na livraria a
possibilidade de preservação do edifício.
A adaptação do espaço se manteve
fiel à estrutura do teatro. Só que fileiras de estantes substituem as de
poltronas. No subsolo, há seção de literatura infantil e, nos pisos superiores,
uma galeria de arte e uma seção de música clássica. A loja tem cerca de 100 mil
títulos de livros e 10 mil de CDs. No antigo palco, hoje um café, pode-se
folhear livros e ouvir música. Compramos mais alguns, ou seja, estamos levando
da Argentina bem mais livros que vinhos. Nem só de Malbeq se alimenta o
espírito.
Nesta terça-feira, para matar saudades,
a convite de meu amigo Enrique del Percio, ministro duas aulas, em dois cursos
de doutorado: uma no final da manhã em la
Universidad Nacional de Lomas de Zamora e outra no fim da tarde emla Facultad de Derecho de la Universidad de Buenos Aires.
Amanhã conto acerca do último dia
portenho. A melhor terça-feira para cada uma e cada um.
Caro Attico,
ResponderExcluirpara um amante dos livros, apenas a imagem da bela biblioteca já apraz. A tua descrição deleita-nos, na expectativa de podermos "degustar" de bons momentos a folhear livros em um local tão belo.
Obrigado por nos trazer mais esse destino.
Abraços,
Paulo Marcelo
Caro Chassot,
ResponderExcluirVocê é um turista definitivamente atípico. Suas visitas a bibliotecas dessa capital servem para ilustrar o que digo. Abraços, JAIR.
Oi professor,
ResponderExcluirAcompanhando e degustando da viagem de vocês em nossos vizinhos...
Abração