Ano 6 *** Buenos Aires *** Edição 2000
Esta é
uma edição de festejamento deste blogue, pois no cultuar números redondos,
atinge-se a edição 2000 nestes quase 5,5 anos.
Estou
mais uma vez em Buenos Aires. Se não me equivoco esta é a quinta vez aqui. A
primeira foi em 1987, ainda no pregélsico, acompanhando uma turma de um curso
de borracha, liderada pelo saudoso Prof. Edmundo Cidade da Rocha. Estive, em
outra vez, em um evento de História e Filosofia da Ciência na Universidade de Quilmes.
Vim duas vezes com a Gelsa; uma a passeio e outra em novembro de 2010, quando a
Argentina recém iniciava chorar a morte de Nestor Kirchner; então, ela e eu
tivemos falas na Universidade de Lanús.
Neste
domingo, em uma viagem de 80 min, chegamos, por ser um voo domestico, ao
Aeropark, que é um aeroporto na cidade. Nosso hotel e na Ricoleta, um bairro
central, próximo ao cemitério que dá nome ao bairro. Neste em outra oportunidade
visitamos a sepultura de Evita Perón.
Pois
é esta singular figura que preencheu de maneira muito densa nosso fim de tarde portenho.
Havíamos combinado nos encontrar com nossa querida amiga Ester Diaz no museu de
Evita. Foi muito nos encontrar com esta filósofa cuja companhia sempre nos
encanta e com quem muito aprendemos. Ainda há 10 dias trabalhei no Programa de
Pós-Graduação em Educação da URI Frederico Westphalen seu texto: Epistemologia ampliada. Assim, uma vez
mais fruir de sua sapiência foi um privilégio.
A
Ester foi nossa douta cicerone no Instituto Nacional de Investigaciones
Históricas Eva Perón - Museo Evita, criado em 23 de setembro de 1998, para
conhecermos um pouco mais de uma mulher que foi ímpar na historia da América
Latina no século 20: Evita Perón.
Atriz
e líder política argentina (7/MAI/1919-26/JUL/1952). Nasce em Los Toldos,
próximo a Buenos Aires, filha bastarda, em uma família pobre. Com 16 anos,
decide seguir a carreira artística e muda-se sozinha para a capital argentina.
Em 1937 estreia no cinema no filme Segundos
Afuera e, em seguida, é contratada para fazer radionovelas. Em 1944 conhece
Juan Domingo Perón, então vice-presidente da Argentina e ministro do Trabalho e
da Guerra.
No
ano seguinte, Perón é preso por militares descontentes com sua política,
voltada para a obtenção de benefícios para os trabalhadores. Evita, então
apenas a atriz Eva Duarte, organiza comícios populares que forçam as
autoridades a libertá-lo.
Pouco
depois se casa com Perón, que se elege presidente em 1946. Famosa por sua
elegância e seu carisma, Evita conquista para o peronismo o apoio da população
pobre, na maioria migrantes de origem rural a quem ela chamava de
"descamisados". Muitas conquistas sociais: voto feminino, creches,
redução de jornada de trabalho, leis sociais são resultado das ações de Evita.
Em
19 de junho, 1948 é formalmente constituída Fundación de Ayuda Social María Eva
Duarte de Perón, fornecendo estrutura organizacional para o trabalho que Evita vinha
desenvolvendo desde 1946. Criada com a finalidade de "satisfazer as
necessidades essenciais para uma vida digna das classes sociais mais
baixas", sua ação é especificada na criação de Lares Escolas, Lares de
anciões, Casa de Trânsito, Lar de Empregadas " General San Martín", as
Cidades Infantil y Estudantil, a Escola de Enfermeiras, o Trem Sanitário, as
Provedorias e Plano Agrário, assim como a organização dos Campeonatos Infantis e
Estudantis.
Morre
aos 33 anos, de câncer. Embalsamado, seu corpo fica exposto à visitação pública
até que, durante o golpe de Estado que derruba Perón em 1955, seus inimigos
políticos sequestram o cadáver e o ocultam durante 16 anos. Em 1971, o corpo é
devolvido por um oficial argentino ao ex-presidente em Madri, onde ele vive
exilado.
Perón
volta à Argentina em 1973 e é reeleito presidente, tendo a terceira mulher, Isabelita,
como vice. Após a morte de Perón, em 1974, Isabelita traz os despojos de Evita
para a Argentina e os sepulta em Buenos Aires.
Foi
uma tarde riquíssima, pois aprendemos muito. Agora já nos damos conta que,
depois de amanhã estaremos em Porto Alegre.
Bom retorno, preclaro amigo!
ResponderExcluirCaro Chassot,
ResponderExcluirSabe qual a vantagem de ter um intelectual antenado como você na capital portenha? É que as impressões de viagem não se resumem a restaurantes como "Siga la Vaca" ou a ruas de compras como "Calle Florida". Nós leitores temos uma visão mais engajada como essa da visita a Museu de Evita, o qual a maioria dos turistas brasileiros evita. Abraços e parabéns pela postagem, JAIR.
Mestre,
ResponderExcluirparabéns pelas 2000 blogadas!
Abraços, Guy.