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terça-feira, 19 de junho de 2012

19.- ECOLOGIA COM MÚSICA



Ano 6*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2148
Abro a edição desta terça-feira com agradecimentos pelas manifestações de carinho recebidas ontem pelo Dia do Químico celebrado em 18 de junho. Elas estiveram presentes aqui nos comentários e foram mais de duas dezenas no Facebook. Na aula de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para a Licenciatura em Música recebi o carinho dos alunos, referindo a data.
Tenho um agradecimento muito especial ao meu amigo Prof. Dr. Norberto da Cunha Garin, que no seu blogue diário tem uma coluna ‘efemérides’: ontem ao referir a data me nominou em destaque especial. Houve de alguns a manifestação de que eu, mesmo que colocasse que me transmutara em um professor de Ciências continuava com base na Química. A cada uma e cada um: muito obrigado.
Nestes dias de Rio+20 foi saboroso ler a crônica ‘Recado em prosa’ de Ruy Castro, jornalista e escritor, publicada na p. A-2 da Folha de S. Paulo. Ruy Castro é dos mais importantes pesquisadores da música brasileira. Com sua transcrição aqui se tece a edição de hoje a qual se adita o Box da Rio+20.
Recado em prosa’ Se estivesse vivo — e, nesse caso, estaria com 85 anos —, Tom Jobim teria sido recebido com clarins nos salões do Riocentro, na abertura da conferência Rio+20. Não por ser o autor de "Corcovado", "Chovendo na Roseira", "Águas de Março", "Borzeguim", "O Boto" e muitos outros sambas que celebram a conservação da natureza. Ou não apenas por isso. Mas por ser um porta-voz da ecologia, desde a época em que, no Brasil, essa palavra tinha de ser procurada no dicionário.
Placa em homenagem a Tom Jobim no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antonio Carlos Jobim ou Galeão.
Na maioria das entrevistas que concedeu, Tom sempre denunciou a destruição da mata e da fauna, a contaminação dos rios, lagoas e baías, o envenenamento do ar e a descaracterização das cidades pelo automóvel e pela política de terra arrasada da especulação imobiliária. Era quase uma ideia fixa, mais até do que a música -sobre a qual, aliás, pouco falava para jornalistas.
De repente, entre duas frases, Tom desfiava os nomes das diversas espécies de urubu. Ou se queixava: "Outro dia fui ao mato piar um inhambu, e o que saiu de trás da moita foi um Volkswagen". Ou, como num passeio que fiz com ele pelo Central Park, em Nova York, em 1989 -parecia saber identificar pelo nome cada passarinho americano. Mas a paixão pelo Brasil é que era sua seiva criativa: "Toda a minha obra é inspirada na mata atlântica".
Conto isso para contrastar com a brutalidade com que Tom era visto nas redações em que trabalhei, no Rio e em SP, durante os anos 70 e boa parte dos 80. Era visto como um chato. "Ih, lá vem de novo o Tom Jobim com aquela mania de ecologia." Ou, diante de minhas repetidas sugestões de uma entrevista com ele, para uma revista que se orgulhava de suas entrevistas: "Não! Tom Jobim é a coisa mais rançosa que existe!".
Ainda não percebíamos que ele estava dando em prosa o mesmo recado que dava nas canções.
Sexto dos sete temas pré-estabelecidos pela ONU para a RIO+20
6 Gestão sustentável dos oceanos Entre os problemas mais sérios estão a pesca predatória e destrutiva, a perda de biodiversidade e a extinção de espécies. Desafios que incluem a delimitação marítima, a aplicação de leis, a gestão integrada de oceanos e mares, a vulnerabilidade ambiental e os crimes no mar também estarão em pauta. Segundo Luis Felipe Nascimento, da UFRGS, haverá boa contribuição nos eventos paralelos.

3 comentários:

  1. Caro Chassot,
    junte-se à Jobim o nosso querido José Lutzenberger, também considerado um chato por insistir num tema que os meios que trabalhavam em defesa do "Santo Mercado" não queriam nem ver pintado de ouro. Foi por batalhadores assim que hoje estamos olhando para o planeta com outro olhar e ainda a tempo de preservar um mínimo capaz de manter a vida.

    Um abraço,

    Garin

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  2. Na realidade apesar do aspecto tacanho nestes comentários eventuais de Tom Jobim. ele se mostrava um eterno apaixonado, enamorado pela Gaia professorava o belo em suas canções, e como todo poeta estava imune e indiferente as críticas.

    Antonio Jorge

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  3. Caro Chassot,
    Pois é, todo dia a gente aprende... Desconhecia essa faceta do Tom Jobim, para mim ele era apena um grande compositor, agora o prestígio dele cresceu vários pontos no meu "prestigiômetro". Abraços e parabéns pela blogada, JAIR.

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