Ano
6*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2148
Abro a edição desta terça-feira
com agradecimentos pelas manifestações de carinho recebidas ontem pelo Dia do Químico celebrado em 18 de junho.
Elas estiveram presentes aqui nos comentários e foram mais de duas dezenas no
Facebook. Na aula de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para a
Licenciatura em Música recebi o carinho dos alunos, referindo a data.
Tenho um agradecimento muito
especial ao meu amigo Prof. Dr. Norberto da Cunha Garin, que no seu blogue
diário tem uma coluna ‘efemérides’: ontem ao referir a data me nominou em
destaque especial. Houve de alguns a manifestação de que eu, mesmo que
colocasse que me transmutara em um professor de Ciências continuava com base na
Química. A cada uma e cada um: muito
obrigado.
Nestes dias de Rio+20 foi
saboroso ler a crônica ‘Recado em prosa’ de
Ruy Castro, jornalista e escritor, publicada na p. A-2 da Folha de S. Paulo. Ruy
Castro é dos mais importantes pesquisadores da música brasileira. Com sua
transcrição aqui se tece a edição de hoje a qual se adita o Box da Rio+20.
‘Recado em prosa’ Se estivesse vivo — e, nesse caso, estaria com 85
anos —, Tom Jobim teria sido recebido com clarins nos salões do Riocentro, na
abertura da conferência Rio+20. Não por ser o autor de "Corcovado",
"Chovendo na Roseira", "Águas de Março", "Borzeguim",
"O Boto" e muitos outros sambas que celebram a conservação da
natureza. Ou não apenas por isso. Mas por ser um porta-voz da ecologia, desde a
época em que, no Brasil, essa palavra tinha de ser procurada no dicionário.
Placa em homenagem a Tom Jobim no Aeroporto Internacional do Rio de
Janeiro Antonio Carlos Jobim ou Galeão.
Na maioria das entrevistas que
concedeu, Tom sempre denunciou a destruição da mata e da fauna, a contaminação
dos rios, lagoas e baías, o envenenamento do ar e a descaracterização das
cidades pelo automóvel e pela política de terra arrasada da especulação
imobiliária. Era quase uma ideia fixa, mais até do que a música -sobre a qual,
aliás, pouco falava para jornalistas.
De repente, entre duas frases,
Tom desfiava os nomes das diversas espécies de urubu. Ou se queixava: "Outro
dia fui ao mato piar um inhambu, e o que saiu de trás da moita foi um
Volkswagen". Ou, como num passeio que fiz com ele pelo Central Park, em
Nova York, em 1989 -parecia saber identificar pelo nome cada passarinho
americano. Mas a paixão pelo Brasil é que era sua seiva criativa: "Toda a
minha obra é inspirada na mata atlântica".
Conto isso para contrastar com
a brutalidade com que Tom era visto nas redações em que trabalhei, no Rio e em
SP, durante os anos 70 e boa parte dos 80. Era visto como um chato. "Ih,
lá vem de novo o Tom Jobim com aquela mania de ecologia." Ou, diante de
minhas repetidas sugestões de uma entrevista com ele, para uma revista que se
orgulhava de suas entrevistas: "Não! Tom Jobim é a coisa mais rançosa que
existe!".
Ainda não percebíamos que ele
estava dando em prosa o mesmo recado que dava nas canções.
Sexto dos sete
temas pré-estabelecidos pela ONU para a RIO+20
6 Gestão sustentável dos oceanos Entre os problemas mais sérios estão a pesca
predatória e destrutiva, a perda de biodiversidade e a extinção de espécies.
Desafios que incluem a delimitação marítima, a aplicação de leis, a gestão
integrada de oceanos e mares, a vulnerabilidade ambiental e os crimes no mar
também estarão em pauta. Segundo Luis Felipe Nascimento, da UFRGS, haverá boa
contribuição nos eventos paralelos.
Caro Chassot,
ResponderExcluirjunte-se à Jobim o nosso querido José Lutzenberger, também considerado um chato por insistir num tema que os meios que trabalhavam em defesa do "Santo Mercado" não queriam nem ver pintado de ouro. Foi por batalhadores assim que hoje estamos olhando para o planeta com outro olhar e ainda a tempo de preservar um mínimo capaz de manter a vida.
Um abraço,
Garin
Na realidade apesar do aspecto tacanho nestes comentários eventuais de Tom Jobim. ele se mostrava um eterno apaixonado, enamorado pela Gaia professorava o belo em suas canções, e como todo poeta estava imune e indiferente as críticas.
ResponderExcluirAntonio Jorge
Caro Chassot,
ResponderExcluirPois é, todo dia a gente aprende... Desconhecia essa faceta do Tom Jobim, para mim ele era apena um grande compositor, agora o prestígio dele cresceu vários pontos no meu "prestigiômetro". Abraços e parabéns pela blogada, JAIR.