Ano 6***
UM PEDIDO PELAS CRIANÇAS SÍRIAS ***Edição 2130
A edição inaugural de junho tinha outro desenho. Esta
blogada deveria celebrar a abertura do mês da Rio+20. A proposta era detalhar
um pouco da proposta editorial do mês que será prenhe de discussões neste
blogue, que entre outras atrações prevê entrevista com a importante
ambientalista indiana Vanda Shiva.
Um assunto doloroso se interpõe:
os massacres na Síria. Este blogue adere, uma vez mais a uma campanha do Avaaz.
Para que não paire a acusação de ingenuidade na adesão, antes de adentrar no
tema, trago um preâmbulo.
A Avaaz.org é uma rede de ativistas para mobilização social global
através da Internet. Hoje, a Avaaz está presente em 15 idiomas (inclusive o
português) e coordena mobilizações em vários países.
No último mês de abril a organização coordenou uma mobilização que
conseguiu mais de 1,9 milhão de assinaturas pedindo o veto do código florestal.
Este blogue, então, aderiu àquela campanha que teve grande destaque na imprensa
nacional.
Alguns criticam que o foco do Avaaz em petições online e campanhas por correio
eletrônico podem encorajar a preguiça, transformando potencial ativismo em
"cliquetivismo", um ativismo preguiçoso e de "sentir-se bem',
mas sem engajamento real. Há, também, denúncias de super-arrecadações.
Conhecendo estes
alertas, tenho aderido às campanhas, quando me parecem meritórias, como esta de
hoje. Dolorosos massacres na Síria são realidades que não tomamos conhecimento
pelo Avaaz. Assim, catalisada por uma comovente carta de uma das líderes do movimento,
que está a seguir, se faz a edição que inaugura o período junino.
Caros
amigos,
essa foto
mostra os corpos sangrentos de dezenas de crianças inocentes, brutalmente
assassinadas pelo regime ditatorial sírio. Enquanto mãe, essas imagens são
quase insuportáveis, mas eu sei que não devo ignorá-las — e que podemos ajudar
a acabar com essa carnificina. Nossos governos estão decidindo o que fazer a
respeito disso nesse exato momento. Mas eles vão se contentar com a diplomacia
incipiente e insegura, a menos que demandemos uma ação firme. Assine a urgente
petição para enviar milhares de monitores da ONU para proteger o povo sírio em
todas as regiões do país.
As imagens
de Al Houla, na Síria, feitas na sexta-feira, 25 de maio, são brutais demais
para se olhar. Eu tenho uma filha de 5 anos e sei que somente a sorte de ter
nascido em outro lugar a separa deste horror. Mas o meu choque me levou a
escrever isso, pois eu acredito que todos nós podemos fazer algo juntos para
acabar com essas atrocidades.
Dezenas de
crianças jazem cobertas de sangue, seus rostos mostram o medo que elas tiveram
antes de morrer, e seus corpos inocentes sem vida revelam um massacre
indescritível. Essas crianças foram abatidas por homens que estavam sob ordens
estritas de espalhar o terror. E, mesmo assim, tudo o que os diplomatas conseguiram
fazer até agora foi enviar alguns monitores da ONU para 'observar' a violência.
Agora, os governos em todo o mundo estão expulsando os embaixadores sírios, mas
a menos que demandemos uma forte ação no local, eles irão se satisfazer com
essas medidas diplomáticas ineficientes.
A ONU está
discutindo o que fazer nesse exato momento. Se houvesse uma ampla presença
internacional em toda a Síria, com um mandado para proteger os civis,
poderíamos prevenir os piores massacres ao mesmo tempo em que os nossos líderes
se engajariam em esforços políticos para resolver o conflito. Não suporto ver
mais imagens como aquela sem ter vontade de gritar para toda a cidade ouvir.
Mas para impedir a violência, vai ser preciso que todos nós, em uma única voz,
exijamos proteção para essas crianças e suas famílias. Clique (ou copie) para
exigir a ação imediata da ONU e envie essa mensagem para todos:
A morte de
uma criança é trágica em qualquer circunstância. A ONU diz que 108 pessoas
foram mortas neste ataque violento, 49 eram crianças com menos de 10 anos de
idade, e a mais jovem era uma garota de 2 anos. 90% da população de Al Houla
fugiu de suas casas. Enquanto eu colocava minha filha para dormir ontem à
noite, eu tentei imaginar o que as mães, os pais, e os avós dessas crianças
sentiram. A simples dor e desespero são inimagináveis, mas também há uma
profunda ira e aversão a aqueles que fizeram isso. Até que todos nós ajudemos a
parar esses ataques sendo feitos ao povo da Síria, o ciclo de violência não
acabará.
Não vamos
esquecer — esse banho de sangue começou há mais de 1 ano com milhares de
pessoas protestando pacificamente nas ruas — pedindo, como seus irmãos e irmãs
em toda a região, por liberdade e democracia. Mas o regime ditatorial respondeu
com brutalidade e violência — assassinato, tortura, sequestros e cercos à
cidades inteiras. A comunidade internacional não interveio, deixando suas
preocupações geopolíticas obstruírem nossa responsabilidade de proteger. Então,
sob desespero para proteger suas famílias e contra-atacar a repressão, alguns
empunharam armas. Agora isso tudo se tornou um conflito armado — e se o mundo
continuar a não fazer nada, o caso sírio vai virar uma guerra aberta sectária
que pode durar gerações e gerar o tipo de ataques terroristas que ainda temos
que imaginar em nossos piores pesadelos.
Quando
dezenas de crianças são assassinadas a sangue frio pelo exército e suas
milícias, é chegada a hora para uma ação séria. Assad, seus capangas e seu
exército assassino devem ser responsabilizados e o povo da Síria protegido.
Nada que a comunidade internacional fez até agora conseguiu remover Assad do
controle sobre o poder. Os poucos monitores da ONU que foram ao local não
tinham poder para impedir as mortes de Al Houla -- eles somente serviram para
contar os pequenos corpos. Mas se enviarmos centenas de monitores para cada uma
das 14 regiões da Síria, os assassinos de Assad vão pensar duas vezes.
O mundo
virou as costas para Srebrenica e Ruanda. Se todos nós respondermos a isso
hoje, podemos garantir que a morte trágica dessas crianças seja o limite para
que todos nós digamos "BASTA!". Mas se virarmos nossas costas, o
mesmo farão nossos líderes. Vamos juntar vozes de todos os cantos do planeta e
fazer com que seja impossível que nossos líderes ignorem nosso pedido. Em
respeito a essas queridas crianças e suas famílias, clique para se juntar ao
chamado global para exigir uma presença maciça da ONU na Síria agora!
A
comunidade da Avaaz já apoia o povo sírio há 15 meses, denunciando o regime
ditatorial sírio, pedindo sanções, apoiando comunidades espalhadas pelo país
com ajuda humanitária, e dando equipamentos para jornalistas cidadãos poderem
trazer para o restante do mundo informações sobre a violência. Hoje, vamos
fazer do massacre de Al Houla o momento para mudança e insistir que nossos
governos parem de concordar balançando suas cabeças e virando suas costas.
Com grande
tristeza e determinação,
Alice e
toda a equipe da Avaaz
Caro Attico,
ResponderExcluirvamos fazer o que nos cabe no momento,democracia já para todos seres humanos.
Que todo homem/mulher seja livre e tenha seus direitos garantidos. Abaixo há ditadura urgente!!!
Caro Chassot,
ResponderExcluirconhecendo-te, sei que não se trata de um "cliquetivista", muito pelo contrário, tens sempre uma postura séria e comprometida com as causas sociais que ressaltam os direitos humanos e que és criterioso nas campanhas que promoves. Já aderi à campanha pelas crianças da Síria.
Um abraço,
Garin
Caro Chassot,
ResponderExcluirEssa quase guerra intestina síria demonstra com clareza que a chamada guerra fria não acabou com o fim do comunismo no leste europeu. Quem fornece armas ao furioso e assassino ditador Assad, são as potências Rússia e China. Infere-se, naturalmente, que os opositores são armados pelas nações ocidentais, então, a polarização política Leste versus Oeste continua existindo e quem sofre é o povo sírio que, como o marisco proverbial entre o mar e a rocha, está entre os senhores da guerra que, sob disfarce, continuam querendo dominar o mundo. Parabéns pela postagem e vou aderir ao chamado da Avaaz. Abraços antibelicistas, JAIR.