Ano
6*** Frederico Westphalen/Porto Alegre ***Edição 2145
Esta edição entra em circulação quando deixei
Frederico Westphalen, cerca de meia hora, depois de participar do VII Simpósio
Nacional de Educação e do I Colóquio Internacional de Políticas Educacionais e
Formação de Professores, na URI. Rumo, agora, a Porto Alegre, aonde chego a
tempo para participar do final do VI SEMINÁRIO DE PESQUISA e III SEMINÁRIO DA
PÓS-GRADUAÇÃO no IPA. Mantem-se uma tradição de mais de quatro anos deste
blogue: sábados é dia de dica de leitura.
Ao anoitecer deste sábado Gelsa e eu recebemos
filhas, filhos, genros e noras com os nossos netos para uma festa junina.
Estamos felizes na expectativa na curtição da chegada deste momento.
Duas justificativas para trazer hoje a dica Cartas a Nelson Algren: um amor
transatlântico, 1947-1964 que reúne mais de três centenas de lindas cartas
de amor escritas por uma das maiores intelectuais do século 20,
contextualizadas em um panorama de quase duas décadas de história das artes, da
política e do existencialismo, sacada de meu banco de resenhas: uma a as atividades deste junho que me
impendem de trazer leitura mais recente; outra,
uma ressonância do dia dos namorados vivido esta semana, que justifica trazer
um dos mais lindos livros de amor dentre os que eu li.
BEAUVOIR,
Simone de. Cartas a Nelson Algren: um amor transatlântico, 1947-1964. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2000. 557 p. [Tradução do inglês e comentado por: Sylvie Le Bom de
Beauvoir. Tradução e edição do francês Letres à Nelson Algren para o português:
Márcia Neves Teixeira e Antônio Carlos Austregesiylo de Athayde] ISBN
85-209-1065-7.
Simone de Beauvoir
(1909-1986), muito provavelmente uma das maiores intelectuais do século 20, foi
importante escritora que apontou
caminhos que anteciparam e municiaram o feminismo. Um de seus livros mais
famosos - O segundo sexo (1949) - no qual disseca, com acuidade, a condição feminina
foi um dos catalisadores destas ações.
Um amor transatlântico se inicia em 1947, quando Simone de Beauvoir, em viagem aos Estados
Unidos, foi apresentada a um escritor estadunidense, então quase desconhecido
Nelson Algren (1908-1981), surgindo então uma muito linda história de amor que
passamos a conhecer com detalhes por 304 cartas escritas durante 17 anos 1947-1964. Algren se torna famoso
especialmente pelo livro “O homem do
braço de ouro” (1949), que originou o filme homônimo com Frank Sinatra. Até pouco antes de morrer, Simone vinha trabalhando na organização e
tradução das cartas - escritas em inglês, pois Algren não lia francês - ao lado
da sobrinha, Sylvie Le Bon de Beauvoir, que é apresentadora e a tradutora (para
o francês) da obra.
A fruição da leitura destas cartas nos envolve em
uma apaixonada história de amor e nos oferece um contexto muito rico, onde se
aprende acerca da história da humanidade imediatamente ao pós-guerra,
acompanhando o companheirismo de Simone com seu guru maior Jean-Paul Sartre e
suas propostas filosóficas, matizada no cenário da literatura, do cinema e da
política de então, especialmente na polarização entre capitalismo e comunismo.
É nesse período que Simone escreve pelo menos três dos seus livros mais
importantes: O segundo sexo, Os mandarins
e Memórias de uma moça bem comportada e nestas criações podemos acompanhar
as discussões que ela estabelece particularmente com Sartre, então no auge de
sua produção e também nos inteiramos da disciplina intelectual que uma e outro
se impõem como escritores.
Como as Cartas a Nelson: um amor transatlântico são
escritas de diferentes países, praticamente de toda Europa, do norte da África,
da Ásia, e mesmo do Brasil (Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Manaus...) somos
levados a viajar com Simone em distintas geografias, que nos são descritas com
a perspicácia de uma mulher sábia. E essa é mais uma razão para recomendar
entusiasmado este livro aqui neste blogue.
Terceiro dos temas pré-estabelecidos pela ONU para a RIO+20
3 Cidades sustentáveis Encontrar tecnologias sociais de
participação que envolvam os cidadãos a ter uma visão integrada no espaço
urbano. Segundo o geólogo e doutor na área de Ecologia de Paisagem Rualdo
Menegat, essa é uma mudança que passa pela gestão cultural das cidades. A
redução da “pegada ecológica” é outro ponto que deve ser destaque, o que
significa baixar o consumo e diminuir o lixo.
Caro Chassot,
ResponderExcluirsem dúvida, ler Simone de Beauvoir, mesmo sendo cartas de amor, é um exercício intelectual importante. Ela, juntamente com Sartre compõem uma das mais importantes influências no pensamento existencialista contemporâneo.
Um abraço,
Garin
Caro Chassot,
ResponderExcluirNo devido tempo, quando eu, ainda muito novo, buscava num amplo leque de leituras, uma identidade de leitor e o que realmente me interessava no vasto mundo literário, li com grande prazer Simone de Beauvoir. Portanto, acho que essa dica de hoje me oferece mais um galho na minha árvore literária. Bom fim de semana, JAIR.
Prezado mestre Chassot no meu entender muito embora o estruturalismo de Foucault tenha trazido uma realidade mais prática as coisas, o existencialismo era mais rico na sua inocente beleza. Porém alem da petulância do cometário com tão sábia personalidade, gostaria de fazer um aporte. Estava eu "devorando" seu recem chegado livro, quando li uma pequena passagem na introdução da segunda edição na qual o mestre faz uma menção profética a vinda da pequena Maria Clara. " quando o outono chegar, serei presenteado com a Maria Clara, que, seguindo a garra de sua bisavó e minha mãe, de quem leva o nome, será também uma mulher desses sonhados novos tempos...".
ResponderExcluirCertamente "garra" é o que não falta na pequena, haja visto suas peripécias. Desculpem todos se o comentario não parecer afeto ao tema mas não poderia deixar de registrar a observação.
Perdão esqueci de me identificar no comentário acima.
ResponderExcluirAntonio Jorge
eterno aprendiz