Na
edição da última segunda-feira, referi a obra ‘Livros que revolucionaram o mundo’. Cumpro hoje o acenado então e
faço do mesmo a dica sabática, daquele que já é o último de janeiro, deste dito
(¿ainda?) ano novo de 2013.
DOWNS, Robert B. Livros que revolucionaram o mundo [Original
estadunidense: Books That Changed The World Books. Tradução de Lino Vallandro] Com notas bibliográficas e índice alfabético e
remissivo. Porto Alegre:
Globo, 1977. 248 p. Brochura 210x138x18mm ISBN: não disponível. (Encontrável em
vários sebos virtuais, com preços muito variáveis).
Robert Bingham
Downs (25 de maio de 1903 - 24 de fevereiro de 1991) foi um prolífico escritor
e livreiro estadunidense. Downs era um advogado batalhador na defesa da liberdade
intelectual. Ele passou a maior parte de sua carreira trabalhando fazendo
oposição à censura literária.
Anualmente, é
concedido o Prêmio Robert B. Downs pela Liberdade
Intelectual que reconhece indivíduos ou grupos que promovem a causa da
liberdade intelectual, sobretudo no que isso impacta as bibliotecas e centros
de informação e divulgação de ideias. Concedido àqueles que têm resistido
censura ou esforços para abreviar a liberdade dos indivíduos para ler ou ver
materiais de sua escolha.
Nele são
apresentados 16 livros que trouxeram ideias tão vitais e candentes de autores que
tiveram o poderoso impacto na história da civilização (ocidental). Na obra
estão divididos em dois grupos:
a) o mundo do homem, com 10 livros;
b) o mundo da ciência com 6 livros.
Eis uma
apresentação dos 16 títulos destacados por Downs, na ordem que são
apresentados:
1) O Príncipe, Nicolau Maquiavel — a
anatomia política do poder.
2) Senso Comum, Thomas Paine — o agitador
americano.
3) A Riqueza das Nações, Adam Smith — o
santo padroeiro da livre empresa.
4) Ensaio sobre o Princípio População,
Thomas Malthus — bocas demais a alimentar.
5) Desobediência Civil, Henry David Thoreau
— indivíduo versus Estado.
6) A cabana do Pai Tomás, Harriet Beecher
Stowe — a paladina dos humildes.
7) Das Kapital, Karl Marx — o Profeta do
proletariado.
8)
A Influência do Poder Marítimo sobre a
História, Alfred T. Mahan — Leviatã
contra elefante,
9)
O Pivô Geográfico da História, Sir
Halford J. Mackinder — Terra-Núcleo e Ilha Mundo.
10) Mein Kampf, Adolf Hitler — Um caso de megalomania.
Agora, os seis
do mundo da ciência:
11) De Revolutionibus Orbium Colelestium, Nicolau
Copérnico — a Revolução celeste.
12) De Motu Cordis, William Harvey — a
Aurora da Medicina científica.
13) Principia Mathematica, Sir Issac Newton —
o sistema do Mundo.
14) A Origem das Espécies, Charles Darwin — a sobrevivência dos mais aptos.
15) A interpretação dos sonhos, Sigmund
Freud — O Psicólogo do inconsciente.
16) Relatividade, Teorias Especial e Geral, Albert
Einstein — O padrinho da era atômico.
A leitura
destes 16 títulos e 16 autores permite inferir que sumarento é o texto de
Robert B. Downs e quanto este livro foi importante para mim quando escrevi A ciência através dos tempos. Com
entusiasmada recomendação neste sábado, permito-me acrescentar que releio
alguns dos 16 capítulos nestes dias de férias.
Attico amigo,
ResponderExcluiré assaz perigoso, na minha humilde opinião, certas leituras sem o devido amadurecimento e sólido senso de moral. Digo isso pois, aos 23 anos de idade, li Minha Luta. Minha base moral já estava praticamente fixada, contudo, não conseguia parar de pensar em como aqueles escritos poderiam se tornar letais em mentes influenciáveis. As ideias de Hitler sobre, por exemplo, a morosidade e ineficiência do funcionalismo público, já naquela época, eram plausíveis. Além das críticas que fazia ao sitema educacional, propondo soluções resolutas.
Pena sua megalomania e seus ideais místicos falarem mais alto, seguido da gana pela raça pura que se tornou um dos motivos do imenso massacre nos campos de concentração.
Uma opinião pálida de um singelo leitor e professor de matemática: eu incluiria o livro O Mal-estar na civilização, de Freud.
Muita paz!
Ola Chassot
ResponderExcluirÉ interessante tomar conhecimento desta obras literarias que influenciaram as teorias e pensamentos mundo a fora. Não imaginava que o Mein Kampf estivesse listado, mas realmente acredito piamente pelo que se observa hoje em dia, que muita gente pode ter adquirido nele o ideal de suas vidas, essencialmente a classe política e alguns empresários.
Abraço e bom FINDI - JB
Caro Chassot,
ResponderExcluirComo leitor fico um pouco envergonhado de confessar que dos 16 títulos listados li apenas sete. Mas fora isso, fico surpreso em encontrar Mein Kampf de Adolf Hitler na lista. Essa obra nem sequer foi muito lida na própria Alemanha no tempo do nazismo, embora fosse presente obrigatório nos casamentos promovidos na época. Existiam milhões de exemplares nas prateleiras das casas e nas bibliotecas particulares e públicas como um jeito de dizer que os proprietários não eram contra o regime, mas ler mesmo ninguém o fazia, pelo que consta. Além disso, a temática era radical e mal amparada em fatos ou teorias conhecidas, além de conter diatribes e grosserias expelidas como diarreia nos seus parágrafos longos e mal escritos. Sinceramente, não acredito que esse livro possa ser considerado importante por qualquer ângulo que se analise. Tenho lido centenas de livros sobre Hitler, nazismo, guerra e genocídio, e não encontrei nenhum autor (mesmo nazista ou neonazista) que atribua ao livro alguma importância ideológica, doutrinária ou política, pelo visto era apenas um vazadouro da mente poluída do autor e que não teve influência no que se seguiu. Se houve "lavagem cerebral" dos alemães à época, foi através da maciça propaganda promovida pelos jornais e rádios do partido nazista, e pelos discursos destemperados de seus líderes, especialmente Hitler. Lamento discordar de meu amigo Cristiano, mas Mein Kampf não contém nada que se aproveite, é um monte eca. Abraços, JAIR.
Limerique
ResponderExcluirSem dúvida, livros essenciais são
Pois construíram a civilização
Eles divulgam ideias
Como uma epopéia
Entre as maiores criações estão.
Limerique
ResponderExcluirPorquanto bons livros registram ideias
Mas outros aos leitores dão cefaleia
Minha Luta, no entanto
Só contem desencanto
Temas ruins vazados em verborreia.
Limerique
ResponderExcluirDe bons livros todo mundo gosta
Livros sérios que trazem resposta
Má há outros daqueles
Bem estaríamos sem eles
Como Minha Luta que só tem bosta.
Ainda que tardio, lembro aos amigos, em especial ao nosso poeta Jair, que interpretei no comentário do jovem Cristiano que alguns pela pouca experiência de vida se deixem impressionar na nefasta leitura. É inegavel como o poder seduz e atrai. Michel Foucault em Microfísica do Poder, e posteriormente em Vigiar e Punir descreve de forma brilhante este inebriante poder. Recentemente vimos este fenômeno migrar momentaneamente em nossas favelas,. batizadas singelamente de comunidades, aonde as crianças deixaram de ovacionar os traficantes e passaram a adorar o Bope após o filme Tropa de Elite. Oportuna a referência lembrada da obrigatoriedade da bíblia nazista nas estantes das casas.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge