Uma blogada já
no quarto dia do ano, parece que nos vai aos colocando no ritmo cotidiano, já
fazendo remotas as celebrações da virada. O dia de ontem teve duas marcas que se
fazem válidas para gerar a edição da primeira sexta-feira do ano.
A primeira foi
a palestra, onde por mais de duas horas falei para um atendo auditório de mais
de uma centena de professoras e professores do Colégio Metodista Americano. Os aplausos
intensos e continuados e as várias manifestações de colegas, das diferentes
áreas traduz o quanto a fala foi apreciada. Trago como endosso a manifestação
colocada no Facebook por Fábio Pinto, envolvido com proposta de doutorado: Mestre Chassot, sou aquele professor de
literatura do Americano que o importunou hoje, depois de sua palestra. Espero
que possamos nos reunir e conversar em breve: sua fala me levou a vários
'insights' e, principal e felizmente, me encheu de dúvidas. Vamos conversando
e, espero, chegará o momento de nos encontrarmos ao vivo. Grande abraço e, mais
uma vez, obrigado pela palestra. Fabio B. Pinto.
A segunda
marca da quinta-feira me faz trazer algo que já assuntei, aqui, em maio de
2010. Mais uma vez tive contratar exterminadores de seres vivos. Sou vítima
continuada de cupins. Se pudesse mostrar a transformação de uma revista em
folhas rendilhadas, certamente meus leitores me absolveriam das mortes que fiz
praticar em defesa dos bens materiais mais preciosos que tenho. Assim ante um
tribunal vou evocar a legítima defesa de meus livros — mais preciosos que esses
vândalos que põem risco o que mais prezo de meu patrimônio (a foto é de uma das
minhas estantes).
Aprendo sobre
cupins na Wikipédia: cupim (no Brasil), térmite ou térmita (em Portugal),
muchém (em Moçambique) ou salalé (em Angola), ou ainda, formiga-branca [em
espanhol: termitas, termes, turiros ou comejenes y também hormigas blancas], é
um inseto eussocial da ordem Isoptera [Isos, igual e ptera, asas = asas
iguais], do qual existem cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo.
Mas vejam que estes cupins vivem a
eussociabilidade. O termo eussocial é conferido aos animais que apresentam as
sociedades mais complexas, ou seja, aqueles que compartilham três
características: uma sobreposição de gerações em um mesmo ninho, o cuidado
cooperativo com a prole, e uma divisão de tarefas (reprodutores e operárias).
Como exemplo, podem ser citados as formigas, abelhas, vespas, cupins e o
rato-toupeira-pelado, um roedor africano. Entendo porque me pesa essa guerra
difícil contra seres tão organizados.
Todos os
cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma
colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha (na foto),
que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo
o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis
pela defesa da colônia.
Existem também
reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos
sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem
substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande
número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem
operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas
(pseudo-operários) que retêm a capacidade de se transformar em alados ou
soldados.
Existem também
cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes
neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três
tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente
tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.
A dispersão e
fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano,
coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de
alados (chamados popularmente de siriris ou aleluias), dos quais alguns poucos
conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.
Os cupins são
mais conhecidos por sua importância econômica como pragas de madeira e de
outros materiais celulósicos, ou ainda pragas agrícolas, entretanto, apenas
cerca de 10% das espécies conhecidas de cupins estão registradas como tal.
Em número de
espécies, a ordem Isoptera deve ser considerada intermediária entre os insetos,
já em termos de biomassa e abundância, os cupins apresentam enorme
significância e podem ser comparados às formigas, minhocas, mamíferos
herbívoros das savanas africanas ou seres humanos, por exemplo, e estão entre
os mais abundantes invertebrados de solo de ecossistemas tropicais. Esta grande
abundância dos cupins nos ecossistemas, aliada à existência de diferentes
simbiontes, confere a estes insetos a possibilidade de desempenhar papéis como
o de "super decompositores" e auxiliares no balanço
Carbono-Nitrogênio.
É fácil
imaginar meus transtornos nessa quinta-feira, de palestra no Americano. Não
desejo visitação de um casal de cupim fundante de uma nova colônia para
ninguém. Mas uma excelente quinta-feira, e anuncio uma dica de leitura sabática
supimpa para amanhã: A Mãe dos fiéis,
que acenei aqui em dias passados.
"Enfrentei durante um ano uma colônia de cupins-de-terra que ameaçava atacar meus livros e durante meses outra colônia que ameaçava a sala da robótica. Enfim, ambas foram vencidas."
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirUma casa infestada de cupim
Para livros, coisa não há tão ruim
O mestre em apuros
No seu intra muros
Se não exterminá-los será o fim.
Limerique
ResponderExcluirUma comunidade eussocial
Comendo livros e coisa e tal
Êmula do professor
Que a vê com horror
Então, se não combatê-la, babau.
Limerique
ResponderExcluirEles vão corroendo aos pouquinhos
E habitam em nichos nos cantinhos
Comem os livros do professor
Não inspiram afeição e amor
E atacam os móveis dos vizinhos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirDevora patrimônio tal inseto
Se vacilar, do assoalho ao teto
Não possui piedade
Ataca a sociedade
Costuma fazer trabalho completo.
Limerique
ResponderExcluirSão insetos comedores de madeira
Livrar-se deles não existe maneira
Vivem a tripa forra
Mate-os ou corra
Ou lhe devoram a morada inteira.
Limerique
ResponderExcluirBicho danado devora de montão
Esse inseto um pouco trapalhão
Pois costuma devorar
Madeira, seu próprio lar
De alguma forma suscita atenção.
Limerique
ResponderExcluirCupins vivem eussociabilidade
De vagar vão comendo a cidade
Um dia, se Deus quiser
Não restará um sequer
Esta nossa esperança na verdade.
Limerique
ResponderExcluirCupins são vírus da civilização
Invadem casas e entram em ação
Comem até livros
Que os mantêm vivos
Destrutivos e malvados eles são.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirDizia Miguel de Cervantes Savedra
Alguma ideia sobre cupins medra
Quer seus textos preservar?
Não se deixe enganar
Publique livros somente em pedra.
Minha biblioteca, a qual grande parte herdei de minha mãe, resistiu a duas infestações de cupins as quais consegui controlar com detetizadores especializados. Porém acabou soçobrando ao ataque fulminante da minha esposa que baniu meus livros empoeirados. Vingança dos espíritos dos cupins.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge