Porto Alegre Ano 5 # 1466
O domingo dedicado a celebrar no Brasil o dia dos pais é plúmbeo, mesmo que as previsões meteorológicas anunciem sol. Agora é difícil de crer em um acerto. Em Portugal sei ser esta comemoração no domingo entorno ao dia da festa de são José, 19 de março. Entre nós agosto era desprovido de uma atração para o comércio.
Na gélida noite de quinta-feira, quando voltava do Centro Universitário Metodista - IPA, o motorista de táxi atendeu ao celular. Conversou um pouco. Disse-me muito alegre: “Era o meu pai!”. Talvez uma sinalização para conversarmos. Quedei-me silente, depois de um tempo, para parecer educado e mostrei-me dentro do clima da noite, fiz um comentário acerca das expectativas de barulhenta partida de futebol que logo começaria. Eu amargava uma saudade, catalisada pela informação que recém recebera. Pensei. Pensei mais longe. Não recordo se uma vez pude dizer, depois de um telefonema: “Era o meu pai!”. Enquanto ele era vivo, tempo que já se faz distante há quase um quarto de século, não existia telefone celular e telefone fixo, na fazia muito que havia na casa de meus pais.
Meus filhos terão evocações diferentes, ditadas por novas tecnologias. Falamos telefone, teclamos no skipe, procuramos almoçar juntos a cada sexta-feira, estamos bastante próximos. Hoje a Gelsa e eu receberemos na Morada dos Afagos filhos, filhas, genros, noras e netos. Vamos fazer churrasco. Certamente lembrarei muito dos churrascos de meu pai. Ela sabia ser generoso no receber. Esmerava-se no apresentar, dentro de sua simplicidade, o melhor.
Na curtição de minha saudade, vou repetir aqui uma vez mais, aquilo que me parece o que é mais bonito que escrevi de meu pai. Está na abertura das 24 edições de A Ciência através dos tempos.
Para Afonso Oscar Chassot (1906-1987), meu pai,
que, mesmo nunca tendo visto seu nome
impresso em um livro ou jornal, muito me ensinou:
a gostar de ouvir notícias,
instrumental importante para conhecer e entender a história,
e
a vibrar com a profissão,
marceneiro hábil que era, trabalhando a madeira com amor.
Para ele, este livro e estes versos,
adaptados da poeta Hannah Szenes (1921-1944):
Bendito o fósforo que ardeu e acendeu a fogueira!
Bendita a labareda que ardeu no âmago do coração!
Bendito o coração que soube parar com honra!
Quando penso que ele não chegou a ler isto, pois a primeira edição é de 1994, consola-me meu amigo Ricardo Gauche da UnB: ‘Cada vez que alguém lê isso – [e já beiram a 100 mil os exemplares deste livro] – ele onde estiver se alegra com a homenagem’. Há 4 anos fizemos uma memorável festa do centenário de nascimento dele. O relato de então e também o texto preparatório: “Naquele tempo existia um homem. Ele existiu e existe, pois narramos sua história.” estão em wwwatticochassot.com.br
Um bom dia dos a todos como filhas e filhos e muitos como pais.
O domingo dedicado a celebrar no Brasil o dia dos pais é plúmbeo, mesmo que as previsões meteorológicas anunciem sol. Agora é difícil de crer em um acerto. Em Portugal sei ser esta comemoração no domingo entorno ao dia da festa de são José, 19 de março. Entre nós agosto era desprovido de uma atração para o comércio.
Na gélida noite de quinta-feira, quando voltava do Centro Universitário Metodista - IPA, o motorista de táxi atendeu ao celular. Conversou um pouco. Disse-me muito alegre: “Era o meu pai!”. Talvez uma sinalização para conversarmos. Quedei-me silente, depois de um tempo, para parecer educado e mostrei-me dentro do clima da noite, fiz um comentário acerca das expectativas de barulhenta partida de futebol que logo começaria. Eu amargava uma saudade, catalisada pela informação que recém recebera. Pensei. Pensei mais longe. Não recordo se uma vez pude dizer, depois de um telefonema: “Era o meu pai!”. Enquanto ele era vivo, tempo que já se faz distante há quase um quarto de século, não existia telefone celular e telefone fixo, na fazia muito que havia na casa de meus pais.
Meus filhos terão evocações diferentes, ditadas por novas tecnologias. Falamos telefone, teclamos no skipe, procuramos almoçar juntos a cada sexta-feira, estamos bastante próximos. Hoje a Gelsa e eu receberemos na Morada dos Afagos filhos, filhas, genros, noras e netos. Vamos fazer churrasco. Certamente lembrarei muito dos churrascos de meu pai. Ela sabia ser generoso no receber. Esmerava-se no apresentar, dentro de sua simplicidade, o melhor.
Na curtição de minha saudade, vou repetir aqui uma vez mais, aquilo que me parece o que é mais bonito que escrevi de meu pai. Está na abertura das 24 edições de A Ciência através dos tempos.
Para Afonso Oscar Chassot (1906-1987), meu pai,
que, mesmo nunca tendo visto seu nome
impresso em um livro ou jornal, muito me ensinou:
a gostar de ouvir notícias,
instrumental importante para conhecer e entender a história,
e
a vibrar com a profissão,
marceneiro hábil que era, trabalhando a madeira com amor.
Para ele, este livro e estes versos,
adaptados da poeta Hannah Szenes (1921-1944):
Bendito o fósforo que ardeu e acendeu a fogueira!
Bendita a labareda que ardeu no âmago do coração!
Bendito o coração que soube parar com honra!
Quando penso que ele não chegou a ler isto, pois a primeira edição é de 1994, consola-me meu amigo Ricardo Gauche da UnB: ‘Cada vez que alguém lê isso – [e já beiram a 100 mil os exemplares deste livro] – ele onde estiver se alegra com a homenagem’. Há 4 anos fizemos uma memorável festa do centenário de nascimento dele. O relato de então e também o texto preparatório: “Naquele tempo existia um homem. Ele existiu e existe, pois narramos sua história.” estão em wwwatticochassot.com.br
Um bom dia dos a todos como filhas e filhos e muitos como pais.
Professor, professor....
ResponderExcluirPasso aqui para ser o primeiro a deixar um comentário sobre o dia dos pais. Como sempre: o senhor é genial naquilo que escreve. Muito bonito e ao mesmo tempo triste, sem amarguras...
Quando meu pai faleceu eu tinha 3 anos de idade, e este dia eu sempre dedico a minha mãe, que se desdobrou em muitas para dar conta desta função também. É, o dia dos pais eu dedico sempre a minha mãe.
Mas hoje dou um pulo aqui para desejar um feliz dia dos pais para o senhor também.
Deixo aí um verso que meus alunos da 2a série (3o ano) escreveram para o dia do pais (eles fizeram versos e nós montamos um pequeno teatro que foi apresentado ontem): "Se os lápis fossem pais, seria pai da escrita, porque com letras se escreve pai(z) *trocadilho com pai e paz* e em seguida se escreve amor"....
Por hoje é isso professor,
Bom dia dos pais
Querido Profesor Chassot,
ResponderExcluirMás una diferencia en las fechas, acá el día de los padres ya fue celebrado en Junio. Sin embargo, no puedo menos que desearle un lindo día, ¡felicidades!
Olá querido professor!
ResponderExcluirParabéns pelo dia dos pais!
Muita saúde e alegrias.
E Parabéns mais uma vez pelo aniversário do blog.
Abraços,
Maria Helena
Bom dia Professor!
ResponderExcluirUm abençoado Dia dos Pais ao senhor, Mestre!!
Que linda homenagem ao teu pai!^^!
.
p.s.: Eu tenho a primeira edição do livro!hehehe!!
.
Abraços!E que seu domingo seja realmente calmo, brando, e cheio dos teus ao teu redor!
Feliz Dia dos Pais!!
Mestre Chassot!
ResponderExcluirLinda a homenagem prestada ao teu pai. Creio que se vivo estivesse teria muito orgulho da trajetória do filho. Hoje aproveito para estar com meu pai em um churrasquinho domestico, para curtir o domingo e comemorar a possibilidade de estar juntos. Quando leio tua homenagem me convenço do quanto devemos aproveitar esses momentos. Na condição de pai também, aproveito para desejar-te um Feliz Dia dos Pais. Grande abraço JB
Muito estimado Edmar,
ResponderExcluirtua história de tão precoce orfandade me comove. Leio emocionado tua mensagem.
Permita-me comovidamente homenagear tua mãe nesse domingo. Admiro as mães que vida faz também pais.
Encanta-me ver o quanto com a magia do teatro fazes teus pupilos viajar.
Sinto-me honrado por seres leitor deste blogue.
Com muita admiração
attico chassot
Muito estimada Matilde,
ResponderExcluirmuito obrigado por teus cumprimentos.
Fico honrado recebê-los desde o Equador.
Como disse a escolha aqui do mês de agosto se deve ao calendário mercadológico.
Uma boa semana
attico chassot
Muito querida colega Thaiza,
ResponderExcluirobrigado por teus cumprimentos. Acolho-os emocionados, depois de ter tido comigo meus filhos e filhas e o pequeno clã (15 pessoas) a eles associados.
Essa primeira edição que tens de A Ciência através dos tempos já se faz históricas. Quantas pessoas já leram a dedicatória a meu pai?
Uma muito boa segunda semana agustina para ti e para os teus.
attico chassot
Muito querida colega Thaiza,
ResponderExcluirobrigado por teus cumprimentos. Acolho-os emocionados, depois de ter tido comigo meus filhos e filhas e o pequeno clã (15 pessoas) a eles associados.
Essa primeira edição que tens de A Ciência através dos tempos já se faz históricas. Quantas pessoas já leram a dedicatória a meu pai?
Uma muito boa segunda semana agustina para ti e para os teus.
attico chassot
Muito querida Maria Helena,
ResponderExcluiragradeço teus cumprimentos pela data de hoje que recordei o meu pai e fui homenageado pelos meus filhos que também são pais.
Agradeço os cumprimentos pelo 4º aniversário que faz uma leitora muito querida desde Juiz de Fora.
É muito bom saber que uma futura professora de Química é parceira aqui no fazer alço,
Uma muito boa semana e um muito bom 2010/2
attico chassot
Caro professor, pode acreditar quer onde esteja teu pai, com certeza está muito feliz com o tanto de filhos que puderam e poderão apreciar tua homenagem e todo o conteúdo do livro...Parece tão pequeno o esforço de nossos pais quando ainda o olhamos como meros sonhadores, mas depois que atingimos nossos objetivos descobrimos que aquele singelo esforço, seja de dizer:"Vai filho você consegue!", foi o suficiente para que não desistíssemos de tudo que sonhávamos...
ResponderExcluirBelo fim de domingo e feliz dia dos pais professor...
abraços
Muito querida Indiamara,
ResponderExcluirestava encerrando o computador depois de um domingo extenso. Acabara de reler comentários trazidos hoje. Tu, então, neste ocaso apareces para fazer uma ratificação. Meu pai, pode não ter visto aqui essa homenagem, mas....
Obrigado por teu carinho e por seres minha querida leitora.
attico chassot
Querido professor,
ResponderExcluirHá alguns dias que não te visitava no blogue e ao retornar hoje leio essa linda homenagem ao dia dos Pais... Parabéns pelas lindas palavras,
FELIZ DIA DOS PAIS!
Abraços,
Anna Ordobás
Olá Mestre tão estimado!!!
ResponderExcluirTrago, embora um pouco mais tarde, meus votos pelo dia dos pais; hoje o dia foi corrido.
Tu que com certeza exerce com brilhante magnitude tal função, merece todos os elogios possíveis neste dia!!!
Muito embora teu pai nao tenha lido tua homenagem, ele, tenha certeza, nos deixou seu maior legado: ATTICO INACIO CHASSOT.
Sem ele tu não existirias, e a ciencia, hoje, careceria das explanações brilhantes que só tu sabes trazer a baila.
Deixo aqui um fraternal abraço e um beijo no teu coração...
Com honras a ti e ao senhor teu pai que com certeza foi um grande homem, pois GRANDES HOMENS geram GRANDES HOMENS. Tu és a prova cabal disso!
Com todo o carinho que te tenho...sabes que é como de uma neta...
Chiara Francesca Corsatto
FELIZ DIA DOS PAIS...
Muito querida Anna,
ResponderExcluirque bom que voltaste. Vibro.
Obrigado pelos teus votos carinhosos.
Uma boa semana com muitos sucessos (também no projeto).
attico chassot
Muito querida Chiara Francesca,
ResponderExcluirobrigado pelos teus votos pelo dia dos pais.
Obrigado pela referência a meu pai.
Aceito comovido a adoção como uma neta.
Uma muito boa semana para nós,
attico chassot
Querido Chassot,
ResponderExcluirParabéns pelo dia dos pais!!!!!!! sinto, por seu pai, mas seus filhos tiverem/têm sorte de ter um pai maravilhoso como você!
Felicidades!!!!!!