Porto Alegre Ano 5 # 1488 |
Uma segunda-feira que marca início de mais uma semana de agenda plena. Há dias não vemos o sol aqui. Mas há uma convicção: ele ainda existe. Mas parece que ainda não será hoje que ele aparecerá. As chuvaradas arrastaram parte das cinza em suspensão, fazendo, por exemplo, as piscinas tintarem-se um cinzento intenso. O domingo exigiu uma antecipação da poda da parreira, pois os veranicos anteciparam brotações.
Há uma tragédia no Paquistão. Não escrevi houve. Há uma tragédia continuada no Paquistão. A escala do desastre desafia a compreensão. Em todo o país, estima-se que entre 15 e 20 milhões de pessoas foram afetadas.
Isso é mais do que toda a população atingida pelo tsunami no oceano Índico, pelo terremoto da Caxemira em 2005, pelo ciclone Nargis em 2007 e pelo terremoto deste ano no Haiti – juntos.
Por que, de uma maneira geral a comoção, especialmente, dos meios televisivos são menores? Ban Ki-Moon, Secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), escreveu nos principais jornais do Planeta, nesta fim de semana, um chamamento: O Paquistão precisa de nossa ajuda, agora. Ele também pergunta e responde: Por que o mundo tem sido lento para captar a dimensão desta calamidade? Talvez porque este não seja um desastre "feito para a TV", com um impacto repentino e resgates dramáticos.
Um terremoto pode tirar milhares de vidas em um instante; em um tsunami, cidades inteiras e as suas populações desaparecem em um piscar de olhos. Parece que precisamos da instantaneidade para sermos chamados a atenção. Ontem a televisão brasileira repetiu a rodo a implosão, em poucos segundos, do estádio da Fonte Nova na Bahia, como um espetáculo midiático, mesmo que há dias estivesse programado. Em contrapartida, uma catástrofe em câmera lenta como a do Paquistão – que se constrói ao longo do tempo e está longe do fim – parece não comover.
No Paquistão as águas da enchente levaram milhares de cidades e vilas. Estradas, pontes e casas foram destruídas. Há milhões de pessoas aterrorizadas, vivendo sob a ameaça de não poder alimentar seus filhos e protegê-los da próxima onda da crise: a disseminação de diarreia, hepatite, malária e – a mais mortal – cólera.
Ouso levantar outra hipótese para a nossa alienação ao Paquistão. Eles – os paquistaneses – são os outros. Nos envolvemos com o Haiti; vibramos com o equatoriano que por se fingir de morto escapou a maior massacre imposto por narcotraficantes a 76 emigrantes ilegais no México, entre os quais choramos quatro brasileiros; acompanhamos emocionados a tragédia dos 33 mineiros do Chile, até por 4 dias foi destaque a agonia de uma baleia que encalhou na costa gaúcha. Parece que nesses casos evocados há um sentimento de pertença. Eles são dos nossos. Eles são latino-americanos. Os paquistaneses são o que mesmo? Onde fica o Paquistão? Quantos amigos paquistaneses tu tens? Quem são esses ‘outros’?
O Paquistão (em urdu پاکستان , oficialmente República Islâmica do Paquistão, اسلامی جمہوریۂ پاکستان), é um país do sul da Ásia. Localizado na região onde convergem o sul da Ásia, a Ásia Central e o Oriente Médio, o país limita com o Irã e o Afeganistão a oeste, a China a nordeste e a Índia a leste, e banhado pelo Mar Arábico ao sul, com um litoral de 1 046 km de extensão.
As duas porções do território do Paquistão em 1970 (em verde). O Paquistão Oriental (em verde, à direita) declarou-se independente em 1971, com o nome Bangladesh. O Paquistão é o sexto país do mundo em população e possui uma das maiores populações muçulmanas do planeta. Seu território pertenceu à Índia Britânica e tem uma longa história de assentamento e civilização, inclusive a civilização do Vale do Indo. A região já foi invadida por gregos, persas, árabes, afegãos, turcos e mongóis. Foi incorporado à Índia Britânica no século 19. O Estado moderno do Paquistão foi criado em 14 de agosto de 1947, na forma de dois territórios majoritariamente muçulmanos nas porções leste e noroeste da Índia Britânica, separados pela Índia, de maioria hindu. Desde a sua independência, o país tem se caracterizado por períodos de crescimento militar e econômico intercalados com instabilidade política.
Sua capital é Islamabad e sua maior cidade, Karachi. O Paquistão é uma potência nuclear, com um arsenal de armas atômicas.
Trago como encerramento as palavras com as quais o Secretário- geral da ONU concluía o artigo que referi antes: Nós simplesmente não podemos ficar parados e deixar que este desastre natural se transforme em uma catástrofe feita pelo homem. Vamos apoiar o povo do Paquistão em cada passo do longo e difícil caminho pela frente.
Uma muito boa segunda-feira para abrir uma semana que tem a chegada de setembro. Hoje tenho aulas na UAM - Universidade do Adulto Maior para prazerosamente inaugurar a semana.
Olá professor!
ResponderExcluirFiquei feliz ao verificar que posso voltar a comentar aqui!
Abraços com votos de um bom final de semana
Ieda Giongo
Viva Ieda!
ResponderExcluirÉ muito saber que tenha podido ativar um dispositivo que amplia possibilidades de comentários.
Um muito bom retorno.
Retribuo e agradeço os votos pelo fim de semana;
Um afago do
attico chassot