Porto Alegre Ano 5 # 1478 |
Esta blogada tem originalidades. Uma, antecipo – já na abertura – a dica de leitura de amanhã: “Não contem com o fim do livro’ onde Umberto Eco e Jean Claude-Carrière, apresentam uma discussão sobre a história e o futuro dos livros. Ao percorrerem cinco mil anos de existência dos impressos, os autores defendem a imortalidade do objeto como o conhecemos, apesar dos e-readers e da internet. Outra, quem leu a manchete de hoje já viu que a sabatina de amanhã fará um contraponto do assunto de hoje, quando apresento um novo capítulo para os Leitores de livros digitais ou e-readers brasileiros e trago algo acerca dos livros digitais.
Leitor de livros digitais (e-Reader, em inglês) é um pequeno aparelho que tem como função principal mostrar em uma tela, para leitura, o conteúdo de livros digitais (e-books) e outros tipos de mídia digital. Ao utilizar a tecnologia de tinta eletrônica, também chamada de papel eletrônico, nas telas desses leitores, isso os aproximou muito da sensação de se ler um livro convencional por não utilizar iluminação, como as telas de
cristal líquido (LCD), o que tem impulsionado a venda desses aparelhos em todo o mundo. O mais famoso deles é o Kindle, criado pela empresa estadunidense Amazon, que teve seu primeiro modelo lançado nos Estados Unidos, em 19 de novembro de 2007; e no Brasil em outubro de 2009 (in Wikipédia).
Assim está feito o anúncio de temas antípodas de hoje e amanhã: o sucesso do livro digital e a perpetuação dos livros tradicionais. Inicio o assunto trazendo notícia publicada em 11AGO10 no ZH Digital, de Zero Hora, com o título: Aumenta a oferta no mercado nacional de aparelhos para leitura de livros digitais
Na contramão das profecias que anunciam o "fim do livro", pode se afirmar que nunca se publicou tanto. Entre as consequências dessa profusão editorial estão uma crise de superprodução no mercado mundial, que passa a lidar com grandes encalhes, e um processo de banalização do livro, que alguns já veem como objeto descartável.
Na semana passada, o Google contabilizava, em todo o mundo, 129.864.880 de títulos, numa consulta a cerca de 150 fontes (bibliotecas, livrarias, catálogos e fornecedores). Na mesma semana, às vésperas da abertura da 21ª Bienal do Livro de São Paulo, a Câmara Brasileira do Livro divulgou que, em 2009, foram publicados no país 52.509 títulos (2,7% a mais do que em 2008), com um total de 386.367.136 exemplares (aumento de 13, 5%). As vendas em 2009 atingiram 228.704.288 exemplares.
Não que as 157.662.848 cópias não absorvidas sejam encalhe. Mas, se não forem compradas, poderão vagar entre depósitos de editoras e livrarias, sem jamais serem abertas, até serem liquidadas em saldões ou virar aparas e confetes literários. Destruir livros é mais barato do que mantê-los no estoque.
Os números corroboram a tese do ensaísta mexicano Gabriel Zaid em "Livros demais!", de 1972 (trad. Felipe Lindoso, Summus, 2004): a leitura de livros cresce aritmeticamente, enquanto a escrita de livros cresce exponencialmente.
Quero crer que temos bons elementos para amanhã olhar o outro lado da moeda. Que a sexta-feira seja aprazível, marcada pela expectativa do fim de semana. À noite, falo com outro grupo de estudantes do curso de Ciências Biológica, repetindo. Como na terça-feira passada: ¿O que é Ciência, afinal? Parece que convite para dica de leitura de amanhã, não precisa ser feito.
Olá mestre! Já li "não contem com o fim do livro" e é realmente interessante. A forma de escrita, uma conversa entre os autores, nos convida a participar... excelente leitura! Um abraço: Cris Flôr, agora na UFJF
ResponderExcluirOlá mestre! Já li "não contem com o fim do livro" e é realmente interessante. A forma de escrita, uma conversa entre os autores, nos convida a participar... excelente leitura! Um abraço: Cris Flôr, agora na UFJF
ResponderExcluirMuito querida colega Cristiane,
ResponderExcluirprimeiro celebro estares agora na UFJF. Estive em junho na aprazível Juiz de Fora,
Obrigado por antecipares tua opinião sobre a sumarenta dica de leitura de amanhã.
Um afago carinhoso do
attico chassot
Há uns dois mês, um amigo contava entusiasmadíssimo com a possibilidade de armazenar mais de não sei quantos ebooks, que havia adquirido um e-reader!Dois foram meus pedidos: que ele lesse além de armazenar os livros baixados e que não esquecesse das "mocinhas das bibliotecas", rsrs
ResponderExcluirNovos tempos para a Biblioteconomia!
até a leitura de amanhã!
Muito querida Marília,
ResponderExcluirexcelente recordação. Tu sempre atilada! Assim como se faz campanha “Salvem nossas baleias!” poderias lançar: “Salvem as bibliotecárias!”.
Teu assunto do MST foi tratado hoje de noite, Aguarde.
Um afago de boa noite
attico chassot