Porto Alegre Ano 5 # 1464 |
Algo recorrente em minha vida é a não monotonia. Ontem à tarde recebi um apelo da coordenação XIV Fórum Internacional de Educação – Osório, RS para substituir a Professora María Lucrecia Tulic, subsecretária de Políticas Compensatórias do Ministerio de Cultura y Educación da Argentina, que acabara de comunicar sua ausência. Já relatei aqui, mais de uma vez, que de repente fui feito estepe. Uma vez, em Belém do Pará fui convidado a substitur Edgar Morin. Claro que então o meu lado narcíseo aflorou mais forte.
Assim, dentro de mais um pouco,nesta manhã fria, estarei tomando um ônibus para fazer a palestra "O compromisso da atuação do professor para o sucesso da escola" para 250 professoras e professores no Auditório da FACOS das 9h às 11h30min. Aceitei o convite emergencial em homenagem a minha ex-aluna Prof. Dra. Cláudia Glavan, ligada há muito à Instituição. Volto logo após a palestra, pois à noite tenho, com outros colegas, a primeira aula da Oficina de projetos e métodos de pesquisa, que neste semestre, junto com outros colegas ministrarei no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão e no Mestrado Acadêmico de Biociências e Reabilitação no Centro Universitário Metodista - IPA. Ontem à noite, participei da aula inaugural dos dois mestrados.
É quase natural que às blogadas desta quarta e quinta-feira suceda uma mirada às marcas da sexta feira. Por primeiro aviso que hoje não vou falar dos sincretismos ou da magia que envolverá a próxima sexta-feira, que será: 13.
A sexta-feira,como já vimos ontem, culturas mais próximas aos romanos (povos de falas francesa, italiana e espanhola; e uma vez mais o português é exceção) é o dia dedicado à bela deusa Vênus – ou Afrodite no Olimpo grego. Nas culturas nórdicas este dia tem sua dedicação à Friga ou Frige, que na mitologia germânica era a deusa da beleza - numa correspondência a deusa grega Afrodite ou romana: Vênus
Afrodite (em grego, Αφροδίτη) era a deusa grega da beleza e do amor. Originário de Chipre, o seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Foi identificada como Vênus pelos romanos.
Assim na homenagem desse quinto dia da semana em alemão, iídiche, inglês, holandês [o mesmo em sueco: fredag] é dia de Friga. Na Índia, esse dia é Shukravar e é dedicado a Shukra que em sânscrito é a divindade que corresponde a Vênus. Não deixa de ser significativo que em culturas tão distintas, um mesmo dia da semana seja dedicado já há milênios a deusas marcadamente evocando a beleza. Claro que a nossa prosaica sexta-feira só traz a lembrança o fim de semana que se aproxima. Também não sei se os de fala espanhola, por exemplo, ao referir Viernes evocam ser o dia de Vênus.
Quando comentar aqui a terça-feira – dia de Marte – farei referência aos amores de Vênus com Marte e na quarta, conhecemos um pouco do affair da bela deusa com Mercúrio, que terminou gerando Hermafrodito. Assim vale contar aqui algo do nascimento de Vênus, que nas artes é objeto de muitas representações e na psicanálise de muitas interpretações. Gaia desejava curtir a maternidade e isso implicava em interromper a fecundidade de Urano e para tanto dá uma foice a Saturno – ou Cronos – para que esse corte os testículos de seu pai. Estes ao caírem no mar misturam o sêmen com as águas, e mais uma vez Gaia é fecundada. Esta, então, gera Vênus, deusa lindíssima que surge numa concha e é levada ao Olimpo pelas Horas, que cuidam de sua beleza, tratando de vestí-la com belas roupagens.
Na Ilustração ‘O nascimento de Vênus de Sandro Botticelli, que tive o privilegio de ver na Galeria degli Ufizzi em Florença. Ao chegar à morada dos deuses, todos correm para admirá-la. Mas beleza demais nem sempre oferece vantagem: Minerva, a deusa da razão, Atena, deusa das Artes, Diana, a deusa do lar e outras ficam incomodadas com a presença da bela deusa que fazia os homens perderem a razão, ofuscava as artes com sua beleza e afastava-os de seus lares. Isso é, o objeto de proteção das três era violentado pela deusa que chegava.
Revoltadas vão até Júpiter solicitar que este prejudique a Vênus e assim volte a paz ao Olimpo. Trazem a Júpiter uma proposta fruto da trama que fizeram: Vênus deveria casar com o deus mais feio Vulcano, que era coxo e com marcas de cicatrizes no rosto. Juno o gerara sozinha por raiva do amor de seu marido com a bela Atenas. A mãe, por achá-lo feio demais e tendo vergonha de apresentá-lo aos outros deuses atira-o do alto do Olimpo. Vulcano demora um dia e uma noite rolando morro abaixo; daí a origem das cicatrizes. Ele é resgatado por povos próximos do vulcão Vesúvio, que cuidam de seus ferimentos e o ensinam as artes dos metais e do fogo, tornando-se grande artesão.
Vulcano casa-se Vênus contra sua vontade, até porque, então, ela estava apaixonada pelo valente guerreiro Marte. Estes se encontravam constantemente até que o Sol, Apolo, o deus que tudo via, conta a Vulcano que sua mulher o traía. Isso vimos na terça-feira.
Friga tecendo Nuvens por J.C. Dollman Ainda um comentário acerca de Friga (lembrando que, por exemplo, Friday (inglês) ou Freitag (alemão) é dia de Friga. Frigga, ou Friga, é a Deusa-Mãe da dinastia de Aesir na mitologia nórdica. Esposa de Odin e mãe (ou madrasta) de Thor, ela é a deusa da fertilidade, do amor e da união. É também a protetora da família, das mães e das donas-de-casa, símbolo da doçura.
Na Mitologia nórdica, era conhecida como a mais formosa entre as deusas, a primeira esposa de Odin, rainha do Æsir e deusas do céu. Deusa do clã do Ásynjur, é uma deusa da união, do matrimônio, da fertilidade, do amor, da gerência da casa e das artes domésticas. Suas funções preliminares nas histórias mitológicas dos nórdicos são como a esposa e a mãe. Tem o poder da profecia. O companheiro de Frigga é Eir, a médico dos deuses da cura. Os assistentes de Frigga são Hlín (a deusa da proteção), Gná (a deusa dos mensageiros), e Fulla (deusa da fertilidade).
Acreditava-se que era detentora de uma enorme sabedoria, conhecendo o destino dos Homens, sem, no entanto, alguma vez o revelar. É representada como uma mulher alta e majestosa vestida de penas de falcão e gavião, trazendo um molho de chaves no cinturão. O seu nome tem várias representações (Frige, Frija, Fricka etc.) sendo também, por vezes, relacionada ou confundida com a deusa Freya.
Com a proteção de Vênus, de Afrodite e de Friga uma frutuosa sexta-feira ou Viernes / Vendredi / Venerdi / Friday / Freitag. Amanhã sábado leremos sobre leituras e escritas.
Querido Profesor Chassot,
ResponderExcluirMuy interesante su reflexión sobre el hecho que Viernes sea en diferentes culturas asociado con la belleza. Me pregunto si, ¿no será porque en Viernes, que es el sexto día de la creación, fue creada Eva? (Claro que es una interpretación feminista, medio en broma y con pensamiento mágico -como diría Marcos-).
Que tenga un lindo fin de semana,
Estimada Matilde,
ResponderExcluirobrigado por teu comentário e por tua conjectura marcadas por pensamento mágico. Passo uma cópia ao Marcos por citá-lo. Quando escrevi este texto me imaginei que poderias responder uma questão que ele contém: Também não sei se os de fala espanhola, por exemplo, ao referir Viernes evocam ser o dia de Vênus. A mim parece ser senso comum que a maioria das pessoas não faz nenhuma ligação dos dias da semana com as divindades que os mesmos homenageiam.
Estou certo? Como nós não relacionamos que domingo seja o ‘dia do Senhor’.
Com votos de um bom fim de semana um convite para a edição de amanhã,
attico chassot
deveria logo no começo ir a historia da deusa depois os desenista
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