ANO
8 |
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EDIÇÃO
2521
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Uma
terça-feira quando, depois de dias de inverno gélido, já se aperitiva
primavera. Bem-te-vis vêm tomar banho na piscina. A parreira já brota. A
amoreira — há pouco desnuda — já vestiu um novo vestido verde.
Escrevo
no ocaso da segunda-feira, quando não faz muito retornei do Centro
Universitário Metodista do IPA das aulas de
Teorias do Desenvolvimento Humano; com alunos da Licenciatura em Música, assisti
o filme Bebês. Hoje à noite tenho a
mesma atividade com a turma de Educação Física e Pedagogia.
Em 17 de abril deste ano contei aqui
a mesma atividade com as duas turmas que tive no primeiro semestre, na mesma
disciplina. Mesmo que, enquanto professor, já tenha assistido algumas vezes
este filme, há sempre a sensação que esteja vendo a primeira vez. Mesmo assim,
peço indulgência se faço algum autoplágio (consentido) da blogada de abril.
Agora, como então, recomendo com
entusiasmo Bebês [França, 2011,
colorido, legendado, 71 min]. O documentário partiu de uma ideia do ator Alain
Chabat (“O Gosto dos Outros”). Em quatro países — Namíbia, Mongólia, Japão e
Estados Unidos —, as câmeras do diretor Thomas Balmès flagraram bebês, do
nascimento aos primeiros passos, durante um ano. Não há como ficar indiferente
a gestos de amor, travessuras, tombos e contatos ‘perigosos’ com animais.
Sem diálogos formais, mas de
envolventes linguagens gestuais, o registro começa na Namíbia mostrando a
chegada de Ponijao, que vive com a mãe numa paupérrima tribo. A bebê Ponijao
tem sua família no interior da Namíbia e engatinha livremente pelo chão de
terra na desértica e famélica da nação do sul da África, com as maiores taxas
de mortalidade infantil e com esperança de vida de apenas 39 anos.
Bayar nasce nas estepes da Mongólia
— um país sem costa na Ásia central, com esparsa população nômade em sua
maioria. Sobre este país prometo trazer uma dica de leitura do livro Mongólia, onde por meio das tessituras de três
relatos vivemos uma aventura indescritível em
um país
que conhecemos muito
vagamente . Saber
das venturas e aventuras
de homens e mulheres
que vivem literalmente
no outro lado
do planeta é um
privilégio àqueles
que desfrutarem deste premiado romance de Bernardo Carvalho .
O menino mongol, que nasce em um
hospital, convive com muita naturalidade com rebanhos de vacas e cabras.
Aparecem também tradições budistas na família.
Há ainda duas garotinhas de cidade
grande. Mari (Tóquio, Japão) e Hattie (São Francisco, Estados Unidos). Mari,
que habita uma mega-metrópole, tem contato constante com a tecnologia, experimenta
diversos jogos educativos e frequenta creches onde se busca estimular os bebes.
Situação de Hattie, que reside em
São Francisco, não é muito diferente em um mundo com ofertas consumistas e
sofisticação tecnológica, já assinalada no parto, especialmente se compararmos
com o nascimento do garotinho namíbio.
Fica clara a intenção do
documentarista: não importa em qual lugar no mundo, o bebê, além de queridinho
da família, consegue arrancar suspiros dos pais (e por tabela do espectador)
com sua curiosidade diante da vida.
A observação dos quatro bebês em seu
primeiro ano revela não apenas cenários e personagens multiculturais dos muito
dispares ambientes que os acolhem para a vida, como tudo o que os une. No
primeiro estágio da jornada humana, lutam para conquistar o domínio do mundo ao
redor e do próprio corpo.
O filme parece muito próprio para as
discussões que se deseja fazer na disciplina Teorias do Desenvolvimento Humano. Depois de termos falado de vida
pré-natal, este primeiro anos de quatro recém-nascidos faz excelente partida.
Vamos (nos) ver ‘evoluir’ a bípedes.
Limerique
ResponderExcluirNão importa para onde pende a balança
Há uma verdade que ao mundo se lança
Todos somos iguais
E assim como tais
Viemos ao mundo como simples crianças.
Bravo Mestre Chassot,
ResponderExcluirli sua postagem e resolvi buscar o filme, com a ideia de vê-lo em outromomento.
DFiz o download. Não consegui parar de velo.
É emocionante. evi cenas de meu 'ser mãe'!
Este blog devia ser de leitura obrigatória a todos os professore.
Que venha a primavera.
A admiraçâo e a gratidão da
Marcella
Bom dia, tem como você me passar, onde conseguiu baixar esse filme??Obrigada
ExcluirAo Mestre chassot: Vou procurar ver este filme, mais sem dúvida falar de bebê mexe com os nossos sentimentos.Porque não chamar este filme de "Privilégios e Privações" quantos bebês Ponijão temos aqui, mundo cão no final somos todos iguais apenas culturas diferentes. Um forte abraço Ley
ResponderExcluirMuito querida Ley,
Excluirtens razão. Talvez devêssemos dizer a Namíbia é aqui.
Obrigado por teu tão denso alerta.
Com admiração
attico chassot
Nada mais singelo e reconfortante do que contemplar o semblante de um bebê. Na contramão dos bons comentários não pude deixar de me lembrar de uma coleção que li há anos chamada "Médicos Nazistas", nela havia um farto documentário, inclusive com fotos, onde se relatava as experiências hediondas feitas pelos médicos do holocausto. Uma delas consistia em fraturar a perna de recem-nascidos quantas vezes fossem necessárias para mensurar a capacidade máxima de regeneração óssea. Sei que é um fato repulsivo até de pensar, mas em nome de banir para sempre estas atitutes de nossa humanidade, este não pode ser nunca esquecido.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Querido Mestre;
ResponderExcluirMuito emocionante o filme que o senhor nos trouxe, obrigada por passar tanto conhecimento em suas aulas. saio feliz e renovada; Um abraço e até terça-feira.
Roberta- Aluna Licenciatura Ed. Física.