ANO
8
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Livraria Virtual em
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EDIÇÃO
2512
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Há um acontecido
que gera emoções (e posições díspares) quando da mineração de informações na
internet. O fato, quase dispensável relatar aqui, pois se colocarmos no oráculo
Google ‘macaco são carlos’ teremos
algo como 1,7 bilhão de indicações, todas recentíssimas. Apenas a galeria de
fotos do dito macaco faz inveja a qualquer humano ávido de aparecer nas redes sociais.
O fato é realmente inóspito: O macaco-prego
Chico, que há 37 anos vivia com uma família de São Carlos (SP), foi retirado do
local, na manhã deste sábado (3), pela Polícia Militar Ambiental após denúncia.
O animal se agarrou ao pescoço da dona e ofereceu resistência ao ser levado da
casa. Elizete Farias Carmona, de 71 anos, que tratava Chico como filho, passou
mal e teve que ser levada ao pronto-socorro.
Ainda, segundo
a polícia, como a idosa não tem documentos que comprovem o direito de manter o
macaco, não haveria como ficar com Chico. A dona de casa foi advertida e vai
responder pelo crime de manutenção de animal silvestre em cativeiro. Chico foi
levado para a sede da Associação de Proteção aos Animais (APA), em Assis.
Segundo o
filho de Elizete, Everaldo Furlan, o animal não queria deixar a casa e mostrou
muita resistência. “Até os policiais ficaram com dó da minha mãe. O Chico não
queria ir”, contou. O macaco-prego
chegou a ganhar o sobrenome da família e seu nome completo é Francisco Farias
Carmona.
Segundo o
Ibama, não há como legalizar a situação. Quando há uma denúncia, os fiscais vão
ao local, aplicam multa, apreendem o bicho e o levam para alguma instituição.
Caso não exista um ambiente para receber o animal e não for constatada nenhuma
irregularidade onde ele vive, é feito um Termo de Fiel Depositário. Com esse
documento, a pessoa não pode ser multada novamente.
A aplicação da
lei parece estonteantemente burra. Aliás, esta classificação zoológica remete a
um alerta de Cristo aos doutores da lei que o criticavam por curar em dia de
sábado, quando os de fé judaica guardam o dia de preceito, que implica em
abstenção do trabalho: “Qual de vós que,
se lhe cair o jumento ou o boi num poço, não o tira imediatamente, mesmo em dia
de sábado?” (Lucas 14:5).
Se as violações
a leis ambientais fossem apenas como a que cometeu dona Elisete o Planeta
estaria com melhor saúde. Aqui no Rio Grande do Sul, as mineradoras voltam a
tirar areia do rio Jacuí.
Apesar de a
criação de animais silvestres em cativeiro ser proibida por lei federal — razão
da apreensão do macaco —, o drama de Elizete sensibilizou algumas pessoas e
provocou o surgimento de duas petições online na internet que pedem a devolução
do bicho para sua proprietária. Pelo menos 15 mil internautas já manifestaram
apoio à causa. Há também os que sugerem que ela seja amarrada a uma corrente em
sua casa.
Veterinários
descobriram que Chico, na verdade, é fêmea. Com a "mudança de sexo",
ele passou a se chamar Carla, em homenagem à cidade de origem, e agora troca
afagos diariamente com outros colegas de jaula, o que é um sinal de que se
adaptou ao local. Isso é argumento para os que são contrários a dona Elisete.
¿Questão polêmica? ¡Sim!
Questão polêmica e manifesto de pura hipocrisia. Fato similar, desviando um pouco do assunto e salvaguardando o disparate da comparação, são as dificuldades impostas pelo sistema para adoção legal. Conclusão; os orfanatos estão cheios e as filas para adoção são imensas. Como explicar? Muito simples, a burocracia é tão imensa e as exigências tão absurdas que tornam o sistema uma tartaruga, as crianças crescem e passam para o segundo plano de preferência, pois geralmente os casais procuram os de mais tenra idade. Outro trágico resultado é o grande número de crianças adotadas ilegalmente.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Caro Mestre
ResponderExcluirTambém concordo que há leis que devem ser descumpridas. Pretensão severa essa humana de achar que as regras ditadas são inflexiveis numa sociedade repleta de disparidades e antagonismos. É hora de cada vez mais de sermos atentos observadores e usar razão e emoção quando cada uma delas assim for conveniente. Fiquei a imaginar minha querida Leodi sem a sua maltez Nina, que hoje já disputa preferências com outros membros de nossa família. Grande abraço e um ótimo fim de semana. JB
Muito estimado Mestre,
ResponderExcluirtrês comentários acerca da blogada de hoje:
1) Encantou-me seu lançamento: “mineração de informações na internet”. Muito bem posto e melhor que ‘surfar’. Esta ação diz da superficialidade da presença na rede. Aquela mostra a necessidade de um trabalho mais profundo para se encontrar “Ouro nativo, que na ganga impura” como diria o parnasiano Bilac.
2) Nesta mesma linha quem apenas surfa, não encontra o que o Mestre localizou. Mesmo usuário diuturno da rede não sábia do episódio, no qual a meu ver a tal da polícia ambiental fez uma macacada.
3) Mesmo conhecendo suas posturas em relação à religião (que eu endosso) realmente a recomendação que fez o pregador da Galileia é bem posta,
Cumprimentos de um leitor que o admira,
Laurus Loureiro Lima
Limerique
ResponderExcluirSenhora foi vítima do burocrata
E com símio tinha relação pacata
Destruíram relação
De mãe com filhão
Afinal ambos não são primatas?