TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

28.— PETER SINGER... FAZ EXORTAÇÕES EXIGENTES


ANO
  8
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2526


Nesta quarta-feira inicio uma jornada a duas importantes cidades paulistas: Araraquara e Ribeirão Preto. Na primeira participo hoje e amanhã do XI EVEQ — Evento de Educação Química no Instituto de Química – UNESP, onde, faço uma palestra e ministro um minicurso. Em Ribeirão Preto, na noite de sexta-feira, falo no Departamento de Química da USP.
A edição desta quarta-feira é a terceira da tríade com Peter Singer. Ela se tece com respostas a mais quatro perguntas. Aditadas às perguntas e respostas aqui trazidas na segunda-feira e ontem, completa-se a entrevista do ousado filósofo responsável pela cátedra de bioética na Universidade de Princeton (EUA) concedida a Carlos André Moreira, publicada no Cultura de Zero Hora no último sábado. Vale a pena nos abeberarmos destas sumarentas reflexões.
ZH – Isso [a maioria das pessoas não agir em acordo com princípios éticos com os animais]tem alguma relação com o princípio de “altruísmo eficiente” sobre o qual o senhor já escreveu?
Peter Singer – Acho que há sim uma conexão. Há um grupo de pessoas que quer viver suas vidas de modo a tornar o mundo um lugar melhor para o maior número de beneficiados. São, tipicamente, preocupadas em agir de modo ético, em usar parte do que possuem em favor dos que têm menos, mas ao mesmo tempo há um grande número de pessoas que ainda não pensa dessa forma e vive de forma mais egoísta ou autocomplacente. Não acho que o movimento do altruísmo eficiente seja grande o bastante para ter o tipo de impacto necessário.
ZH – O que o senhor propõe para mudar a situação na indústria de alimentos? Acha que o vegetarianismo em larga escala seria possível hoje?
Singer – Penso que, definitivamente, seria possível hoje. Há muitas pessoas vivendo uma vida saudável como vegetarianos, e as evidências mostram que essa é uma opção mais favorável ao meio ambiente, mais sustentável, e, obviamente, não envolve o sofrimento de animais. Logo, é claro que é possível. A pergunta é se as pessoas têm vontade de fazer com que seja possível. Estamos desenvolvendo mais e mais alternativas ao consumo de produtos de origem animal. Acho que, no fim, as pessoas acharão mais fácil evitar esses produtos porque terão ao seu alcance um número maior de alternativas daquilo que gostam de comer.
ZH – Na questão das mudanças climáticas, há muita discussão sobre a validade dos números divulgados pela comunidade científica. Há pesquisadores que contestam os dados mais pessimistas. Para o senhor, o quão grave é a questão?
Singer - Acho que os cientistas estão bastante de acordo com relação à gravidade das mudanças climáticas. São poucos os que discordam do consenso esmagador de que as mudanças climáticas são reais. Não sei como são as coisas no Brasil, mas tenho a sensação de que cada vez mais pessoas estão entendendo a questão, podem ver as mudanças climáticas que ocorreram ao longo de suas vidas. As previsões científicas de décadas atrás a respeito do aquecimento da Terra devido às emissões de gases causadores do efeito estufa se mostraram corretas. Acho que as evidências são avassaladoras de que as mudanças climáticas estão de fato acontecendo. Acho que é muito perigoso justificá-las como erros científicos. Não podemos jogar roleta com o futuro do planeta.
ZH – Um dos aspectos mais controversos do seu pensamento é a sua opinião sobre o aborto. Sua perspectiva é utilitarista, uma vez que o senhor já afirmou que a mulher é um ser vivo e um feto é um ser potencial?
Singer – Esse não é um tópico que eu pretenda discutir em minha conferência em Porto Alegre, mas fico feliz em debatê-lo. É um assunto sobre o qual já escrevi ao longo dos anos. Penso que a grande diferença, nesse caso, é que a mulher tem uma consciência e pode sofrer com aquilo que acontece com ela e com sua vida, ao passo que o feto, ao menos durante o período em que a maioria dos abortos é feita, não é um ser consciente, e portanto não tem interesse em continuar vivendo, ao menos da forma como outros seres conscientes são capazes de pensar e ter desejos sobre seu próprio futuro.

2 comentários:

  1. Inegavel a coerencia cientifica do eminente filosofo, mas justificar o aborto afirmamndo que o feto nao tem consciencia de ser, me desculpem mas tal afirmacao e recheada de asneira.
    Abracos (tudo sem acento mesmo)

    ResponderExcluir
  2. Limerique

    Polêmico, aborda o aborto
    Como se feto estivesse morto
    Contudo não há evidência
    De feto sem consciência
    O que, claro, não gera conforto.

    ResponderExcluir