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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

29.— DO DIÁRIO DE BORDO

ANO
 8
A R A R A Q U A R A – S P
EDIÇÃO
 2527
            

Quinta-feira é dia da edição hebdômada. Mesmo tendo já publicado, nesta semana, três edições sumarentas (e muito polêmicas, é claro!) com Peter Singer cumpro a proposta de uma edição semanal a cada ‘dia de Júpiter’. Permito-me restringir-me, hoje, a anotações de meu diário de bordo.
Estou escrevendo desde Araraquara, aonde cheguei depois das 13 horas, viajando Porto Alegre/Campinas/Ribeirão Preto em dois voos de aproximadamente 100+50 minutos. E de Ribeirão Preto, mais 90 km de carro, até Araraquara, cidade de cerca 220 mil habitantes tida como a metrópole brasileira melhor qualificada no ranking IFDM, que usa critérios de renda, educação e saúde.
Mas agora, tenho precisão de fazer um registro do antes da viagem. São escrevinhares dos últimos dias.
No sétimo dia surgiu (de novo) o sol. Parece, que a maioria dos gaúchos ontem viveu um ‘SunDay’ temporão. Minha amostra se reduz a contemplação da sala de embarque no aeroporto, na manhã de ontem, quando extasiados vimos um sol radiante, depois de seis dias de chuvas continuadas e inclementes. Minha colega Lenir da Unijuí encerra uma mensagem assim: Bom Lindo Dia de Sol!!!. Esta parece ser uma síntese dos votos expressados no fluir do dia de ontem. É fácil imaginar o significado do retorno do sol para milhares de alagados.
Mas nestes seis dias diluvianos não tivemos somente chuvas. Estas provocaram entre outros danos o desalojamento de cerca de 10 mil pessoas (segundo a Defesa Civil), rodovias interrompidas por deslizamentos, águas nas pistas e excessos de buracos, especialmente em redes viárias urbanas.
As enchentes determinaram, por questões de segurança, a suspensão do fornecimento de energia elétrica residencial, isto alterou rotinas de alagados e não alagados. Aqui, algo aparentemente paradoxal: com toda esta precipitação pluvial, em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre, o fornecimento de água domiciliar está suspenso, pois casas de máquinas de bombas de recalque foram atingidas pela maior enchente que se tem registro na história do município.
Mas nestes dias calamitosos houve um espetáculo a mais. Sublinho que escolhi no dicionário o substantivo: espetáculo (latim spectaculum = aspecto, vista, maravilha, espetáculo). Objeto da nossa atenção ao ver (determinada coisa).
Na terça-feira, nevou em mais de 30 municípios gaúchos. Se o granizo e a geada são ‘pragas da natureza’ a neve para os habitantes destas latitudes é espetáculo, mesmo quando ela seja floquinhos que se liquefazem antes chegar ao solo (não foi assim nesta vez) ou faça vergar telhados, pelo seu acúmulo (como aconteceu agora).
O espetáculo é traduzido pelo deslocamento de repórteres para cobrir o fenômeno; por romaria de turistas a locais neváveis; por crianças e adultos fazem bonecos de neve.
A Zero Hora, na sua edição de ontem, teve como manchete garrafal: RIO GRANDE DA NEVE com a foto ao lado que cobria de maneira artística capa e contracapa. Por que é espetáculo? talvez, pelo exotismo da ocorrência.
Um parágrafo para dizer que nesta manhã, faço palestra “Currículo, políticas públicas e formação de professores” e à noite ministro o minicurso “História e Filosofia da Ciência: catalisando ações transdisciplinares” no XI Evento de Educação Química, no Instituto de Química da UNESP de Araraquara. É por isso que estou aqui.

4 comentários:

  1. Muito apreciado mestre Chassot,
    faz um tempo que não deixo comentários aqui. Isto não significa que não lhe acompanho quase diariamente. Mas tem havido edições tão significativas, por exemplo, este denso tríduo com Peter Singer. Muito desejei comentar, mas preferi me fazer reflexivo e tomei decisões: Segundas, quartas e sextas feiras me absterei de carne vermelha e não irei mais rodízio de churrasco.
    Obrigado pela síntese desta semana de frio no Rio Grande do Sul. Minhas saudações ontem foram semelhamtes a da Professora Lenir.
    Sucesso na sua jornada em Araraquara.
    A admiração do
    Lauurus Loureiro Lima

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  2. Sucesso ao Mestre em tão gélido ambiente, certamente a acolhida será bem calorosa! Confesso que sempre me pergunto onde arranjas tanta energia. SerÁ que descobristes os caminhos de Ponce de Leon?
    AbraÇos

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  3. Limerique

    A gauchéia fiel à sua vocação
    Recebeu chuva e neve de montão
    Cidades inundadas
    Serras congeladas
    Que atingiram a pobre população.

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  4. Adito aqui mais um comentário de última hora, os gaúchos tão castigados pelas intempéries do clima, pelo visto estão no pensamento de nossa "Presidenta", a qual ao inaugurar uma obra em Minas referiu-se a Porto Alegre como capital desta. Motivo de orgulho aos gaúchos, ou não...

    abraços
    Antonio Jorge

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