ANO
8 |
Livraria virtual em
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2519
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Numa sexta-feira,
na qual, ao final da tarde, faço uma apresentação no seminário de pesquisa para
docentes e discentes do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão e do Mestrado
Acadêmico de Biociências e Reabilitação do Centro Universitário Metodista do
IPA, não sonego as maiores dificuldades no falar aos meus pares. Sinto
ratificada a afirmação bíblica de que ninguém é profeta na própria terra.
Componho a
blogada de hoje com uma mensagem que recebi nesta quarta-feira e a resposta à
mesma. Antes anuncio para manhã uma muito primorosa dica de leitura na blogada sabatina. Vale aguardá-la.
Eis a mensagem
e sua resposta:
Boa tarde,
Professor Attico Inacio Chassot,
Sou professor
de escola pública no estado do Ceará e tenho interesse em realizar atividades
que possam estimular o processo de alfabetização científica. Em 2011, realizei
um projeto na escola a fim de compreender as possíveis mudanças nos níveis de
alfabetização científica dos meus alunos, no entanto percebo a carência de
indicadores desse processo. Existem autores que trabalham com a análise da
estrutura dos argumentos dos alunos que mostrem a alfabetização científica.
Outros autores usam um teste básico de alfabetização científica que foi
adaptado do teste criado por Laugksch e Spargo. Como está sendo usado esse
teste no Brasil? Ele tem sido eficiente como indicador de AC?
Atenciosamente,
Diego Rodrigues,
Biólogo *Licenciado em Ciências Biológicas-UFC
Estimado
colega Diego, do cálido Ceará, chegas ao gélido Rio Grande do Sul.
Teus
questionamentos ensejam resposta trazendo uma questão de posicionamento.
Vou
simplificar em duas palavras que destaco:
Meu
envolvimento continuado em alfabetização científica tem uma dimensão
exclusivamente qualitativa.
Testes, à
semelhança dos que referes, que buscam medir, em uma dimensão quantitativa não têm sido objeto de meus estudos e nem tenho
envolvido com os mesmos mestrandos e doutorandos que oriento.
As propostas
de sonharmos com mulheres e homens operando uma leitura do mundo natural — tornando-se
cidadãs e cidadãos capazes de não apenas ler o mundo, mas colaborar na sua
transformação para melhor — prescindem de aferições quantitativas.
Esta [alfabetização
científica] implica em um ‘estar no mundo’ usando os óculos da Ciência para
lê-lo e isso não se faz mediado na detenção e na detecção (de quantidade) de
informações, mas sim com conhecimentos e, muito especialmente, com saberes.
Por exemplo,
no blogue que mantenho há mais de sete anos, presunçosamente, parece que a
maioria dos assuntos que trato colaboram para que sejamos mais alfabetizados, tenhamos
mais facilidades para entender o mundo que ajudamos a construir.
Permito-me
aditar o texto “Diálogo de aprendentes”
onde vais encontrar reflexões na direção de propostas que me encantam
compartir.
Obrigado pelos
teus oportunos e objetivos questionamentos, que me ensejaram esta mensagem. Com
continuada disponibilidade, attico chassot
Muito estimado professor Chassot,
ResponderExcluira pergunta que faz o Diego era aquela que há muito quisera fazer-lhe. A sua resposta me conforta na direção de minha dissertação acerca do ensino de Ciências no ensino fundamental. Nunca dei crédito a isso de medir o imensurável. Quem tem ‘mais alfabetização científica’: quem sabe recitar elementos da tabela periódica ou quem sabe classificar dinossauros
Não é por ai Quem se apossa de saberes que o senhor tem divulgado neste espaço é mais alfabetizado do quem sabe recitar a classificação de espécies biológica ou tipos de rochas;
Adiro a sua posição. É um post muito importante este de joje.
Marcella Kovinski
Limerique
ResponderExcluirAssim seja repleto de vivência
Pleno, recheado de inteligência
Com muita qualidade
E veraz criatividade
Um eficaz ensino de ciência.
A grande problemática da educação no Brasil é que as decições são todas de cunho político. E em nosso país infelizmente o que graça é a politicagem. Nossos lecionadores são por excelência abnegados. Todos os paises que deram uma reviravolta em sua qualidade de vida, a iniciaram pela educação, e educar tem ficado em segundo plano ao longo de nossa historia. Nossos jovens sonham em ser "Ronaldinhos", "neimars" etc. Nossas meninas sonham com o partido "endinheirado". Acabam sempre em uma existência medíocre repleta de frustração.Essa pecha alimenta o continuísmo ficando o filho do operário determinado ao mesmo destino do pai.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Chassot,
ResponderExcluirexcelente pergunta do Diego! Para conhecer a alfabetização científica dos alunos seria interessante o uso de pesquisa-ação de BARBIER ou pesquisa narrativa de CLANDININ E CONNELLY. Também me agrada o que dizem BOGDAN e BIKLEN sobre análise de cadernos de campo, entrevistas e registros de atividades de sala de aula... O que reitero é: não há como mensurar o aprendizado, apenas como conhecê-lo e compreendê-lo. A pesquisa qualitativa é o caminho para este tipo de trabalho. O(s) método(s) serão selecionados de acordo com o perfil do pesquisador e o número de entes pesquisados. Enfim, este debate é sempre bem vindo.
Grande abraçø e boa sorte ao colega.
Professor é um prazer enorme poder, mesmo que em distância pessoal, falar com o senhor. Estou me preparando para a prova do Mestrado em Educação em Ciência pela UEA/Manaus foi quando através das bibliografias conheci sua obra e me encantei pelas suas falas, pelo seu conhecimento, principalmente, sobre alfabetização científica, pois sou professora universitária e me fiz várias questionamentos sobre nossa realidade física e subjetiva. Estou começando a investigar suas obras, mas parabéns por esse legado de conhecimento e de falas tão claras e significativas. Um abraço caloroso de Manaus.
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