ANO
8
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A G E N D A em
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2517
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Componho
esta edição na noite de segunda-feira, quando cheguei, há não muito, do
terceiro encontro (de 18) da disciplina de Teorias do Desenvolvimento Humano no
curso de Licenciatura em Música. Dentro da proposta de rarear as blogada não ia
escrever nesta terça-feira. Mas, à tarde lera um texto na contracapa do caderno
TEC da Folha de S. Paulo que esteve transversal às discussões na aula que encerrei
há pouco. Assim, transcrevo, sem aditar comentários, As novas mentes da Renascença de Luli Radfahrer,
Ph.D. em comunicação digital pela ECA-USP, de onde também é professor há mais
de dez anos.
Você
já deve tê-los visto por aí. Jovens criativos, cujos talentos distribuídos
entre áreas tão diversas quanto música e sociologia não parecem se encaixar nas
gavetinhas reservadas para a arte.
Eles
são vistos com desconfiança e desprezo pelos mais velhos. Quem se diz cineasta
e bailarino precisa ser medíocre em ao menos uma das áreas, para conforto dos
egos alheios.
No
entanto, florescem. Criados livres de um aprendizado restrito,
compartimentalizado e unidisciplinar, jovens que cresceram com a internet
tiveram, pela primeira vez na história, tutores incansáveis, de capacidades
infinitas, oscilando entre canais quando necessário.
Não
é fácil ser polivalente hoje em dia. O conhecimento necessário para ser
especialista em uma área é formidável, a ponto de praticamente não sobrar tempo
para outros interesses. Para piorar, quanto mais sofisticado é o conhecimento,
mais difíceis são os conceitos e os jargões.
Nada
de novo para a geração Pokémon, que enfrenta desafios com o empenho dedicado a
games. Curiosos e incansáveis, esses monstrinhos crescidos rodeados de
estímulos e opções têm em si um pouco de médico e de louco.
Sua
forma de pensar é chamada de "mente da Renascença", em referência a
um período em que, depois de séculos isoladas, as pessoas voltaram a
compartilhar conhecimento.
A
visão multimídia não é exclusiva da Renascença. Pitágoras, na Grécia antiga,
cresceu na ilha de Samos entre tutores e navios, e sua curiosidade e formação
vasta o ajudaram a influenciar áreas tão diversas quanto filosofia, ética,
política, matemática, religião e música.
No
século 18, Goethe teve aulas de diversas línguas ainda na infância. Bom
desenhista e leitor ávido, virou poeta, novelista, dramaturgo, cientista,
filósofo e diplomata. Sua teoria sobre a natureza das cores, seus textos
científicos e obras literárias, como "Fausto" e "Werther",
encantaram o mundo e inspiraram composições de Mozart, Beethoven, Schubert,
Mahler e tantos outros. Seus ensaios filosóficos influenciaram Hegel,
Schopenhauer, Nietzsche, Jung e Wittgenstein. Até Darwin se deixou levar por
suas ideias.
O
símbolo do raciocínio da Renascença é, naturalmente, Leonardo da Vinci. Pintor,
escultor, arquiteto, músico, matemático, engenheiro, inventor, anatomista,
geólogo, cartógrafo, botânico e escritor, ele imaginou helicópteros, tanques,
calculadoras e baterias solares em seus cadernos, sem se preocupar em
publicá-los, ou mesmo se os protótipos poderiam ser executados.
Exceções
em suas épocas, esses tipos são cada vez mais comuns. Munidos de pensamento
crítico, multidisciplinar e inquisitivo, falando um créole multimídia que
impressionaria James Joyce, são eles que construirão novas formas de arte,
ciência e entretenimento, cada vez mais integradas, humanas.
Parte
cientistas, parte humanistas, parte artistas e parte empresários, eles retratam
uma geração desconfortável por não se adequar a modelos arcaicos de aprendizado
e prática profissional.
Seu
desconforto alerta para uma realidade em que ninguém pode mais se dar ao luxo
de se isolar em sua especialidade. Como na vida, o aprendizado surge da colisão
de ideias, por mais disparatadas que pareçam ser no início.
Na realidade cada vez mais a visão dogmática dá lugar a um raciocínio zetético. Não podemos nos acorrentar as velhas idéias usando antolhos que limitam nossos rumos. E essa juventude, muito bem adjetivada pelo cronista como geração pokemon, convive com as mudanças de uma forma natural e sem "pecado". Ousar é descobrir, ouvir é prudente, agir é evoluir.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
limerique
ResponderExcluirEstático era o conhecimento
No conteúdo e no pensamento
Mas pókemon surgiu
Novos modos sugeriu
E na velharia deu um casquento.