Ano 6 | PORTO ALEGRE | Edição 1851 |
De novo em Porto Alegre depois de uma saborosa estada no ABC. Nesta o ponto alto foi a palestra “A (a) ventura de ser professor hoje” para cerca de 200 pessoas dentro do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID da Fundação Santo André. Recebi a melhor acolhida da administração superior da instituição e um auditório muito atento acompanhou a fala durante cerca de duas horas.
Tirei centenas de fotos em uma das mais intensas tietagens já recebida. Autografei mais de 30 livros (seriam mais se houvesse trazido mais alguns exemplares de determinados títulos) de meus seis títulos. O registro imagético é de Jéssica Jaxonetti Ydi.
A caminho do restaurante, conheci externamente o imponente campus da Universidade Metodista de São Paulo em São Bernardo do Campo. Após almoçar com um grupo de professores da Fundação Santo André o Alexandre Ydi me trouxe a Guarulhos. Desta vez com um trânsito mais ameno por ser tarde de sábado.
Depois de um voo em uma companhia onde os assentos não reclinam em nenhuma de suas aeronaves (o que tem uma vantagem para usar o notebook) e até a água é paga, um pouco depois das 18 h estava na Morada dos Afagos.
A última edição dominical teve um desenho inédito: uma semana passada a limpo. Em agosto o design editorial caiu a gosto de alguns leitores. Assim, hoje, a proposta é bisada. Então, aqui está um pouco da semana que passou, com destaque aos comentários.
Na segunda-feira o assunto foi a proposta de introdução no currículo da Califórnia de conhecimento sobre contribuição de gays na história da humanidade. Apresentei, então, uma sugestão: o caso de Alan Mathison Turing (Londres, 23 de junho de 1912 - 7 de junho de 1954) um matemático britânico, que cedo se interessou pela ciência. A maior parte de seu trabalho foi desenvolvida na área da solução de mensagens criptografadas. Somente em 1975 – mais de 20 depois de sua morte – veio a ser considerado o pai da informática. Como homossexual declarado, no início dos anos 50 foi humilhado em público, impedido de acompanhar estudos sobre computadores, julgado por "vícios impróprios" e condenado a terapias, faleceu após ter comido uma maçã envenenada com cianeto de potássio. A sua morte foi oficialmente considerada como suicídio
Na terça-feira contei, que quando estivera na Rússia, ainda no começo deste mês, me surpreendera com a maciça campanha de desodorantes e assemelhados para uso masculino. Estes não têm ainda tradição de consumo, pois perfumar-se é/era algo muito particular do universo feminino. É preciso criar hábitos de consumo. Esta observação remeteu-me a um texto “Química perfumada” no qual Sabine Righetti conta que uma resumida história das fragrâncias, que envolve a descoberta da destilação, da extração de óleos e pela criação das moléculas sintéticas. Nos comentários, mais de um leitor evocou o excelente romance ‘O perfume’ de Patrice Süsekid. Essas retomadas dominicais ensejam que se tire do ‘porão’ dos comentários preciosidades trazidas pelos queridos e atentos comentaristas.
A edição de quarta-feira foi numa data ferreteada na história: 24 de agosto, que parece ser um dia com memórias aziagas. Enumerei várias lembranças macabras, onde destaquei a noite de São Bartolomeu: matanças, organizadas pela Casa real francesa católica, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses (chamados huguenotes). Lembrei que na história do Brasil não é imune a data é carregada data: em 1954, suicida-se o Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, (“Saio da vida para entrar na história”) originando comoção nacional, com quebra-quebras e arruaça em várias cidades brasileiras.
Como em 24 de agosto é comemorado o “Dia de Oxumarê“, data que a igreja católica homenageia “São Bartolomeu“. Oxumaré, símbolo da continuidade e da permanência trouxe algo que parecia ter as bênçãos de Oxumaré: Após tsunami, dinheiro de japoneses encontrado nos escombros retorna a donos. Os moradores das cidades japonesas destruídas pelo terremoto seguido por tsunami de 11 de março passado conseguiram reaver mais de 3,6 bilhões de ienes (cerca de R$ 76 milhões).
No comentário os leitores se dividiram: os japoneses seriam mais éticos que, por exemplo, os brasileiros?
Na quinta-feira, uma vez mais, as polêmicas religiosas foram destaque. O texto de Renato José de Oliveira – que publicou no seu blogue – educacao2010.criarumblog.com – "Elucubrações Agnósticas", catalisou as melhores discussões e em número de comentários – dezoito – foi a blogada recordista da semana. O livro História natural da religião, da autoria do filósofo e iluminista escocês David Hume (1711-1776) catalisou algumas das discussões. A mim sempre parece que os comentários ficam subvalorizado pelos leitores. Permito-me sugerir àqueles que estiverem interessados no tema revisitar os comentários argutos de alguns leitores na quinta-feira.
Na sexta-feira mais um texto de leitor convidado. Quando da discussão, em 19 do corrente: Tripartição do Pará: ¿Sim ou não? A extinção do trema entrou como Pilatos no credo. Entre os maiores saudosistas, Francisco Simões Escritor, Poeta, Professor propôs um texto feyerabendiano de sua autoria: ”Não trema, questione!” Mesmo tendo sido o segundo texto mais comentado na semana, as discussões centraram-se mais em aspecto políticos do (des)acordo ortográfico. Para mim. O trema, como Inês, está morto.
Neste sábado em dois tempos fiz evocações recentes, em dois cenários, da história do Brasil, que testemunhei. Primeiro, por estar no ABC recordei a expansão da indústria automobilística nos anos JK, e como consequência a mais decuplicação da população de
cidades da região em poucos anos. Ainda o surgimento de um sindicalismo forte entre os metalúrgicos com o surgimento de expoentes como ex-presidente Lula.
Outro evento recente recordado foi os 50 anos do “Movimento da Legalidade” que garantiu a posse do vice-presidente como presidente.
Esta uma vista d’olhos em uma semana que foi chuvosa e fria e que teve ainda tristezas de saber dos problemas de saúde do Roque e do Edni, como contei aqui na abertura da edição de sexta-feira.
Com votos de um bom domingo que quase despede agosto e se prepara para para receber o florido setembro, já com os ipês amarelos em flor um convite: leiamo-nos amanhã.
Caro Chassot,
ResponderExcluirMais uma vez este retrospecto hebdomadário nos lembra que suas postagens são prenhes de informações e os assuntos caem no gosto dos leitores. Meus cumprimentos pela sua performance, JAIR.
Meu Prezado Chassot! Vejo que a jornada paulista foi prenhe de sucesso e de autógrafos, com ouvintes sedentos de tuas boas novas. O resgate da semana é uma boa pedida, pois assim nos instiga a retomar algumas leituras que muitas vezes nos são impossibilitadas pela semana plena. Grande abraço e Bom Domingo. JB
ResponderExcluirCaro Chassot,
ResponderExcluirposso te imaginar cercado do teu "Fã Clube" autografando obras de tua autoria: bem merecido para um docente com mais de 50 anos de estrada. Parabéns pelo sucesso de tua Conferência no ABC.
Despeço-me com os votos de um bom domingo, mollhaaado de chuva!
Garin
Meu caro Jair,
ResponderExcluirtua validação a proposta desta blogadas é muito significativo para mim.
Obrigado pela parceria intelectual.
attico chassot
Meu querido Jairo,
ResponderExcluirrealmente conhecer o ABC teve fortes emoções no reencontro com meus leitores. Obrigado por apreciares a proposta dominical. Isto faz bem a este editor.
Com gratidão
attico chassot
Meu caro Garin,
ResponderExcluirfoi muito bom conhecer o ABC, que sei tão significativo na tua história.
Há mais de 30 anos meus textos, por generosidade de alguns colegas, são adotados e portanto foi reencontro com bibliografia que há muito adotam.
Com estima
attico chassot