21- Uma semana passada a limpo

Ano 6

PORTO ALEGRE

Edição 1844

Esta blogada dominical, gestada quase no ocaso do sábado, junto de uma lareira que crepitou – verbo que soa como onomatopaico – prenunciando um domingo que se diz – e parece difícil acreditar – teremos inclusive temperaturas negativas. Na busca de um assunto para esta edição olhei a semana aqui é vi esta merecia celebrações. As sete

blogadas renderam 93 comentários. Seja dito que de quase a metade sou autor, pois usualmente respondo a maioria. A primeira das sete edições foi evocação de saudades catalisada pelo dia dos pais. A foto da família Columbus – apreciada por alguns e detestada por outros foi ícone na edição que inaugurou a semana, dentro da tese que o domingo (mesmo parte do fim de semana) é o primeiro dia da semana.

Na segunda-feira o Prof. Guy B. Barcellos – também comentarista deste blogue – foi nosso cicerone a République de Maurice ou Mauritius um país do oceano Índico, com cerca 1,3 milhão de habitantes que cultua no seu brazão “Stella Clavisque Maris Indici” (Latim: "Estrela e chave do Oceano Índico"). As informações trazidas deixaram mais de um leitor com desejos de conhecer aquele para ecológico. As ilustrações e o relato são de impressionante beleza. Quem não leu a edição pode ainda ir a Mauritius.

Na terça-feira a crônica acerca do ‘cavalo humano’ de Paulo Santana promovido por um leitor de melhor cronista do Brasil como o melhor do Planeta não emocionou apenas, mas trouxe de vários leitores conhecimento de histórias similares. Paulo Marcelo Pontes conta que a história do cavalo lembrou a de Raimundo Jacó, vaqueiro assassinado no sertão pernambucano, que inspirou a música "Morte do vaqueiro", de Luiz Gonzaga. O cachorro foi fundamental para que encontrassem o corpo do vaqueiro, permanecendo sobre a cova rasa de seu dono ("Só lembrado do cachorro que ainda chora a sua dor"). Raimundo Jacó era primo de Luiz Gonzaga. Em sua homenagem, foi criada a Missa do Vaqueiro, que acontece todos os anos na cidade de Serrita, no mês de julho, no exato local onde o corpo do vaqueiro assassinado foi encontrado (o autor do assassinato permanece incógnito ainda hoje). Trata-se de um dos principais eventos culturais do Sertão.

A edição de quarta-feira trouxe um interrogante: ¿O que é misoginia? A resposta veio em um excelente texto de Antonio Ozaí da Silva, que analisa o livro Misoginia medieval e a invenção do amor romântico ocidental de R. Howard Bloch e apresenta uma lista respeitável de misóginos: Tertuliano, Jerônimo, Crisóstomo, Ambrósio, Santo Agostinho, Gregório de Nissa, Novaciano, Metódio, Clemente de Roma e Clemente de Alexandria, São Bernardo, Tomás de Aquino;Cesare Lombroso, Hegel, Schopenhauer, Nietzsche e… Proudhon! outros… Surpreendi com a ‘discutível’ lista de misóginos, mesmo que alguns não pertençam a minha paróquia. Por outro lado, estranhei a não menção a Paulo (ver: 1 Cor 7, 2-3). Tive nisso a concordância de um amigo teólogo.

Na quinta-feira, uma vez mais, foi oportunidade olhar alguns resultados do Censo de 2010. Então se analisou a matéria “Cresce o número de evangélicos sem ligação com igrejas” É significativo ver o esboroamento da ligação religiosa com igrejas instituição. Se não foi a edição mais comentada (12 comentários) foi aquela de mais extensas colocações. O livro História natural da religião, da autoria do filósofo e iluminista escocês David Hume (1711-1776) iluminou algumas das discussões. A mim sempre parece que os comentários ficam subvalorizado pelos leitores. Permito-me sugerir àqueles que estiverem interessados no tema revisitar os comentários argutos de alguns leitores na quinta-feira.

Na sexta-feira este blogue bateu um recorde de comentários: vinte e cinco. A possível divisão do Pará em três estados: Carajás, Pará e Tocantins foi iluminada com um texto do jornalista e historiador José Carneiro especial para os leitores deste blogue. Masis de uma dezena se manifestaram aqui contra a tripartição concordando que no balanço entre vencedores e perdedores, todos ficam com menos e quem paga a conta é o governo federal - ou seja, o contribuinte. Mesmo que houvesse apelo, não houve nenhuma manifestação a favor da partição. Uma curiosidade lateral: a partir do comentário do Prof. Guy “espero que a integridade do Pará não tenha o mesmo fim do meu saudoso trema” mais três leitores se manifestaram contra a extinção do trema.

Neste sábado a dica de leitura foi saudando a produção do livro “As Estrelas, uma viagem pela estrutura do átomo” de uma jovem professora goiana do Ensino Fundamental. Carla Cristina faz uma envolvente genealogia das estrelas. Devo dizer que me fiz aluno do ensino fundamental e aprendi sobre estrelas. Vale fazer o caminho inverso: vir do macro ao micro. Conhecer estrelas e aprender modelo atômico. Pareceu-me muito significativo que seu trabalho mereceu a ratificação de seis colegas que tem expertise em Ciências.

Com votos de um bom domingo um convite: leiamo-nos amanhã. Até então.