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quinta-feira, 6 de maio de 2010

06* Desde Canela no encerramento da reunião da AFHIC

Canela Ano 4 # 1371

Esta manhã, com a assembléia de encerramento VII Encontro de Filosofia e História da Ciência do Cone Sul termina nossa estada em Canela. Com a Esther Diaz e Silvia Rivera faremos, durante a viagem de retorno, turismo em Canela, Gramado e Nova Petrópolis, para o final da tarde chegar à Porto Alegre, de onde voltam a ocorrer as postagens a partir de amanhã.
Para narrar minha quarta-feira de atividades aqui corro o risco de sufocar meus leitores debaixo de um Himalaia de títulos e de palestras e seus expositores. Mas nãotenho alternativa diferente a descrever.

As três primeiras apresentações, pela manhã, foram mais específicas de Filosofia da Ciência:

Impregnação Teórica observacional e a racionalidade científica na obra de Thomas Kuhn, por Daniel Laskowski Tozzini (UFPR –Brasil).

Wittgenstein despues de Kuhn. Inconmensurabilidad y critica cultural por Silvia Rivera (UBA / Universidad Nacional de Lanús; UNC / CONICET - Argentina).

Pluralidad en la psicología actual. Problemas histórico-epistemológicos por Ana María Talak (UBA / UNLP - Argentina).

As três últimas exposições da manhã e as duas primeiras da tarde – intermediado por almoço em lugar excluvo para os participantes – foram de grupos que centram seus estudos no campo do reducionismo das disciplinas:

¿Por qué aceptar el reduccionismo ontológico? por Martín Labarca & Olimpia Lombardi (UNQ / UBA - Argentina)

O debate sobre o reducionismo na física contemporânea por Fabio Garcia Gatti (Instituto de Ensino Superior de Bauru - Brasil);

Duas formas de realismo contra a tese da redução da química à mecânica quântica por Nelson Bejarano (UFBA - Brasil).

Determinação descendente sincrônica, modelos de mecanismos e análise funcional por Nei de Freitas Nunes-Neto & Charbel Niño El-Hani (UFBA – Brasil).

Compartilhamento de conteúdos sem redução: um estudo de caso da Ciência do Esporte por Luiz Roberto Rigolin da Silva (Universidade Gama Filho - Brasil).

Na segunda parte da tarde, até por estar mais cansado, escolhi comunicações na área da divulgação da Ciência:

D. Pedro II e a Matemática por Ricardo da Silva Kubrusly; Regina Maria Macedo Costa Dantas (UFRJ - / Brasil).

Imprensa e Divulgação Científica no Centenário da Independência do Brasil por Araci Alves Santos & Nadja Paraense dos Santos (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ / Brasil).

A História da Ciência: uma ferramenta para a popularização da ciência no Brasil na década de 1950 por Marta Ferreira Abdala-Mendes (Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ/ campus Volta Redonda / Brasil).

A Ciência e os Sistemas - reflexões de Pedro Américo de Figueiredo e Melo por Nadja Paraense dos Santos (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Instituto de Química / Brasil). d Adito um destaque para esta quarta: aquelai que me trouxe a maior surpresa, pois tratou de Pedro Américo’ (1843-1905) muito conhecido como pintor brasileiro na transição do Império para Republica, mas que é autor da primeira tese de outorado de um brasileiro em Filosofia da Ciência defendida com muito brilho na Bélgica. Ele também é autor de doze trabalhos de filosofia natural, artes e romances.

A última palestra que assisti foi a de Esther Diaz: Perspectivas epistemológicas sobre la ciencia actual y el surgimiento del sujeto poshumano.Não poderia ter escolhido melhor clausura de ouro. Foi densamente profunda a palestra que começou com a narrativa da abertura de A Balada de Narayana do filme de Shohei Imanura, [não ouvira falar antes deste filme que se diz ser emocionante] onde se conta que, segundo costumes de um pequeno povoado japonês, quem chega aos 70 anos, quando fica sem dentes, deve se recolher ao topo de uma montanha para morrer. Ali pululam cadáveres insepultos e o jovem se despede de seu pai, honrando os deuses e o ancião se entrega ao repouso final, quando faltando água sobrando vento, não tardará chegar a hora de partida. Quem foge à regra atrai má-sorte para a família.

Então, Esther questiona a maneira como descartamos hoje os nossos velhos. As casas geriátricas – usualmente depósitos de adultos maiores – são um invento do Século 20 e quanto não se permite aos velhos morrer com dignidade, prolongando as vidas de humanos quase não vivos. Não se faz viver, se faz sobreviver verdadeiros ciborgues. Aditando então contundentes discussões acerca do que é humano. Apresentou a representação do Homo sacer, uma figura obscura da lei romana: uma pessoa que é excluída de todos os direitos civis, enquanto a sua vida é considerada "santa" em um sentido negativo. Ainda, pode ser morto por qualquer um, porém não pode ser morto em rituais religiosos. Esther perguntou quais Homo Sacer que são mortos impunemente hoje nas diferentes sociedades hoje. A tecnociência é parteira do pós humano. Esta tecnociência é simultaneamente a exacerbação e a diminuição do humano.

Como encerramento Esther passou a questionar uma racionalidade científica pretendidamente universal que nos arrastou ao anonimato técnico, e de apostar na buscade novas práticas científicas em que se resgate o desejo, se promova as liberdades individuais e se reafirme a existência. Concluiu dizendo: “Tal é o desafia que nós enfrentamos como, talvez, os últimos humanos. Que erramos entre a natureza e o artifício, a biologia e o digital, a genética e a máquina, o real e o virtual”.

Após a palestra assisti (parte) da assembléia de extraordinária da AFHIC. Depois a Gelsa e eu jantamos com o Ubiratan D’Ambrósio, Esther Diaz e Silvia Rivera. Encerro aqui de Canela, com votos de uma quinta-feira saborosa e aceno lermo-nos aqui amanhã, mais uma vez de Porto Alegre. Até então.

2 comentários:

  1. Muy querido Profesor Chassot,
    ¡Gracias por traernos los pensamientos de Esther Díaz! No puedo dejar de cuestionarme sobre la continua necesidad de diseccionar la "realidad" en polos opuestos. Para describirla es válido, pero en nuestra psiquis fusionamos todo y mismo con mecanismos artificiales, nos aprehendemos como un solo ser, integrado.
    Que tenga un buen viaje de regreso,

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  2. Apreciada Matilde,
    muchas gracias por tan precioso. Hoy he vivido el privilegio de estar cerca de 12 horas continuas con Esther Dias. Deseo pasar las emociones para la edición de blogue de mañana. Tengo por hora apenas la portada: Peripatéticos pós modernos. Así, perdóname por no comentar más atentamente sus sabias observaciones.
    Con gratitud y admiración
    attico chassot

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