TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

segunda-feira, 30 de abril de 2012

30.- PARA DESPEDIR ABRIL



Ano 6*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2098
As muito densas blogadas acerca da “Teoria” do Design Inteligente da semana que passou — as mais concorridas e discutidas nos quase seis anos deste blogue — fizeram esquecida a especulativa edição de 18 de abril que teve como manchete: ‘O elefante que quebrou (a perna d)o rei’.
Alertava, então, que se enganava, todavia, quem pelo título acreditasse que narraria uma fábula moral de Esopo. Não! Trouxe naquela edição uma história imoral, pois há algo mais quebrado que um quadril real no reino de Espanha de agora. Contesta-se a monarquia como forma de governo.
Na esteira do assunto, especialmente pelo ato desencadeador — Sua Majestade Real, Don Juan Carlos de Bourbon, Presidente Honorário da Fundação Mundial de Proteção à Natureza WWF caçava elefantes na Namíbia, na foto — surgiram vários assuntos acerca do comportamento animal.
Nesta última blogada aprilina de 2012, trago excertos de um interessante artigo, do qual fiz uma tradução livre. Pareceu-me oportuno compartir com meus leitores.
Poucas pessoas que convivem ou conviveram com animais vão duvidar de seus sentimentos expressos durante eventos comoventes e memoráveis ​​para seus proprietários. Um renomado etólogo [especialista em comportamento animal], o canadense Jeffrey M. Masson, entrevistado pelo jornalista espanhol Sebastian Moreno* quando ele publicou o livro "Quando os elefantes choram", disse que seria não-científico reduzir o comportamento animal só termos de hormônios, porque substância químicas, como a oxitocina, a serotonina, epinefrina e a testosterona — que se acredita afetando as ações e sentimentos humanos — também são encontrados em animais.
Estudos de campo desse reconhecido etólogo mostram que a maioria das pessoas que lida com animais sempre acreditou: que animais amam e sofrem, choram e riem. E mais, seus corações se elevam com a esperança e caem com desânimo. Sentem-se sozinhos, se apaixonam, apreciam a beleza, sofrem decepção ou são curiosos, olham para trás com nostalgia e sentem a felicidade futura. Este cientista relatou estudos impressionantes de muitos animais, não só os animais de estimação mais comuns, como gato e cachorro. Ainda mais, ele disse que os cães sentem mais do que qualquer outro animal, incluindo os seres humanos.
O etólogo apresentou estudos surpreendentes sobre o comportamento de muitos animais: aranhas, lobos, papagaios, macacos, crocodilos, ratos. Ratas, por exemplo, são muito sociáveis, capazes de adotar filhotes de coelhos, gatos e também são tão limpas quanto os gatos, pois estão constantemente higienizando-se. A higiene de ratos pode ser verificada no Hospital Ramon y Cajal, Madrid, em cujo sótão os ensaios para produzir animais de laboratório são importantes para o transplante, porque seu corpo é muito semelhante aos seres humanos. Prefere-se ratos ao invés de suínos devido a sua higiene. Um transplante de intestino completo foi realizado pela primeira vez na Espanha, neste Hospital, foi testado primeiro em ratos.
Um guia de uma reserva, distante cerca de 140 km, notou que no dia de uma caçada, 80 elefantes desapareceram dos lugares que frequentava; foram encontrados vários dias mais tarde, escondido no fundo da reserva. Manson relaciona este episódio com a recente descoberta de que os elefantes comunicam através de ondas de longe subtônicas, sons de baixa frequência que o ouvido humano não pode perceber.
Acerca dos elefantes e seu senso de solidariedade para com qualquer outra raça há um episódio com registros impressionantes e várias testemunhas. Durante um safári na África, como este que compareceram ao Rei de Espanha e sua comitiva, quando o rei fraturou o quadril, um grupo de animais, girafas, elefantes, rinocerontes, foram vistos fugindo em massa para a selva mais densa, perseguidos por carros e tiros dos caçadores.
Durante uma fuga, um rinoceronte pequeno foi preso em uma armadilha, incapaz de acompanhar o grupo. Os perseguidores furiosos ficaram surpresos quando viram um elefante, que era o último do grupo, virou um tronco esticado e salvou o rinoceronte do grupo humano de perseguidores. Manson ficou ainda mais espantado porque ele diz que o rinoceronte é o único inimigo natural do elefante.
Solidariedade entre os animais, uma lição para os humanos, tais como o Rei de Espanha que são capazes de fazer milhares de quilômetros e pagar muito dinheiro para a emoção de matar elefantes que viviam felizes.
*http://www.extraconfidencial.com/articulos.asp?idarticulo=9387#

5 comentários:

  1. Ave Chassot,

    choquei-me revoltado ao ver esta foto.
    Admira-se que ainda hoje haja quem veja como "esporte" abater friamente um mamífero, com desenvolvidíssimo sistema nervoso e ameaçado de extinguir-se. Justifica-se sua caça por excesso de população, no entanto acho cruel e grotesco caçar por caçar... Mesmo assim o Rei merece nossa indulgência. Deixou-se levar pela infeliz tradição de caça dos monarcas (que deveria ser cassada) e acabou sendo espinafrado pelos ecologistas... Mas pediu desculpas, retratou-se. Pior são os nossos corruptos, que caçam os recursos elefânticos na savana de Brasília, são pegos de rifle e caça nas mãos (e cuecas) e negam piamente. Estes sim são os predadores.
    Va tacito e nascosto l'astuto cacciator...
    Grande abraço e bom início de semana,
    Guy.

    ResponderExcluir
  2. Caro Chassot,
    Sobre essa excrescência chamada rei Juan Carlos, já escrevi e me recuso e comentar. Mas, sobre animais e seus comportamentos "humanos" gosto demais desse assunto. Para ilustrar o que você contou sobre os animais quero lembrar aqui de uma cena que vi no canal Animal Planet. A cena era de gazelas bebendo água num rio cheio de crocodilos. Um crocodilo levanta-se subitamente da água e tenta abocanhar o pescoço de um daqueles ruminantes, o que consegue parcialmente, já que a gazela sai com um salto da beira do rio. Ela fica muito ferida e não consegue manter-se em pé, cai. De uma maneira que impressiona e comove qualquer espectador, um rinoceronte que estava fora da água se aproxima da gazela caída e enfia seu focinho por baixo dela e a levanta, ela cai de novo. Mais uma vez, lá vem o rinoceronte e "alavanca" a gazela, só que desta vez ele continua servido de escora até que ela consiga manter-se em pé sozinha, o que acontece depois de um ou dois minutos. Quando a gazela consegue dar seus primeiros passos, o rinoceronte fica monitorando de perto para ela não cair e só se afasta depois que que ela sai caminhando aos tropeços, mas visivelmente sobrevivente do ataque que fora alvo. Abraços zoológicos, JAIR.

    ResponderExcluir
  3. Caro Mestre, eu já falei que reis atualmente só prestam para desperdiçar dinheiro público, atirar nos animais e, eventualmente, no próprio irmão!
    Uma das justificativas para os safáris seria a de que devido à restrição às caçadas, teria inflado substancialmente a população dos elefantes naquele local, causando problemas para a civilização em torno...como ocorreu com os jacarés do pantanal matogrossense.
    O homem sempre encontrará justificativas para matar animais e até seus semelhantes, em safáris e guerras...
    Abraços!

    ResponderExcluir
  4. Caro Chassot,
    ficou muito bonita a nova fachado do teu blog; com relação à blogada de hoje, poderia te dizer que vivi muitos anos entre os animais e comprove essa sensibilidade em vacas, porcos, ovelhas etc. Quando um animal era sacrificado, havia uma comoção animal de forma geral.

    Um abraço,

    Garin

    ResponderExcluir
  5. Sim, há probelmas de controle de natalidade de elefantes em reservas protegidas... Isso é verdade, como disse o Leonel... Mas não se justifica o COMPORTAMENTO DE CAÇADA. ISTO Não! Creio que pode-se recorrer a um controle de natalidade de elefentantes sem recorrer necessariamente à prática da caçada... Digo isso porque esta prática deve ser evitada para que não ganhe novos adeptos, para não ser estimulada... Digamos que não é necessário estimular este tipo de comportamento em um ser humano...

    É um tipo de "diversão" que podemos muito bem dispensar.

    Nos tempos e com a moral atual ver/imaginar animais fugindo de um caçador não é uma imagem socialmente aceita... Não mais. Pega mal e, se o rei da Espanha não tinha atentado para este detalhe, então é bom ele se situar... o mundo já não tolera mais esta visão vitoriana do homem (centro da criação) e da natureza ("feita" para uso e deileite do homem), onde se faziam safáris para empalhar cabeças a serem colocadas em cima da lareira... Safari hoje, só o fotográfico e a natureza agradece...

    Somos parte da natureza, a idéia de usufruir da natureza e que esta está ao nosso dispor, que os recursos são inesgotáveis é apenas uma ficção. A preservação das espécies e dos biomas é importante incllusive para nossa sobrevivência...

    E espera-se que um rei, ou qualquer outro governante, tenha hoje um mínimo também de educação ambiental. Por isso a foto é tão chocante... Pessoas públicas são formadoras de opinião. Será que o rei da Espanha não sabe disso?

    Agora, concordo com JAIRCLOPES... falar de comportamento animal é muito bom! E muito instrutivo...

    Concordo também com o Massot, citado pelo Attico, que comportamento humano/animal não é só uma questão de hormônios e substâncias químicas agindo sobre nossa fisiologia cerebral... Mas é bom lembrar que é isto também... Nós humanos também estamos sujeitos a estas substâncias e precisamos entender o intrincado jogo entre neuroquímica, hormônios e o "algo mais"... É importante para lembrar que somos seres vivos, animais, sujeitos em parte à nossa biologia, em outra parte à sociedade e à nossa individualidade... A coisa é complexa...

    ResponderExcluir