Ano
6*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição
2094
Uma vez
mais a ‘Teoria’ do Design Inteligente (TDI) é tema aqui; reconheço que já é a
quarta edição consecutiva. Sei que o assunto desagrada a alguns. “Caro
Chassot, continuo me
recusando a gastar meus parcos neurônios nessa polêmica estéril sobre
criacionismo. Enquanto durar o foco nessa pseudociência e seus seguidores
bitolados, deixarei de comentar no teu blogue”.
Minha
leitura é um pouco diferente. Um blogue que pretensamente quer fazer alfabetização
científica deve ser a ágora onde esses assuntos se discutem.
Um
eminente biólogo escreveu: Caro Professor, novamente foi muito bom ler os
textos do seu Blog e seus comentários. Passei o tema também para os meus alunos
e minhas relações de grupo no Facebook.
Nestas
discussões, sempre lembro uma frase: “Crença não constitui uma teoria”, na
crença não existem fatos verificáveis.
Com
certeza, “Se a Teoria da Evolução for REFUTADA, outra teoria CIENTÍFICA entrará
em seu lugar... Não existe esta quimera de achar que, se a Evolução cair, o
criacionismo seria imediatamente aceito.”, como escreveu Silvia Gobbo,
criacionismo ou DI, não seria assim. Gostei muito da frase do prof Guy Barcelos
“Vimos aqui o Thomas Huxley respondendo ao Richard Owen...”. Parabéns pelas
explicações e argumentos, Martin Sander
Dou voz a
seguir ao paleontólogo Prof. Dr. Mario Alberto Cozzuol, da UFMG que inaugurou
este debate aqui em 02 de abril. Há aqui uma tréplica muito mais contundente e
mais embasada do que aquela que escrevi ontem.
Graças à generosidade do
Prof. Attico, agrego algumas reflexões a as expostas dias atras, agora a luz da
réplica do Dr. Marcos Eberlin. Fiquei surpreso com o texto porque esperava
argumentação, mas achei somente perguntas. Algumas até pertinentes, mas a
maioria meramente retóricas. Todas podem ser resumidas em apenas duas:
1. É a DI uma teoria com status científico ou é apenas criacionismo disfarçado?
2. Ela tem realmente laços estreitos com crenças religiosas.
1. É a DI uma teoria com status científico ou é apenas criacionismo disfarçado?
2. Ela tem realmente laços estreitos com crenças religiosas.
A primeira já foi respondida
várias vezes. A DI não é ciência porque não pode ser testada, como o método
cientifico requer. Mas então, porque alguns cientistas destacados a apoiam,
como o próprio Dr. Eberlin? Ele e outros fazem parte da estratégia denominada
em inglês de “Wedge”, ou Cunha, em português, que já foi mencionada nos
comentários à resposta do Prof. Attico de ontem.
Sem entrar em tecnicismos,
as evidências científicas de DI sempre mencionadas, como a “complexidade
irredutível” do flagelo bacteriano e outros exemplos já tem sido desmitificadas
(http://www.talkdesign.org/faqs/icdmyst/ICDmyst.html). O Dr. Eberlin tem um
exemplo da sua preferência, os aminoácidos, compostos bioquímicos que
constituem as proteínas nos seres vivos. Eles existem nas formas L ou D,
segundo suas propriedades geométricas. Ele destaca que a vida é constituída
apenas por L-aminoácidos o que só pode ser explicado por design, não por
seleção natural. O que me surpreende é que muito facilmente achei referencias
que mostram que isso não é absoluto
(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000200046&script=sci_arttext)
e que isso é conhecido já faz um tempo. Como é possível que ele, um
especialista não soubesse? É claro que a maioria dos aminoácidos dos seres
vivos são L, mas essa minoria de D-aminoácidos mostra, no contexto da DI, uma
“falha” inexplicável para o design, mas que não é falha num contexto de seleção
natural, apenas variação normal e esperável. Aquelas “belas falhas” nas que
Darwin se debruçava porque são muito mais informativas que a perfeição.
O Dr. Eberlin acusa os
detratores da DI de serem autoritários e promover perseguição sobre os seus
proponentes. O que gostaríamos de ver é quais são as credenciais de tal
“teoria”, o que toda vez é evitado, como o foi no seu texto. A afirmação de Dr.
Eberlin "E que vença a melhor teoria, a que estiver seguindo os dados, e
do lado da razão!" mostra que eu estava certo ao suspeitar que ele
desconhece os a metodologia científica. Dizer que a teoria segue e se origina
nos dados acumulados é conhecido como inductivismo que é epistemologicamente
falho, sendo substituído pelo método hipotético-dedutivo. Curiosamente Darwin,
que viveu no auge do inductivismo, sabia que não era assim que a mente
funciona, tanto que escreveu para Charles Lyel, em 1860, que “Without the
making of theories I am convinced there would be no observations” (Sem se fazer teorias estou convencido que
não pode existir observação).
O Dr. Eberlin ainda,
compara-se, ainda que indiretamente, com Pasteur e Copérnico. Foi uma
comparação pífia, por dois motivos. Primeiro porque muitos dos que tem suas
ideias refutadas refugiam-se nessa estratégia, colocando-se no mesmo patamar
que grandes homens perseguidos na sua época (como o fazem os defensores da
existência do pé-grande, ou do mapinguarí nestas latitudes). Porém, para cada
grande mente injustiçada teve milhares de pessoas erradas que estavam apenas
erradas mesmo. Segundo, porque expõe seu desconhecimento da história. Copérnico
nunca foi perseguido. Ele teve inclusive o apoio do papa Clemente VII. Pasteur,
por sua parte, não só não foi perseguido, mas amplamente reconhecido em vida.
O Dr. Eberlin se pergunta se
os detratores da DI leem os livros que sustentam essa “teoria”. Sim, os lemos.
Inclusive o escrito por ele. E justamente nele nos mostra que desconhece não
apenas a teoria evolutiva modera, mas ate os dados que ele utiliza. Quando fala
do LUCA (sigla para último acentral comum universal, em inglês) se refere a ele
como “o primeiro ser vivo”. Last, em inglês, último, em português... tem uma
dica aí. Não é o primeiro ser vivo, é o mais recente acentral a todos os seres
vivos modernos, implicando que muitos milhões de anos de evolução se passaram
para chegar até ele. Por todo isso preocupa-me que um pesquisador que, pela sua
posição na academia hoje não pode reclamar de ser perseguido, exiba semelhante
despreparo.
Finalmente a segunda
pergunta. A DI tem realmente laços estreitos com crenças religiosas?
Isso também já foi
respondido, inclusive no famoso julgamento de Dover, já mencionado nos
comentários de postagens anteriores (a transcrição completa do qual pode ser
encontrada aqui:
http://www.aclupa.org/legal/legaldocket/intelligentdesigncase/dovertrialtranscripts.htm).
Mas se restava alguma dúvida, basta ver o já citado documento “Wedge” do qual
um dos autores citados pelo Dr. Eberlin (Stephen Meyer) é co-redator, pelas
declarações do Dr. Michael Behe reconhecendo seu objetivo de uma ciência
cristã, e do próprio Dr. Eberlin, como esta explicito no texto do Prof. Attico
de ontem. Não que um cientista não possa ser religioso. Já foram apresentados
por aqui exemplos de sobra de casos assim. O que não é admissível é forçar
dados para concordar com certa interpretação literal da religião.
Não, quem defende a teoria
evolutiva moderna não quer que seus críticos se calem, queremos, apenas, mas
nada menos, que forneçam dados e hipóteses bem fundadas, não delírios e meias
verdades. Não tem cale-se aqui, Dr. Eberlin, tem apenas um explique-se.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns ao Dr. Cozzuol pela replica pertinente, sucinta e incisiva.
ResponderExcluirO Dr. Eberlin parece requisitar uma "cadeira a mesa" do debate sobre a vida para os quimicos e bioquimicos, uma cadeira que já está cedida a tempos. Quem não senta nela, por falta de mérito, são os proponentes do Design Inteligente.
A réplica comum a essa colocação já foi dada pelo Dr. Eberlin: a perseguição academica que os neo-criacionistas sofrem. Acho estranha essa colocação vinda de um cientista tão bem colocado na comunidade científica. Inclusive, mesmo se o Dr. Eberlin cessasse toda e qualquer atividade científica convencional e se dedicasse exclusivamente à investigação científica do DI (como quer que isso seja), mesmo assim ele ainda teria uma produção intelectual o suficiente para ofuscar qualquer critica sobre sua ausência de compromisso acadêmico.
De fato, isso advogaria em favor de seu compromisso com suas ideias de que DI é ciência. A vasta produtividade do Dr. Eberlin com certeza continuaria nessa nova linha de pesquisa, colecionando uma quantidade de informações sem precedentes para o DI, visto que até o momento essas evidencias são extremamente escassas e meramente interpretativas. Ou seja, o Dr. Eberlin tem uma oportunidade talvez unica no mundo para estabelecer o DI como ciência, se ele de fato for.
Ou talvez o Dr. Eberlin não tenha o compromisso que ele clame ter com o que ele percebe como "realidade". Talvez o DI não seja testavel por ciência (não importa o quão "fringe" ela seja). Talvez seja por isso ele não apenas deixa de fazer DI como ciência, como também publica uma ciência que contradiz os preceitos do DI.
Em outras palavras, se nem os cientistas que defendem o DI o levam a sério, porque outros cientistas deveriam se sentir minimamente persuadidos?
Alexandre de Lavras-MG.
ResponderExcluirCaro professor, acredito que ficar alimentando este tipo de polêmica, que leva do nada a lugar nenhum, é perca de tempo.
Estou achando falta das outras blogadas, onde o senhor sempre nos presentava com fatos/notícias interessantes e faziam-nos refletir ao longo do dia.
Um grande abraço!
Caro Chassot,
ResponderExcluiré interessante ouvir diferentes prismas de uma mesma questão. Isso serviu para eu reforçar minhas convicções de que a TDI, para ser reconhecida como ciência, necessita reforçar seus argumentos comprobatórios.
No mais, votos de uma ótima quinta-feira!
Garin
Ao contrário do Alexandre de Lavras. Considerao o debate bastante prolífico... Se vamos discutir ciência, então temos que conhecer os limites da ciência. O que é ou não cientifico. Quando aparece um cienstista, como o Dr. Eberlin aqui, dizendo que o DI é uma ciência, ou pior usando o termo "teoria" científica... isso é preocupante.
ResponderExcluirÉ extremanente importante, em educação científica, que a população saiba pelo menos diferenciar o que é ciência, o que é pseudo-ciência e o que é ciência ruim.
Tem muita gente por aí comprando a preços exorbitantes uma tal "água magnetizada", pulseirinhas holográficas, remédios ineficientes, etc... E estas coisas são vendidas como sendo "cientificamente comprovadas". Basta colocar um ator de jaleco e óculos na propaganda.
Este é o grande desafio da educação científica: permitir ao cidadão comum separar ciência de pseudo-ciência, de ciência ruim.
Astrologia é científico? Não, não é! Homeopatia é científico? Não, não é. No primeiro caso é pseudociência e no segundo caso é ciência ruim.
Portanto discutir Teoria da Evolução versus Design Inteligente é importante. Até em termos de saúde para a população, já que a TE tem um modelo que explica porque não podemos tomar antibióticos indiscriminadamente pois a seleção natural pode deixar os patógenos mais resistentes. Qual a explicação que o DI tem para isso? Foi Deus(es) que deixaram os patógenos mais resistentes?
Eu preciso destas explicações científicas, como a dos antibióticos, para direcionar os atos do meu dia-a-dia, como simplesmente seguir a risca a receita médica relacionada a antibióticos.
Não tenho nada contra a religião, muito pelo contrário. DI é religião. Só acho que isto tem que ficar bem claro. Não se deve confundir a cabeça das pessoas chamando de ciência aquilo que NÃO É.
Se a pessoa quiser acreditar que que os dinossauros conviveram com humanos e morreram porque não couberam na arca de Noé, não tenho nada com isso... da mesma maneira que se alguém quiser acreditar em duendes, fada do dente, cuca ou saci-pererê, também não tenho nada contra. Crença é algo muito pessoal que depende inclusive das idiossincrasias de cada pessoa...
Mas eu tenho TUDO CONTRA isso ser ENSINADO NA ESCOLA, como vemos o dr Eberlin e outros criacionistas defendendo aqui neste vídeo (fala do dr Eberlin está a partir de 5:35 min.): http://www.youtube.com/watch?v=PZokHt1Z3iM
Realmente as pessoas precisam conhecer o conteúdo curricular que criacionistas como dr Eberlin tem defendido e divulgado Brasil afora. Vejam este vídeo e me digam o que acharam...
E isto não está longe não... está aqui no nosso quintal, ou melhor na nossa SALA DE AULA, como pode ser visto no conteúdo desta lousa de um professor DE HISTÓRIA (aula de história não de religião!) que veio a publico e atualmente é assunto na pauta do Ministério Público: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=203655819745009&set=a.203655733078351.40717.100003017786787&type=1&theater
Como eu disse antes não tenho nada contra a religião, NÃO ESTOU pedindo tempo para ensinar ciência na igreja (apesar de que isto poderia ser interessante...) estou pedindo que NÃO SE DÊ TEMPO que deve ser dedicado aos conteúdos curriculares escolares para se ensinar religião.
Por isso, meu caro Alexandre de Lavras, o debate aqui é mais importante do que parece, e pode decidir mesmo se este país será um dia o "país do futuro" inserido em um mundo tecnológico.
Boa noite, Mestre!
ResponderExcluirParece que você deu uma pedrada numa casa de marimbondos!
É mais fácil conciliar gremistas e colorados ou chimangos e maragatos do que se chegar a um consenso sobre este assunto!
Mas, continuo achando que ninguém tem respostas defnitivas.
Receio que a nossa ciência ainda tenha muito a descobrir antes de ser capaz de apresentar alguma teoria mais consistente sobre as origens do universo e da vida!
Mas, pela quantidade de comentários e discussões, pode-se ver que o assunto é apaixonante...
Abraços!
Prezado Mestre Chassot,
ResponderExcluirÓtima discussão.
Em 2010 apresentei meus argumentos contra os do Prof. Marcos Eberlin:
http://www2.unesp.br/revista/?p=2256
cordialmente,
Roberto Berlinck
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRoberto G. S. Berlinck...
ResponderExcluirGostaria de entrar em contato com vc...
Me adicione no Facebook...
Oi Silvia,
ExcluirVeja meu blog quipronat.wordpress.com
Abraço,
Roberto
Estimado Roberto, chego aqui (tentei postar isso no quipronat.wordpress.com mas não tive sucesso)para agradecer a distinção que ofereceste ao meu blogue nesta semana quando as sumarentas discussões centraram-se na assim chamada “Teoria” do Design Inteligente. Presenças como a tua qualificaram a discussão.
ResponderExcluirObrigado pela parceria intelectual no fazermos (com os blogues) alfabetização científica.
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
www.professorchassot.pro.br
Caro Chassot,
ResponderExcluirPorque não conseguistes deixar comentário no meu blog? Deu algum problema?
Reparei que a resposta do site do wordpress está meio esquisita mesmo.
Quanto à discussão: infelizmente sem fim, por diferentes motivos de cada lado. Pretendo comentar isso lá no "Química de Produtos Naturais" daqui a algum tempo, pois estou lendo sobre o assunto (não sobre o DI, mas assuntos relacionados).
Enquanto isso, para os que se interessarem em ler alguma coisa que escrevi sobre isso, sugiro uma busca no sistema de busca do blog quipronat.wordpress.com, utilizando os termos "design inteligente".
abraço e sucesso com seu trabalho aqui no blog, Chassot.
Roberto
Peguei o bonde andando, li pouco sobre a matéria, mas darei um breve “pitaco”: Primeiramente os debates são estimulantes e de grande importância intelectual. São teses, antíteses, são conjecturas, pensamentos filosóficos e algumas evidencias cientificas conhecidas. Bem não me ocupei no passado dessas discussões, FREE WILL x DETERMINISMO, criação “assistida” por algum designo teológico ou espontâneo e por ai vai. Parecem como os “Drashes” ( estudos de passagens do Torá) judaicos, exempli gratia, o Sacrifício de Isaque, que periodicamente é tocado na Schul ( “escola judaica, em Yidish) por Rabinos - e nunca uma resposta final é esperada ser encontrada. Porem os Drashes não são exercício de futilidade. São pontos fora do “gráfico do cotidiano” que estudado sob vários ângulos, nos da “pano de manga mental” e nos estimula a sondar o imponderável. Fora isso a resposta da Origem da Criação é uma discussão ate certo ponto inana, se procurarmos respostas definitivas. Alias, quem nos garante que respostas podem ser definitivas? Ai teríamos de falar em referenciais, e discutirmos metafisica - e essa seria outra vertente do pensamento Quântico ou Relativo.
ResponderExcluirBem finalizo desse modo, pedindo aos senhores sábios e Pensadores, perdão pela minha simplicidade ou mediocridade. Eu creio que tudo, em ultima analise, se baseia num conceito de fé. De acreditar em algo piamente baseado no imponderável dessa crença. (Há definições melhores de “fé”). Para os que creem num Deus atuante que tinha em seus planos a criação humana, é completamente desprezível se essa criação ocorreu em seis dias ou eras, se foi usada a evolução ou não no processo divino esse. Alias dias ou décadas é, para mim, imaterial. Considero o Tempo um parâmetro, em meu ver, somente de medida. Eh a “vara de medir” o espaço decorrido entre um “tique e tac”. E como o “metro”, uma barra de platina em Paris. É uma mera ferramenta para se medir a massa e a cinética que formam a energia. Mais isso também é uma vertente outra, tão debatível como essa da Criação.
Bem, tentando por meus pensamentos novamente nos trilhos da Criação, creio que ela É. Como Ela ocorreu é na sua cabeça: se voce é um ateísta, a Criação foi fortuita. Se voce for um teísta, pela fé, (não precisa debater ou explicar NADA) ela foi resultado de um processo divino. Dai o tema esta ancorado, em ultima analises, na Fé: E esta é dita na Filosofia Paulina, e em vários outros textos sagrados, ser um dom, uma dadiva divina.
Ora, uma dadiva meu carro Doutor é um presente. Presente não e necessariamente algo disponível a todos. Uns o tem outros não. E aqui fico eu, na pequenez de meu raciocínio, sem citações ou bibliografias.
Um Grande dia para todos Voces. Que o Universo/Deus os abençoe. Sam de Mattos, Jr.