Ano
6*** Porto Alegre ***Edição 2073
Gosto
de surpreender meus alunos com a pergunta: Tu
já foste servido por teus Robôs hoje? Muitos me olham constrangidos, e
dizem um resmungado não.
Eles,
certamente até se pensam excluídos, imaginando que não pertencem a uma classe
social que tem robôs humanoides, que fazem serviços de mordomos metálicos piscantes,
dotados de habilidades como arrumar a casa, lavar e passar roupa, ou, ainda, põem
a mesa e colocam as crianças para dormir, típicos de filmes de ficção
científica.
Digo
que se esqueçam destes robôs, que os teólogos já questionam acerca de
conferir-lhes o sacramento do batismo e os juristas já estudam leis para leva-los
a julgamento. Um robô que desliga um respirador artificial em uma UTI levando
um paciente à morte merece ser julgado e condenado? Qual a pena que deve
ser-lhe imposta? E se ele é batizado e morre sem arrepender e ter feito uma
confissão vai para o inferno?
Muitas
vezes quando consulto o Google (especialmente, o Google Scholar ou Acadêmico) me
imagino (permito-me lembrar: imaginar é
fazer imagens) como começavam nossas pesquisas, há um tempo não muito
distante. Usualmente lendo dezenas de revistas, procurando nos sumários e nos
resumos algo que pudesse nos ajudar na busca de referenciais teóricos e a delimitação
do estado da arte sobre o objeto de nossa investigação. Claro, que tudo isto
contando com a limitação de biblioteca(s) às quais podíamos ter acesso físico.
Quem
faz isto hoje? Os robôs do Google. Nem imaginamos como eles são fisicamente. Mas
sabemos que são de uma eficiência incomparável, superando ao melhor dos
bolsistas (que era quase, um escravo do pesquisador), que em uma semana não
faria um cagagésimo daquilo que os robôs do maravilhoso Google sapiens faz em
frações de minutos.
Breve
saberemos mais sobre os robôs do Google acerca dos quais hoje nem fantasiamos. Os primeiros traços de
humanidade incorporados por máquinas já começam a aparecer, em grande escala,
nas ferramentas de buscas.
A
Folha de S. Paulo de 02ABR2012, em seu caderno de tecnologia informa que um
engenheiro sênior do Google, disse ao "Wall Street Journal" que, nos
próximos meses, o mecanismo de busca da empresa será mais parecido com "a
forma como os humanos entendem o mundo". É a próxima geração das buscas,
processo em curso "há vários anos", segundo ele.
Agora
imagine uma garotada da Positronic, uma equipe de robótica vinculada ao Colégio Santa Emília, de Olinda,
Pernambuco, produzindo, sob a liderança do Prof. Paulo Marcelo Pontes, uma
banda formada por robôs, travestidos de Beatles, que cantam e tocam as musicas e
casais de robôs construídos pela equipe dançam ao som do grupo de Liverpool.
Este grupo foi selecionado em concurso nacional, para
representar o Brasil na Robocup Junior Dance campeonato mundial de robótica, no
nível 2, na Cidade do México, México, em junho de 2012.
Este blogue, já há mais de um mês, se engajou em uma
campanha para conseguir fundos para que as meninas e os meninos da Positronics
possa representar o Brasil. Na coluna a direita se pode conhecer mais o grupo e
também se pode ajudar com valores a partir de DEZ reais. É fácil autorizar o
crédito num processo seguro que estão na coluna referida. Aliás, quem fizer a
doação poderá receber um brinde e ainda experimentar uma maneira muito especial
de fazer transferência de valores na Web.
Eu já estive no Santa Emília trabalhando com os
professores, admiro o Professor líder do grupo e sei do trabalho da Equipe, por
isso apoio a Positronics e torço para que consigam ir ao México. Esta aí uma
maneira diferente de fazer Educação.
Torce tu, também, está gurizada merece!
Caro Chassot,
ResponderExcluirComo leitor de Asimov, sou fã de robôs e até tenho dois deles cujas performances são interessantes. Vivemos cercados pelos robôs e sem sua assistência talvez nossa vida diária fosse mais complicada. Cumprimento esses estudantes pela conquista, o direito de representar o país num campeonato de robótica. Abraços eletrônicos, JAIR.
Caro Attico,
ResponderExcluirobrigado por teu empenho em apoiar nossa equipe. É uma honra para nós termos seu apoio e confiança, numa tarefa tão difícil quanto a de representar nosso país em uma competição de elevado nível. Faremos o melhor de nós para produzir algo fantástico.
Grato por tua acolhida!
Abraços,
PAULO MARCELO
Para quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho da equipe:
ResponderExcluirwww.facebook.com/positronicsrobotica
Caro Chassot,
ResponderExcluiracho que a função dos teólogos, em relação aos robôs, podem ir bem mais além do que se preocupar com esses detalhes que tu levantas. Veja bem, há situações em que os robôs assumem a condição de divindades, especialmente no âmbito das ciências da natureza; há tanta admiração diante da rapidez e eficiência de determinadas máquinas que pesquisadores,ditos cientistas, simplesmente se 'ajoelham' diante dessas máquinas fantásticas. Entendo que o questionamento que podemos fazer é se a adoração de uma máquina torna as pessoas mais humanas ou mais submissas. De qualquer forma, considerando as máquinas robóticas divindades ou não, acabamos todos seguindo suas orientações e 'realizando suas sagradas vontades'. Qual mesmo seria a diferença entre esses deuses e outros pregoados pelas religiões?
Um abraço,
Garin