Ano
6*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2079
A blogada
desta quarta-feira mostra a repercussão política de uma situação acadêmica presente
no cotidiano das Universidades. Um exemplo de quanto um título mal havido pode
repercutir muitos anos depois.
O presidente da Hungria, Pál Schmitt, anunciou sua renúncia neste 02 de
abril, diante do Parlamento após ser acusado de plagiar sua tese de doutorado.
Em seu discurso, Schmitt assegurou que decidiu renunciar porque o caso acabou dividindo
a opinião pública e um presidente tem que 'simbolizar a unidade da nação'.
Schmitt, nascido em 13 de maio de 1942, foi presidente da Hungria desde 6
de agosto de 2010; ex-presidente do Comitê Olímpico Nacional húngaro e vice-presidente
do Comitê Olímpico Internacional de 1995 a 1999. Ele foi um esgrimista
bem-sucedido antes de entrar para a política. Conquistou duas medalhas de ouro
na prova de espada por equipes nos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do
México, e nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique.
O escândalo veio à tona após a revista HVG ter divulgado, em janeiro,
que grande parte da tese de doutorado do presidente teria sido copiada de
diversas fontes. Depois de averiguar as denúncias, a faculdade de Medicina da Universidade
Semmelweis* de Budapeste decidiu cancelar o título de doutor de Schmitt no
final de março. Uma expressiva maioria dos membros do conselho docente da
universidade (33 votos favor da retirada do título de doutor, com apenas quatro
contra).
Em comunicado divulgado anteriormente, a Universidade disse que uma
grande parte da pesquisa do agora ex-presidente consistiu na tradução literal
de outras fontes, que, por sinal, não constavam nas referências do trabalho
acadêmico. Sob o título 'Análise do
programa dos Jogos Olímpicos modernos', a tese fora aprovada em 1992, 18
anos antes de Schmitt assumir o cargo de presidente da Hungria.
"Diante desta situação, sinto-me na obrigação de renunciar meu
mandato presidencial", afirmou Schmitt. Ele criticou a comissão que
decidiu tirar seu título e disse que foi tomado uma decisão sem conhecer sua postura.
Schmitt ainda anunciou que apelará dessa decisão e levará o caso até os
tribunais.
Hoje é cada vez mais fácil copiar e colar; mas, não é mais difícil localizar
as fontes de cópia. Há que referenciar.
* O nome da Universidade evoca-me um dos maiores nomes
da História da Medicina: Ignác Fülöp Semmelweis, que já está assuntado
para a blogada de amanhã.
Mestre Chassot! Esta tem sido uma das coisas das quais mais tenho debatido entre os alunos dos cursos técnicos, quando realizam trabalhos para apresentações em sala de aula e nao trazem a origem de suas pesquisas. O plagio é tao comum nestes ambientes de estudos que me deixa perplexo. A maioria dos colegas não exige isso dos alunos, e cada vez mais se utiliza o "copia cola", que já é uma atitude que demonstra "falta de criatividade e preguiça". Agora, alem da simples cópia, deixar de dar crédito a quem de direito, para mim, é o cúmulo... Abraços - JB
ResponderExcluirCaro Chassot,
ResponderExcluirse em 1992 a praga do plágio acadêmico já representava uma ameaça imagine agora quando o Dr. Google (tua postagem de ontem) facilita o trabalho (ou seria a preguiça) dos acadêmicos. Quase não há tema sobre o qual não exista algumas linhas, pelo menos, em algum site da internet. É por isso que estou tentando instalar uma versão do Farejador na minha máquina.
Um abraço,
Garin
Caro Chassot,
ResponderExcluirAcho que o que se tem que rever é o conceito de plágio. Como agora qualquer pesquisa sempre tem um pé na internet via Google, é extremamente difícil determinar quem copiou o que de quem. Não quero livrar a cara desse Schmitt, só acho que não devemos julgar com muito rigor os outros, talvez estejamos "plagiando" sem saber o tempo todo. Abraços não plagiários, JAIR.
Boa noite, Mestre!
ResponderExcluirGostei do comentário do Jair, pois de vez em quando eu dou uma plagiada nas ideias dele!
Mas, coisas como essa só acontecem em países sérios!
Aqui, já se falou que até o currículo da nossa presidente era meio fajuto, pois tinha um suposto doutorado que ela nunca fez! Ela se limitou a dizer que tinham escrito errado e não percebera!
Mas, aqui é Brasil! E eu mesmo não quero que ela renuncie por isto!
Como dizia o Jair, citando (acho que) o Barão de Itararé: nada está tão ruim que não possa piorar! Deixa a Dilminha lá, agora que ela não anda mais de trabuco e virou uma boa menina!
Abraços!