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quarta-feira, 11 de abril de 2012

11.- PLÁGIO ACADÊMICO DERRUBA PRESIDENTE DA HUNGRIA



Ano 6*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2079
A blogada desta quarta-feira mostra a repercussão política de uma situação acadêmica presente no cotidiano das Universidades. Um exemplo de quanto um título mal havido pode repercutir muitos anos depois.
O presidente da Hungria, Pál Schmitt, anunciou sua renúncia neste 02 de abril, diante do Parlamento após ser acusado de plagiar sua tese de doutorado. Em seu discurso, Schmitt assegurou que decidiu renunciar porque o caso acabou dividindo a opinião pública e um presidente tem que 'simbolizar a unidade da nação'.
Schmitt, nascido em 13 de maio de 1942, foi presidente da Hungria desde 6 de agosto de 2010; ex-presidente do Comitê Olímpico Nacional húngaro e vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional de 1995 a 1999. Ele foi um esgrimista bem-sucedido antes de entrar para a política. Conquistou duas medalhas de ouro na prova de espada por equipes nos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México, e nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique.
O escândalo veio à tona após a revista HVG ter divulgado, em janeiro, que grande parte da tese de doutorado do presidente teria sido copiada de diversas fontes. Depois de averiguar as denúncias, a faculdade de Medicina da Universidade Semmelweis* de Budapeste decidiu cancelar o título de doutor de Schmitt no final de março. Uma expressiva maioria dos membros do conselho docente da universidade (33 votos favor da retirada do título de doutor, com apenas quatro contra).
Em comunicado divulgado anteriormente, a Universidade disse que uma grande parte da pesquisa do agora ex-presidente consistiu na tradução literal de outras fontes, que, por sinal, não constavam nas referências do trabalho acadêmico. Sob o título 'Análise do programa dos Jogos Olímpicos modernos', a tese fora aprovada em 1992, 18 anos antes de Schmitt assumir o cargo de presidente da Hungria.
"Diante desta situação, sinto-me na obrigação de renunciar meu mandato presidencial", afirmou Schmitt. Ele criticou a comissão que decidiu tirar seu título e disse que foi tomado uma decisão sem conhecer sua postura. Schmitt ainda anunciou que apelará dessa decisão e levará o caso até os tribunais.
Hoje é cada vez mais fácil copiar e colar; mas, não é mais difícil localizar as fontes de cópia. Há que referenciar.
* O nome da Universidade evoca-me um dos maiores nomes da História da Medicina: Ignác Fülöp Semmelweis, que já está assuntado para a blogada de amanhã.

4 comentários:

  1. Mestre Chassot! Esta tem sido uma das coisas das quais mais tenho debatido entre os alunos dos cursos técnicos, quando realizam trabalhos para apresentações em sala de aula e nao trazem a origem de suas pesquisas. O plagio é tao comum nestes ambientes de estudos que me deixa perplexo. A maioria dos colegas não exige isso dos alunos, e cada vez mais se utiliza o "copia cola", que já é uma atitude que demonstra "falta de criatividade e preguiça". Agora, alem da simples cópia, deixar de dar crédito a quem de direito, para mim, é o cúmulo... Abraços - JB

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  2. Caro Chassot,
    se em 1992 a praga do plágio acadêmico já representava uma ameaça imagine agora quando o Dr. Google (tua postagem de ontem) facilita o trabalho (ou seria a preguiça) dos acadêmicos. Quase não há tema sobre o qual não exista algumas linhas, pelo menos, em algum site da internet. É por isso que estou tentando instalar uma versão do Farejador na minha máquina.
    Um abraço,
    Garin

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  3. Caro Chassot,
    Acho que o que se tem que rever é o conceito de plágio. Como agora qualquer pesquisa sempre tem um pé na internet via Google, é extremamente difícil determinar quem copiou o que de quem. Não quero livrar a cara desse Schmitt, só acho que não devemos julgar com muito rigor os outros, talvez estejamos "plagiando" sem saber o tempo todo. Abraços não plagiários, JAIR.

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  4. Boa noite, Mestre!
    Gostei do comentário do Jair, pois de vez em quando eu dou uma plagiada nas ideias dele!
    Mas, coisas como essa só acontecem em países sérios!
    Aqui, já se falou que até o currículo da nossa presidente era meio fajuto, pois tinha um suposto doutorado que ela nunca fez! Ela se limitou a dizer que tinham escrito errado e não percebera!
    Mas, aqui é Brasil! E eu mesmo não quero que ela renuncie por isto!
    Como dizia o Jair, citando (acho que) o Barão de Itararé: nada está tão ruim que não possa piorar! Deixa a Dilminha lá, agora que ela não anda mais de trabuco e virou uma boa menina!
    Abraços!

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