Ano
6*** Porto
Alegre ***Edição 2086
Depois da edição dolorosa da
última segunda-feira acerca da anencefalia — lamenta-se que há aqueles que
imaginam que os que reconhecem justa a posição do STF sejam sem coração, a
blogada de ontem, mostrando uma RepúbliFifa
Verde/amarela governada desde a Suíça por cartel de gestores ladrões,
amainou o clima.
Engana-se, todavia, quem
acredita que com a manchete de hoje ‘O
elefante que quebrou (a perna d)o rei’ eu vá trazer uma fábula moral de
Esopo. Não, vou narrar uma história imoral, pois há algo mais quebrado no reino
da Espanha.
São noticias do cotidiano
dos jornais acerca da Espanha: ‘maior taxa de desemprego da Comunidade
Europeia’, ‘inflação acelerada’, ‘crise com a Argentina pela desapropriação de
petrolífera espanhola’ ‘pior semana da Espanha nos últimos anos’ e muito mais.
Então, um dos netos do rei,
de 13 anos, se automutila com uma espingarda de caça, quando na Espanha é
rigorosamente proibido crianças usarem arma de fogo. A infanta, questionada
acerca do acidente do filho, contesta: “Ele estava com o pai [não tenho nada
com isso!]”, mesmo porque, como está sendo agora divulgado, não só o pai do
menino como ela mesma são aficionados na caça de animais.
A Rainha Sofia visita o
neto. Mas o rei não aparece para no hospital para ver menino!
De repente, os espanhóis se
dão conta de que não sabem onde está Sua Majestade Real Juan Carlos de Bourbon.
Mas um acidente dá pistas. O rei, com 74 anos, cai e sofre uma fratura no
quadril e foi transladado para Madrid, em jato especial, cercado de seguranças
e do médico real, para ser operado.
Onde estava o Rei? Caçando
elefantes em Botswana — país que não mantém relação diplomática com Espanha —
em companhia de amigos, entre os quais uma princesa alemã com quem mantém, há
tempos, uma relação extraconjugal que agora motiva escândalos. Sim! O
Presidente Honorário da Fundação Mundial de Proteção à Natureza WWF, às
escondidas, foi para caçadas de animais protegidos sob risco de extinção. Foto
sua, na companhia de um elefante por ele abatido, circulam na mídia,
registrando seu momento de “glória”.
E a Rainha só visita o Rei no hospital
na segunda-feira (e por apenas 20 minutos), pois estava na Grécia, sua terra
natal, celebrando a Páscoa (que na igreja ortodoxa é uma semana após a igreja
romana) com seus familiares. Frente à grande polêmica criada na mídia em torno
da primeira manifestação de repúdio da rainha às relações amorosas
extraconjugais de seu marido, rapidamente é providenciado que, no dia seguinte,
faça uma visita bem mais longa.
Mas a família real se depara
com a necessidade de lidar e explicar “a seus súditos” muitas outras questões:
as falcatruas de um dos genros e sua mulher, a Infanta Cristina, envolvendo
muitos milhares de euros; e as escapadas do príncipe Felipe, herdeiro do trono,
que repete a tradição dos Bourbons em aventuras extraconjugais.
Realmente, parece que há
algo mais quebrado na monarquia espanhola que um quadril real. Não é sem razão
que partidos políticos e parte da população pedem que o desastrado caçador
pendure as armas em alguma das guampas que qual vândalo tem adornado, já há um
tempo, a coroa da rainha.
Caro Attico,
ResponderExcluirinfelizmente, os círculos de poder sempre estiveram envoltos em patifarias, deslises e atrocidades. Por muito tempo, somente os servidores mais achegados sabiam e comentavam à boca pequena, esses crimes. Hoje, com a velocidade das mídias, isso se tornou impossível e a máscara de reis, presidentes e juízes caem rapidamente. A imoralidade campeia por palácios e tribunais porque o ser humano não consegue se manter dentro das normas de civilidade que ele mesmo estabelece.
Boa quarta-feira!
Garin
Meu caro Chassot! Como o Norberto destaca, é quase impossível passar imperceptíveis fatos como esses, numa sociedade da informação em que as imagens cruzam o mundo em segundos. E quem diria, nao? O rei foi pego de calças curtas. Certamente a sua escolha para Presidente Honorário da WWF se deu pela influência que sua Majestade exerce nos círculos sociais, muito mais do que pela preocupação com a questão ambiental ou extinção de espécies. Quem sabe agora a instituição tenha critérios mais rígidos nestas escolhas. Também talvez não esteja aí um momento destes países repensarem a manutenção destas monarquias e dos custos que elas representam para os cidadãos de uma Europa em crise. Nada é para sempre mesmo. Abraço - JB
ResponderExcluirCaro Chassot,
ResponderExcluirSó a lamentar que ainda existam pessoas que caçam animais selvagens; é de lamentar muito mais ainda que um Rei, o qual devia ser um exemplo para a sociedade, faça da caça seu esporte e o pratique contra elefantes inocentes que só querem viver em paz. Se o povo espanhol realmente for de culhões roxos tem depor esse rei, condená-lo e proporcionar-lhe uma pena alternativa de ficar limpando jaulas de elefantes no zoológico. Talvez lidar com excremento desses animais lhe faça ver a merda que fez. Abraços ecológicos, JAIR.
Boa noite, Mestre!
ResponderExcluirO rei está nu!
Abraços!
Caro Attico,
ResponderExcluirque novela shakesperiana essa corte da Espanha, não? Há algo de podre no reino da Espanha!
Grande abraço,
PAULO MARCELO
Sinceramente, nem me abalo com as histórias sexuais e matrimoniais, isso é mais comum que andar para frente, em famílias reais. Mas, é muito feio mesmo.
ResponderExcluirAgora, imperdoável, para mim um crime contra a humanidade, é matar um elefante! Porque????????????????????? Por diversão? Que diversão é essa? Matar? Matar é uma diversão????????????
Isso é um modelo aristocrata atrasado e deplorável. Horrivel.
Abraços
Eunice