Porto Alegre Ano 4 # 1334 |
Já estamos na terça-feira santa. Depois de saboreado gratificações intelectuais com a aula na UAM: Universidade do Adulto Maior ontem, prelibo para essa noite aulas de Prática Pedagógica com o grupo da filosofia. Em meio esses ágapes enviei um texto para ser um capítulo de um livro. Amanhã quero oferecer, aqui, petiscos dele. Falando em manjares algo não metafórico começa hoje em Porto Alegre a edição número 230 da feira do peixe, marca ‘religiosa’ da semana santa.
Zero Hora publica um muito bom caderno dedicado à proteção do ambiente natural: NOSSO MUNDO SUSTENTÁVEL. Ele tem um demérito: é patrocinado por uma dos maiores oligopólios do setor fumageiro do mundo. A situação não é diferente quando vemos uma mega-empresa papeleira, plantadora do eucalipto – predador do solo comentado em ‘Sete escritos sobre educação e ciência’ quando falo das vinganças da tecnologia – patrocinar no Rio Grande do Sul as celebrações do dia da árvore, disse que isso era o mesmo que contratar uma empresa funerária para patrocinar uma festa de batizado de criancinhas.
Mas atentos às recomendações de um texto evangélico (apócrifo) ‘Usemos os excrementos do demônio para adubar as vinhas do Senhor’ trago aqui um texto da edição de ontem do caderno antes referido: Diga sim à água da torneira que merece consideração.
A autora questiona se água das garrafinhas é obrigatoriamente limpa ou se a água da torneira só pode ser usada para lavar louça e tomar banho. Annie levanta ainda a dúvida: as garrafas plásticas são recicladas? No vídeo (disponível em http://storyofstuff.org/bottledwater/), ela responde essas e outras perguntas e ainda apresenta dados preocupantes. Uma ao lado da outra, as garrafas plásticas consumidas pelos norte-americanos em uma semana poderiam dar mais de cinco voltas ao redor da terra. Ficou preocupado?
pois minha preocupada vó Eva, atenta à saúde da família, adquiriu um filtro de água: parte da sua aposentadoria é dedicado mensalmente a troca do refil! Os filhos tentaram, em vão, convencê-la de que não era necessário. E de birra, quando nos visita, não consome "essa água poluída da torneira", leva a sua própria garrafinha...
ResponderExcluirEspalhar o pavor e oferecer alternativas “saudáveis”, parece mais uma estratégia de estimular o consumo, ainda mais em tempos de pavor, onde nos fazem acreditar que estamos num caminho sem volta rumo à destruição: viva bem e com o mínimo de saúde neste planeta doente e acabado. Não há mais nada a fazer. Este parece ser o recado.
(com licença, vou ao bebedor)
Muito querida colega Marília,
ResponderExcluircom teu comentário ‘não fizeste furo em água’, Acertaste plenamente. Imagino a boa vontade de tua avó, seduzida por propagandas enganosas, querendo preservar a saúde de seus familiares. Dizer que a água da torneira (ou da pena! Como dizia em minha infância é ruim tem duas metas: favorecer a privatização do bem público, mostrando a incompetência do Estado e beneficiar as (multinacionais) distribuidoras de água envasadas em poluídas garrafinhas plásticas.
Vou à torneira, também, para mais um gole de água e te envio um afago
attico chassot
Mestre Chassot, a sua blogada sobre a água da torneira me faz pensar em como o uso da água é um dos indicadores de desenvolvimento de um país, seja este um indicador econômico, social ou cultural. Um exemplo simples é a Nova Zelândia, onde a distribuição da água é gratuita para a população, e onde existe um lago (o Lake, em Queenstown) cuja água é tão limpa, que as pessoas podem banhar-se nela e dela beber.
ResponderExcluirÓtimo dia.
Meu querido Marcos,
ResponderExcluirmais uma vez obrigado por teu comentário sempre pertinente.
Saúdo-o com um gole de água do lago Guaíba já que as águas do Queenstown Lake estão inacessíveis aqui.
Com admiração
attico chassot
Boa tarde, Professor!
ResponderExcluirPôxa vida, parece ofensa mesmo!
Mas o senhor me fez pensar acerca do uso e abuso com que muitas pessoas fazem..e das campanhas, eu diria temporonas,que de nada parecem estar servindo, pois as pessoas ainda não têm consciência de seus atos..Como em tantas situações, não é mesmo?!
Sempre a idéia do 'nunca acontecerá comigo' prevalece.
Somente quando a água estiver 'mesmo' em falta é que muitos 'acordarão'..
Isso dá medo..
Abraços.
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