Estocolmo Ano 4 # 1311
Esta é a primeira de duas postagens desde Estocolmo. Sinto-me voltando para casa, até porque ontem já fiz dois dos cinco trechos aéreos da viagem de volta. Depois de amanhã, à tarde estarei em Porto Alegre. Cheguei aqui ontem às 9h30min. A Gelsa – ela teve de fazer os trechos Ålborg / Copenhagen/Estocolmo em outros voos – chegou uma hora depois. Eu a recepcionei com as malas retiradas, coroas suecas (temos nesses dias uma nova moeda e uma nova língua) e informações turísticas. Devo dizer que fui recepcionado pelo Rei Carlos Gustavo e pela Rainha Sílvia (uma brasileira) em majestosa fotografia. Entre outros suecos que davam as boas vindas no grande aeroporto de Arlanda, estava, em fotografia, Alfredo Nobel.
Lateralmente vale referir que a Suécia, mesmo pertencendo à Comunidade Européia, manteve, como a Dinamarca sua moeda – a coroa sueca. 10 SEK é aproximadamente igual a 1 euro. Quanto à língua escrita para mim é algo similar quando alguém que não conheça uma língua latina tem dificuldade em conhecer se um texto está, por exemplo, em português ou em espanhol. Trago um exemplo, de um mesmo texto acerca de Estocolmo, escrito em português, dinamarquês e sueco
POR Sua localização estratégica sobre 14 ilhas no centro-sul da costa leste da Suécia, no lago Mälaren, tem sido historicamente importante. Uma vez que a cidade é construída sobre ilhas e conhecida pela sua beleza, tem interesses turísticos e tentou popularizar o apelido de "Veneza do Norte"
DIN Dens strategiske placering på 14 øer i den sydøstlige kyst af Sverige, Mälaren, har været historisk vigtig. Da byen er bygget på øer og er kendt for sin skønhed og turistmæssige interesser har forsøgt at udbrede kælenavnet "Nordens Venedig"
SUC Sitt strategiska läge på 14 öar i den sydöstra kusten, Mälaren, har varit historiskt viktig.Eftersom staden är byggd på öar och känd för sin skönhet och intressen turist har försökt popularisera smeknamnet "Nordens Venedig";
Assim é preciso entender o quanto os jornais se nos são parecidos – ontem, no avião, tinha que ver se ‘lia’, ou melhor, se ‘olhava’ um jornal dinamarquês ou sueco. Quanto à fala, da reduzida observação destas primeiras horas aqui, o sueco me parece mais brando que o duro dinamarquês.
A propósito de jornais, um breve comentário lateral: há aqui, como na Dinamarca, um esbanjamento de papel – contrário a tudo que se blasonam de ser tão ecológicos – pois há um número muito grande de volumosos jornais gratuitos que são distribuídos a rodo e que parece devam não só serem consumidos sem parcimônia, talvez haja, inclusive muita sobra.
Mas volto ao relato de ontem. Deixamos o aeroporto em Arlanda e viemos à Estocolmo, distante 45 km, em uma viagem em um moderno trem que faz o trajeto em 20 minutos, com velocidades superiores a 200 km/h. A paisagem era aquela que vemos em nossas decorações natalinas: pinheiros com os galhos brancos pela neve.
Quando chegamos ao hotel, antes das 12 horas, fomos informados que o check-in só poderia ocorrer depois das 14 h. Deixamos as malas e fomos logo saborear a cidade. Confirmamos logo as impressões antecipadas pelos nossos amigos dinamarqueses. Estocolmo é mais bonita que Copenhagen. É uma cidade maior, menos comportada arquitetonicamente e muito mais majestosa. Em 2008, a área metropolitana de Estocolmo era local onde morava de cerca de 21% da população da Suécia com a contribuição de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Estocolmo tem uma população de 807 311 habitantes, a área urbana (tätort) tem 1,3 milhão, e a área metropolitana cerca de 2,0 milhões.
Fomos primeiro para a linda Gamla Stan – ou cidade antiga – onde confirmamos porque Estocolmo é conhecida como a Veneza do Norte. Vimos o Palácio Real, o imponente Parlamento, muitas pontes e reluzentes cúpulas de igrejas que brilhavam ao sol com uma temperatura de cinco graus negativos. Era tudo majestoso. Almoçamos uma sopa de peixes em um restaurante acolhedor em uma casa antiga em uma esquina de duas ruelas.
Na caminhada em continuação uma surpresa: deparamos-nos com a placa que ilustra o texto. Ali havia uma habitação onde René Descartes morou e trabalhou de outubro de 1649 a 11 de fevereiro de 1650, quando morreu de pneumonia devido ao frio inverno sueco, quando estava trabalhando como professor a convite da Rainha. Acostumado a trabalhar na cama até meio-dia, teve muitas dificuldades com as demandas da Rainha Christina, cujos estudos começavam às 5 horas da manhã. Como um católico num país protestante, ele foi enterrado num cemitério de crianças não batizadas, na Adolf Fredrikskyrkan, em Estocolmo.
Assim na próxima quinta-feira recordaremos os 360 anos da morte daquele que é chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna.
Tínhamos razões para estarmos emocionados naquele local. Usando métodos envolvendo coordenadas cartesianas propostos por Renatus Cartesius (Renato dos Mapas, como era conhecido também René Descartes pelo seu nome latino) esquadrinhamos mapas e
conhecemos mais da zona antiga.
À noite fizemos uma nova saída, para região moderna da cidade. Surpreendemo-nos que mesmo com muito frio as ruas estavam com muita gente, principalmente jovens (fumadores). Na trazida de um breve relato de nossas primeiras horas em Estocolmo estamos em expectativa de pormo-nos na rua, hoje com temperatura de menos nove com previsão de menos 14.. Um convite para a leitura, amanhã da blogada de despedida das três semanas escandinavas. Votos de um muito feliz sábado ou
Mestre Chassot, lindíssimas as fotos de Estocolmo. Fico imaginando-me em um local com tão bela e imponente arquitetura. Certamente, seria um prato cheio para os olhos e para a mente.
ResponderExcluirAproveite estes últimos momentos das suas aventuras nórdicas, pois é chegada a hora de descer a Linha do Equador novamente. Porém, tomara que o ditado latino medieval não tenha mais validade: Ultra Equinotialem non peccatur".
Ótimo dia.
Meu caríssimo Marcos,
ResponderExcluiraqui já quase termina o domingo. A beleza de Estocolmo foi ratificada nesse sábado, de intensa fruição dos encantos desta cidade, Sim, amanhã (ou melhor, já será na madrugada de segunda, pois deixo Paris depois de seis horas de espera, quase meia noite) cruzo a linha do Equador. Agora já não temos mais o zelo frouxo da igreja medieval que dizia que não há pecado abaixo da linha do Equador.
Um abraço por estares presente em cada uma destas 21 blogadas escandinava.
Com reconhecida gratidão desde a linda Estocolmo
attico chassot
Que maravilha, mestre, esse contato com o passado cartesiano. Certamente uma visita emocionante e que marca nossa memória para sempre. Grande abraço do JB.
ResponderExcluirMeu querido Jairo,
ResponderExcluirrealmente é emocionante encontrarmo-nos com nossa ancestralidade intelectual.
A admiração do
attico chassot