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domingo, 14 de março de 2010

14* Recordando o aniversário de morte de Marx

Porto Alegre Ano 4 # 1319

Abro esta edição dizendo da feliz oportunidade de ter assistido, na tarde de ontem, no PhiloCine, o filme para o qual fizera convite aqui. Assisti الجنه ال (O Paraíso Agora ou Paradise Now) uma produção palestina, de 90 minutos de 2005, dirigida por Hany Abu-Assad

O mote dramática película é de um inesperado lugar, surgiu um corajoso e novo grito de paz. الجنه ال conta a história de Said e Khaled, dois jovens amigos de infância de Nablus que foram recrutados para realizar um ataque suicida em Tel Aviv. O filme se foca naquilo que seriam as últimas horas dos dois juntos, uma vez que Khaled desiste e volta para casa e não é mostrado se Said detona ou não a bomba que está grudada a seu corpo.

O filme faz um contraste da pobreza da Faixa de Gaza com a riqueza de Israel. Também mostra um lado mais humano dos dois amigos, mostrando suas famílias, amores e paixões. Em entrevista, o diretor declarou: "os políticos querem ver [o conflito árabe-israelense] como sendo preto-e-branco, bem e mal, mas a arte quer ver como sendo algo humano. Podem ser vistas cenas e premiações em Assista-o em universcine.com

Com esta primeira blogada dominical pós Escandinávia parece que posso dizer que as rotinas começam a se restabelecer. Para meus leitores adventícios (e, ratifico meu júbilo de ontem com o aumenta do número de leitores que nesta sexta-feira superou os 120) devo, como ontem, explicar que as edições domingueiras são mais curtas e e usualmente mais frouxas. Como nos três domingos anteriores (um em Ålborg, o segundo em Copenhagen e o terceiro em Estocolmo) o paradigma foi rompido e fiz das blogadas escandinavas um diário de viagem.

As blogadas dominicais de 2010 falaram de sagu, de pinturas do Educador matemático Ole Skovsmose e de desvantagens da beleza e da fama de Angelina Jolie, no texto de Matilde Kalil. Em quatro outras dominicais (24 e 31 de janeiro e 07 e 14 de fevereiro) trouxe obras de arte que associam desenho e fotografia.

Mas esse domingo é marcado por uma recordação muito especial. Há 127 anos, com apenas 65 anos morria Marx em Londres. Recordo que uma vez passei de trem por Tréveris, a sua cidade natal na Alemanha. Não ficaria na cidade. Desci do trem e me ajoelhei na estação.

Karl Heinrich Marx (5 de maio de 1818 – 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. Na foto (bastante rara) Karl Marx sua esposa Jenny Marx (nascida Von Westphalen). O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação, Arquitetura, Geografia e outras. Em uma pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.

Agora dentro da proposta dominical de algo light. Lembrando o maior de todos os economistas, uma historieta destas que a internet dissemina a rodo e que até já contei aqui.

Uma fábula econômica: Geração de riqueza?

Julho de 2009, em Salinas, praia herma praia gaúcha, faz muito frio e mar agitado, o vilarejo parece deserto. Muitos moradores estão endividados, vivendo as custas de crédito. Pela manhã chega um viajante e entra na única pensão. Ele tira da carteira uma nota de R$ 100,00, põe no balcão e pede para ver um quarto. Enquanto o viajante vê o quarto, o gerente do hotel toma sua moto e voa até Cidreira com os R$ 100,00 e vai até o açougue pagar sua dívida. O açougueiro pega a nota e vai até um criador de suínos a quem devia e paga tudo. O criador pega os R$ 100,00 e corre ao veterinário para liquidar sua dívida. O veterinário corre e paga a locadora a quem devia aluguéis de filme que lhe mitigavam o inverno solitário. O dono da locadora vai ao supermercado e paga o que devia. O dono do supermercado paga os R$ 100,00 paga o eletricista que acabara de concluir um serviço feito na confiança. O eletricista corre e paga a madeireira. O dono da madeireira paga o que devia de hora-extra para um dos seus empregados. O empregado da madeireira corre até a zona de prostituição e paga o que devia para a Valderina por serviços prestados na última estada na zona. A Valderina pega a nota de R$ 100,00 e vai ao hotel, lugar onde, às vezes, levava seus clientes e que, ultimamente, não havia pago pelas acomodações, e paga a conta. Nesse momento, o viajante retorna ao balcão do hotel, pede a nota de R$ 100,00 de volta, agradece, mas diz que não gostou do quarto, que não vai ficar em Salinas e segue para Cidreira. Agora, senhores economistas, expliquem: Não entrou um único centavo, ninguém ganhou nada, porém, muitas pessoas em Cidreira e arredores passaram a viver sem dívidas e já começam a ver o futuro com mais confiança!

Moral da história? Opção 1: Onde o dinheiro circula, não há crise! Opção 2: Prostituta paga, crise econômica encerrada! (se a Valderina não fosse honesta, que confusão, heim?)

Ao fim e ao cabo, desejo um muito bom domingo embalado por estas e outras historinhas pícaras.

10 comentários:

  1. Mestre Chassot! Curioso fiquei para assistir a produçao palestiina. O destaque a esse pensador essencial em nossas vidas, Karl Marx, é muito oportuno. Muitas vezes me pergunto o que seria de nossas reflexões não houvessem as críticas e o pensamento marxista. Que cabeça fantástica. Certamente um pensador que transformou a visão moderna de encarar a realidade do cotidiano; e aqui recordo o quanto fui capturado por sua teoria da "mais valia" quando ainda adolescente. Mas, a fábula econômica, como efeito conclusivo da blogada domingueira foi algo memorável. A ediçao de hoje merecia uma postagem em periódico regular. Parabéns. Bom domingo - JB.

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  2. Meu caro Jairo,
    os três momentos da blogada de hoje parecem relevante, mas os fazes matizados por tua avaliação de amigo.
    Um muito bom domingo, esse que o calendário diz ser o de despedida do verão;
    Com agradecimentos e continuada admiração
    attico chassot

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  3. Muito bom dia, Professor!
    =]
    AH, pôxa, rsss, as conclusões me fizeram rir aqui!
    hehehe!
    Mas, quanto a postagem em si, faço valer mais uma vez as palavras de teu amigo Jairo:"o que seria de nossa reflexões não houvessem as críticas e o pensamento marxista".
    Quanto ao filme sugerido,como diz nosso grande "filósofo contemporâneo" Pedro Bial [kkkkkk!] vou "dar uma espiadinha" já já!
    Um ótimo domingo ao senhor e a sua família!
    []'s

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  4. p.s.:Aproveito para agradecer tua visita ao QUIMILOKOS, e os elogios que teceste!
    És sempre bem-vindo!
    =]
    Mas minha "revolta", por assim dizer, com a pessoa que tem usado "meu" nome, ainda persiste!
    Estou esperando a cabeça esfriar para tomar atitude sensata!
    []'s

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  5. Muito querida colega Thaiza,
    é muito gostoso receber tua visita com esses gostosos votos dominicais. Como o Jairo dizes bem acerca de Marx. Talvez fosse hora de redescobri-lo, até porque houve gerações para quem ele foi um blasfemo. Sabes que no meu estrado (década de 70) não aprendi uma linha de Marx. Só me encantei nele no doutorado.
    A fábula econômica é instigante. Realmente o assim chamado ‘grande filósofo contemporâneo’ para mim é maior cafajeste de televisão brasileira.
    Desejo um suave domingo que se diz despedir o outono,

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  6. Querida colega Thaiza,
    nada a agradecer ao que disse do Quimilokos.
    Estou preparando uma blogada acerca do apossamento de autoria e do uso indevido do nome, a partir de mensagens de professor aí de Goiás (Rio Verde).
    Uma vez mais minha admiração pela alfabetização científica que fazes em tua página.
    Isso encanta,
    Com entusiasmo
    attico chassot

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  7. hehehe!
    O "grande filósofo contemporâneo" foi uma forma de ironia mesmo!
    Rssss!
    .
    Quanto a blogada em relação ao apossamento de autoria e do uso indevido do nome, já estou ansiosa aqui e contando os dias!!
    .
    =]

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  8. Muito querida Thaiza,
    claro que entendi tu ironia finíssima acerca deste pústula que é hoje na TV brasileira Pedro Bial.
    Aguarda ainda nesse verão o ‘não tomar o seu (santo) nome em vão
    Mais um afago dominical do
    attico chassot

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  9. Mestre Chassot, mesmo não sendo um adepto do marxismo e/ou do neo-marxismo, é inegável que o pensamento de Karl Marx influenciou gerações de pensadores, e mudou muito a forma de se ver e interpretar o mundo. Adeptos ou não à filosofia e corrente marxista, devemos agradecer pela existência de uma mente tão brilhante.

    Quanto à anedota, é algo a se pensar.

    Ótimo dia.

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  10. Meu querido Marcos comentarista principal deste blogue,
    um equívoco que ocorreu com Marx foi sua leitura ‘religiosa’ ou ‘radical, Mesmo tu, como historiador, aceitas talvez o resultado da pesquisa da BBC tendo-o como o maior filósofo de todos os tempos. Numa de sua teses contra Fuerbach (não me recordoo agora o número) ele afirma algo que ele fez: Não compete a Filosofia apenas olhar o mundo, mas sim transformá-lo. Cito de memória. Quanto a anedota econômica ela é genial.
    Um bom saldo de domingo,

    attico chassot

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