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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

29.- Religião não define caráter


Porto Alegre Ano 5 # 1609

E...depois de amanhã já é dia de São Silvestre. Será o ultimo dia do ano. Mas por enquanto é 2010 e o vivamos, que três dias são três dias.

Hoje esta blogada ocorre após a Academia. Com esta hoje entra em recesso, agora só na segunda-feira, já no ano que vem.

Ontem, neste período de hemi-férias tivemos momentos muito agradáveis. A Julia e o Benjamin acolheram à tarde a Maria Clara e o Antônio e ofereceram aos dois um verdadeiro piquenique com banho na piscina, bolo surpresa e muito mais. Nós curtimos muito vê-los, só lamentado que depois de amanhã, com o retorno do casal visitante tudo isso será saudades.

À noite a Gelsa e eu assistimos a um bom filme:

Mandela - Luta pela Liberdade // Título Original: Goodbye Bafana // Países de Origem: Alemanha / França / Bélgica / África do Sul / Itália / Inglaterra / Luxemburgo // Gênero: Drama // Classificação etária: 10 anos // Duração: 140 minutos // Lançamento: 2007 Estreia no Brasil: 10/10/2008 // Site Pagina Oficial: www.goodbyebafana.com // Direção: Bille August

Gostamos muito do filme. Narra a história real de Nelson Mandela, num período de 20 anos – dos 27 anos – que ficou preso, contada através das memórias de um guarda de prisão racista que teve sua vida completamente alterada pela convivência com o líder da África do Sul. Mesmo que a história de Mandela apareça muito superficial e simplificada, o filme constitui-se numa boa preparação para o livro “Conversas que tive comigo” de Nelson Mandela (Rocco, 2010), que ganhei de minha amiga secreta – a Gelsa – em nossa celebração natalina. Ele será começado logo que termine o excelente livro de Isabel Allende, que devo terminar hoje.

Vivemos nesse dezembro um período marcado também por muita religiosidade. Não tenho, com o o assunto de hoje fazer um contraponto, mas considerar o que fiz manchete desta edição: “Religião não define caráter”,

No começo do mês a Atea – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, uma entidade sem fins lucrativos sediada virtualmente no site www.atea.org.br – tentou em algumas capitais brasileiras, incluído Porto Alegre, veicular campanha em ônibus. Esta seria semelhante ao que já relatei aqui em diferentes momentos, quando ocorreu na Espanha e no Reino Unido.

O Brasil seguiu na mesma onda, e a Atea é uma das manifestações do fenômeno. Sua campanha publicitária segue o modelo já adotado em países europeus e nos Estados Unidos. Na capital gaúcha, os anúncios deveriam estampar a traseira de 10 ônibus durante um mês. Na última hora, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) barrou as peças, justificando que a legislação municipal proíbe manifestações religiosas (na verdade, são vetadas peças que estimulem a discriminação religiosa).

São quatro as peças em defesa do ateísmo que seriam veiculadas nos ônibus de Porto Alegre e foram vetadas pela Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP). Todas elas expressam algum aspecto do pensamento ateu e exigem o fim do preconceito contra quem não é religioso.

Um dos anúncios afirma que “religião não define caráter” e dá como exemplo Charles Chaplin (ateu) e Adolf Hitler (crente). Outro exibe divindades de diferentes crenças e conclui: “Somos todos ateus com os deuses dos outros”. As duas peças restantes geraram mais críticas. Uma delas exibe a foto de um avião se dirigindo a uma das torres do World Trade Center, enquanto a outra já está em chamas, e é acompanhada dos dizeres “se deus existe, tudo é permitido”. O último afirma que a fé não dá respostas, só impede perguntas.

– Recebemos críticas segundo as quais algumas peças não seriam adequadas para combater o preconceito, mas entendo que elas são bastante adequadas. Não estamos criticando pessoas, mas ideias. Respeitamos profundamente os religiosos, mas as ideias deles não estão acima da crítica – defende Daniel Sottomaior, presidente da Atea.

A Atea preparou os anúncios, financiados pelas contribuições dos sócios, sob a inspiração de campanhas similares realizadas em diversas partes do mundo desde 2008, quando apareceram na Inglaterra ônibus com a lateral ornada pelo slogan “Deus provavelmente não existe. Agora pare de se preocupar e aproveite sua vida”.

– Nosso objetivo é a transformação da sociedade. Acreditamos que dar visibilidade aos ateus diminui o preconceito – afirma o presidente da Atea.

O fato novo é que, no Brasil e em várias partes do mundo, os ateus não estão mais dispostos a ficar calados. Favorecidos pela internet, que os colocou em contato por meio de comunidades de discussão, os descrentes se articularam e começaram a lançar campanhas para enfrentar o preconceito e expor seu ponto de vista. Também saíram à rua para protestar, como durante a recente visita papal à Espanha. A onda ateísta contou ainda com uma série de best-sellers publicados por intelectuais importantes, como o evolucionista Richard Dawkins (Deus – Um Delírio), o filósofo francês Michel Onfray (Manual de ateologia) e o jornalista Christopher Hitches (Deus Não é Grande). Os dois primeiros mais de uma vez transitaram aqui. Já contei aqui: na primeira década do século 21 foram publicados mais livros como aqui referidos que em todo o século 21.

Esse assunto é significativo. Desejo voltar ao tema. Por hoje, ainda, votos de uma muito boa quarta-feira. Já que falei que depois de amanhã é dia de São Silvestre, vale lembrar que, um dos pratos recomendados para o jantar da virada é lentilha. Ainda há tempo para adquiri-la, para que não o fez. Só não dar receita para o preparo da mesma.

4 comentários:

  1. Bom dia Professor!
    Hummm, esse não assisti ainda..mas vi um chamado "INVICTUS", o senhor conhece?!
    Vale a pena também!
    =]
    Uma ótima e abençoada quarta!

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  2. Thaiza querida,
    recordo do lançamento de Invictus este ano e seu sucesso. Terminei não assistindo. Ante teu comentário fui em busca de mais informações. Concluo ser superior ao que assisti.
    Muitas alegrias nos rituais de virada e dentro de mais um pouco a Ellen já do ano passado.
    Um afago carinhoso por tua querida presença aqui.

    attico chassot

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  3. Olá Professor!!! Que prazer passar por aqui, sempre uma boa reflexão!!!

    Bem, não sou ateia, creio firmimente em Deus, no entanto, sou obrigada a dizer que religião realmente não define carater de ninguém e que respeito é mais que necessário é fundamental. Ninguém é obrigado a ser desrepeitado por suas crenças ou ausência delas!!!

    Mas, entendo que uma sociedade tolerante não nasce do nada, é preciso que pessoas se comprometam com esse projeto, tolerância é resultade de um processo pedagogico... é preciso educar nossa sociedade para ser tolerante!!!

    Cheros professor e que venha 2011 com saúde, paz e harmônia para todos nós, como creio também desejo que Deus te abençoe!!!

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  4. Pandora, muito querida,
    agradeço por primeiro receber teus eflúvios divinos. Que venham sobre todos nós para que este ano de 2011 tenha como marca maior a PAZ.
    Quanto crer ou não crer é uma decisão muito pessoal. Encantam-me as pessoas religiosas. Vejo que as religiões podem oferecer muito aos humanos, especialmente conforto num de nossos mais cruciais rituais de passagem (ou de partida): a morte.
    Alegro-me que tua chegada por aqui enseje sempre o encontro de uma reflexão.
    Um afago carinhoso do
    attico chassot

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