Porto Alegre Ano 5 # 1591
Porto Alegre Ano 5 # 1591
Um sábado abafado e de chuvas esparsas em Porto Alegre. Uma edição que já está um tanto atrasada por um estender preguiçoso do despertar. A proposta da dica de leitura, com a apresentação de um livro, tem sobejas razões para ser um pouco modificada. Foi uma semana de ressaca pós-Roraima, marcada por forte e continuada gripe entremeada de muitos fazeres acadêmicos. Logo considero absolvido por mudar o perfil da sugestão sabática.
A dica de leitura de hoje, se faz através da sugestão de um autor. Ele é, como outro escritor que me envolve – Amós Os – e eu, da histórica safra de 1939.
Na semana passada, quando estive ausente, Porto Alegre recebeu a visita historiador Carlo Ginzburg falou sobre as novas significações no cenário dominado pela internet. Ele, então, encerrou a série 2010 do Fronteiras do Pensamento, no dia 29, com uma conferência sobre os rumos da história e da memória no cenário ultra contemporâneo da internet. Parece válido, mesmo que seja ‘assunto de jornal velho’ trazer algo do pensamento de um dos mais importantes historiadores da atualidade. Preambularmente, adito algumas informações que me parecem relevante para entendermos de quem se está falando.
Carlo Ginzburg (Turim, 1939) é um historiador e antropólogo italiano, conhecido como um dos pioneiros no estudo da micro História. Filho do professor e tradutor Leone Ginzburg e da romancista Natalia Ginzburg, estudou na Scuola Normale Superiore de Pisa, e em seguida no Warburg Institute de Londres; ensinou história moderna na Universidade de Bolonha e, em seguida, nas universidades de Harvard, Yale e Princeton, e na Universidade da Califórnia, Los Angeles (nesta última, ocupou, durante duas décadas desde 1988, a cadeira de história do Renascimento italiano). Desde 2006, ele ocupa a cadeira de história cultural europeia na Scuola Normale Superiore de Pisa.
Atento especialista das atitudes e crenças religiosas populares do início da época moderna, publicou em 1966 Os andarilhos do bem (I Benandanti), um estudo sobre a sociedade camponesa de Friul do século XVI, no qual ilumina, tendo como base um tipo de documentação relacionada a processos inquisitoriais, a relação dialética entre um complexo sistema de crenças amplamente disseminadas no mundo rural, resultado da evolução de um antigo culto agrário, e sua interpretação pelos inquisidores que tendiam a equipará-las a formas codificadas de bruxaria. Tornou-se mundialmente conhecido com a obra O queijo e os vermes (Il formaggio e i vermi, 1976), que abordava a vida de um camponês em Montereale Valcellina, Itália. Em História noturna (Storia notturna, 1989), ele traça um caminho complexo desde a caça às bruxas até uma grande variedade de práticas que evidenciam substratos de cultos xamânicos na Europa.
Espero que tenham ficado atiçados para conhecer um pouco Carlo Ginzburg. Votos de um muito bom sábado, e que este possa ser de descanso. Sei o quanto são exaustivos estes últimos dias do ano. Para os mesmo é preciso é preciso, agora, descansar.
mas o sr não é modesto, heim Mestre? "e eu, da histórica safra de 1939", rssrsr
ResponderExcluiraprender a descansar é que é.
abraços!
Muito querida Marília,
ResponderExcluirsaúdo a volta de uma querida filósofa(des)aparecida. Talvez esse meu viés mégalo tenha a ver com outro nascido em 1939 (ano que morreu Freud) 1ue tu conheces: Paulo Santana.
Um afago pelo precioso retorno.
attico chassot
Muito querido Jairo,
ResponderExcluirrealmente lês meu blogue em uma plataforma que serve muito mais do que para telefonar.
Nesta féria pretendo reler O queijo e os vermes.
Teu comentário me fez desejoso de revisá-lo.
No blogue de ontem comentei nosso almoço.
Um agradecimento por deixares teu comentário.
Fazes uma quebrada em que estava sentido pela ausência de comentaristas.
attico chassot
Leio teu blog a partir de meu celular, o que me. Parece magnifico, principalmente nesse momento em que Ginzburg fala de internet. O Queijo e os Vermes foi a primeira obra que li em minha graduacao em Brasilia. Mostra quantas injusticas se faziam durante a Inquisicao e que o moleiro destacado pelo autor foi vitima. Abraco do JB
ResponderExcluirOlá, Mestre,
ResponderExcluirpenso que a internet é uma ferramenta essencial na atualidade, para a maioria das sociedades. O volume de informações é imenso, como o é o das publicações em livros. Precisamos de pessoas como historiadores, filósofos, educadores, sociólogos e tantas outros que reflitam, analisem, entendam e transmitam informações sobre suas especialidades e sobre a própria internet. Que a utilizem, trocando idéias e informações. Que nos ajudem a separarmos o joio do trigo. Escrevendo na internet e publicando livros.A escola, em todos os níveis de ensino deve se utilizar destas ferramentas.
Abraços,
Malu.
Muito querida colega e amiga Maria Lúcia,
ResponderExcluirPrimeiro agradeço tua presença aqui.
Realmente a internet determina novas realidades em nossas Vida.
Enquanto educadores temos imensas disponibilidades;
O significativo é sabermos fruí-las.
Um afago carinhoso de
attico chassot