ANO
7
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Livraria virtual em
WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR |
EDIÇÃO
2493
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Ontem
um leitor trouxe comentário: este blogue — ora em periodicidade semanal — se
faz de novo (quase) cotidiano. Expliquei que nestes dias de transformações no
país é para mim terapêutico escrever. Claro que ter leitores, é ainda melhor.
Assim aqui e agora, um relato trivial de uma manhã julina.
Ontem
esteirava na academia. Ouvia notícias individualmente. Via imagens de
noticiosos na televisão. Entreouvi (ação verbal charmosa esta) um diálogo de
meus vizinhos nas esteiras, quando da apresentação na televisão de cenas de um (dito
típico) café colonial: “Adoro um café
colonial” “Mesmo que me devolva todas as calorias que gasto aqui numa semana!”
Não
me contive. Entrei na conversa da dupla: “Eu
abomino” Houve surpresas e inquirições: “Como? Por que?” Respondi: “Há pelo menos duas razões: a primeira: há
um falso adjetivo: colonial. Os colonos
jamais consumiram exageros do tipo ’50 variedades de tortas; 36 tipos de
salgados; 27 diferentes schmiers ou geleias; outras tantas variedades de patês’
e não sei que exagerações mais. Assim, há pelo menos um desserviço à história
de nossos ancestrais narrando-os como perdulários. A segunda, e mais
importante, parece um crime de lesa-pátria, em um país onde tantos ainda passam
fome, se cometer esbanjamentos de comida como ocorre nestes ditos cafés
coloniais”.
Percebendo
a adesão às minhas prédicas, acrescentei: “Esta
segunda razão estendo-a aos rodízios de churrascos (ou espeto corrido). Nestes,
além de nos fazer regredir a quase trogloditas carniceiros, esbanjamos
alimentos que poderiam matar a fome de vários famélicos!”
Quando
recebo forasteiros, se acaso manifestem desejo de conhecer estas incivilidades
pantagruélicas — espeto corrido e café colonial —, ou os dissuado ou não os
acompanho.
Em
uma de minhas palestras — “Como formar jardineiros para cuidar do
Planeta” — este assunto se
faz presente. Um fragmento da mesma é ilustração desta edição.
Para
as sobras de restaurantes, seria necessário que houvesse revisão em
determinações que impede os restaurantes de destinar a comida limpa (não
necessariamente restos, mas sobras) para entidades beneficentes (creches,
asilos...). Outro local de desperdício de comida de qualidade são as salas VIPs
de aeroportos, especialmente quando têm terceirizados diferentes. Na troca de
turno de um para o outro se coloca no lixo alimentos, sem que mesmo os
serviçais possam levá-los.
Estuda-se
mudar a legislação. Infelizmente, a doação das sobras dos restaurantes é muito
dificultada. No Brasil, a responsabilidade pelo alimento doado é de quem oferece.
Se a comida estragar e prejudicar a alguém, o restaurante é o único culpado.
Também,
em algo tão singelo, mas tão significativo, precisamos mudanças. Vale tentar.
"Amigo CHASSOT, Fico feliz quando te vejo dinamicamente discutindo com alunos e ouvintes sobre temas diversos - que sempre dominas com propriedade. Mais ainda trespassado (ou transpassado?) por um suspensório para segurar as calças que uma simples cinta já não comporta. Continua com a tua academia, pois certamente te fará bem! E ao interlocutor vizinho avisa que há uma lei pela qual os adeptos da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) lutam para ver aprovada no Congresso Nacional para superar - em parte - o disperdício: É a LEI DO BOM SAMARITANO (Abre a tua Bíblia e verás o que propõe o projeto de lei!)."
ResponderExcluirEdni Oscar Schroeder
eu querido colega e amigo Edni,
Excluirquando escrevi este texto quis ter a adesão daquele que entre nós é autoridade em segurança alimentar. Obrigado pela informação acerca do Projeto da Lei Bom Samaritanos.
O que podemos fazer para ajuda sua aprovação.
Com entusiasmada adesão,
attico chassot
PS: Os suspensórios são um charme juvenil, próprios para determinados perímetros abdominais.
Mestre Chassot
ResponderExcluirNão tenho duvidas do quanto estes "modismos" devorativos remetem a um comportamento troglodita como dizes. Aliás, em meus escritos tenho constantemente abordado este tema. E o "consumismo" que se tornou uma das facetas da atual sociedade, atinge nao somente objetos como tambem o habito alimentar. Não é a toa que varias doenças de nosso tempo tem preocupado as autoridades sanitarias. Entre elas a maioria como resultado do consumo exagerado: hipertensao arterial, diabetes, obesidade, etc, etc...
Aliás, fostes testemunha na minha orientação quando do Mestrado em 2006 o tema era o DESPERDÍCIO, incluindo o de alimentos.
Abraço do JB
Caríssimo Jairo,
ResponderExcluirquando escrevi esta blogada, em mais de uma vez, lembrava tuas propostas ‘contra o desperdicio’ na dissertação de mestrado. Este brado contra os ‘cafés coloniais’ há seis anos já fazias.
Obrigado pela continuada parceria
attico chassot
Limerique
ResponderExcluirQue a consciência faça exercício
Para eliminar esse maldito vício
De jogar fora comida
Combustível da vida
Acabar vamos com desperdício.
Amigo Mestre Attico, em um país no qual um indivíduo pega um jato da FAB para transportar meia dúzia para um festejo de casamento, tudo é possível. Lembro-me que por ora do plebiscito acerca da adesão ou não a monarquia defendi-a com unhas e dentes. Não que eu valorize o elemento "cianótico" mas pela simples razão que os esbanjos seriam pelo menos afetos a poucos. Olhemos em volta, o país é cercado por obras faraônicas de custo astronômico, criam um quadro horrendo de injustiça muitas vezes lado a lado com a miséria. Nossos dirigentes frequentemente são vistos em faustos banquetes com toda pompa e requinte, tudo custeado com o suor do povo.Algum tempo atrás a pobreza era o que habitava a favela. Hoje evoluímos, um barraco na favela é coisa de luxo, a miséria cresceu, a população de rua aumentou a olhos vistos e os excluídos vadeiam pelas ruas se entregando a todo tipo de narcóticos como alento para existência degradante. E o que faz o ser "humano"? Elabora um plebiscito...
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge