ANO
7
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Livraria virtual em
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EDIÇÃO
2502
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Na edição de ontem contei que, como
parte do Seminário Internacional “Concepções
e Sentidos da Educação: pensamentos para uma nova prática social cidadã”, promovido
pela Secretaria de Estado da Educação e que ocorre simultaneamente em Porto
Alegre e várias cidades do Rio Grande do Sul, na noite desta sexta-feira será
lançado o livro Reestruturação do Ensino Médio: pressupostos teóricos
e desafios da prática. Fui distinguido pelos organizadores para tecer um
prefácio.
Ontem
trouxe os parágrafos finais do referido texto. Hoje reproduzo aqui alguns dos
parágrafos de abertura:
Vivo uma vez mais um gostoso desafio. Prefaciar um livro.
Talvez deva creditar este fazer bastante frequente em minhas lides acadêmicas à
percepções de colegas, que me elegem. Reconhecem-me marcado pela paixão por um
binômio maravilhoso que nos faz destacado enquanto humanos: escrita ↔leitura. Esta afeição à escrita e à leitura materializa-se por
alguns livros que escrevi e por manter, há quase sete anos, um blogue que
pretensamente faz alfabetização científica.
Sempre me julgo distinguido quando sou convidado para
escrever o prelúdio de um livro. A esta distinção se adita – permito-me
lateralmente dizer que uso este verbo em duas acepções distintas: adicionar e tornar (alguém)
feliz, ditoso – uma imensa responsabilidade: escreve-se por último, aquilo que será lido por primeiro e mais
devemos com um prefácio capturar o leitor. Logo, cabe-me a imensa responsabilidade
de seduzir o leitor com este proemiar.
Há que reconhecer, não sem certa desilusão, que a distinção
antes referida não possa ser creditada apenas a méritos acadêmicos daquele que
se arvora em prefaciador. Muitos dos convites são produto — como muito
especialmente no caso em tela — da
amizade com os autores. O encantamento que tenho pelo ser amigo do José Clovis
e do Jonas deslustra o convite. Amigos são suspeitos nos elogios. De minha
parte vou tentar — como se isso fosse possível — abstrair afetos, mesmo que
valorize a presença dos mesmos no cotidiano da Escola, lócus privilegiado de nossas ações.
Assim, vivamos, aqui e agora, o ritual de dar a lume a Reestruturação do Ensino Médio: pressupostos teóricos e desafios da prática.
Permitam-me, por ser démodé, traduzir essa bonita ação de dar a lume: tornar notório,
público; declarar, manifestar. Assim, cabe-me nesse prefácio fazer a epifania ou celebrar o aparecimento ou,
ainda, ensejar a manifestação reveladora de
um novo livro. Esse ritual quase iniciático se faz em regozijos. Talvez, porque
este cerimonial tenha marcas litúrgicas da epifania cristã de desvelar o
escondido.
Não me cabe, aqui e agora, apresentar esta nova bússola para a reestruturação do Ensino Médio. Isto o faz
com competência Maria
Eulalia Pereira Nascimento nas páginas que seguem a este prefácio. Ela
sintetiza cada um dos 10 capítulos fazendo que leitor prelibe a proposta e tenha
uma visão do espraiar que nos oferecem cada um dos doutos autores que o José
Clovis e o Jonas amealharam para discutir o ensino médio — segmento da Educação
Básica que finalmente parece que deixa de ser o órfão desvalido da Educação
brasileira.
Vivo, neste prefaciar bônus e ônus. Quando redijo esse
texto, não posso me furtar de imaginar-te – e permita-me, leitor / leitora
acidental desse prefácio, ser redundante e recordar que imaginar é fazer imagens – algo que para mim é dos fazeres mais
gratificantes: garimpar, sem conhecer relógio, livros em uma livraria ou em uma
biblioteca. Aliás, é em uma situação de (in)decisão pela eleição de um livro,
amável leitor / leitora, que imagino o cenário onde serão um dia lidas essas
linhas, que ouso chamar de aperitivo. Vejo-te como um leitor em potencial que
ora folheia ‘Reestruturação do Ensino
Médio’ em uma livraria ou em biblioteca. Talvez vivas a
indecisão compro/não compro ou leio/não leio este livro. Chegas aqui e me
encontras a conjecturar sobre o mesmo. Claro que podes bem imaginar a direção
que vou dar a esse texto. Já acenei que meu propósito neste texto é
capturar-te.
Com certeza esta obra terá um ponto a mais no sucesso. Quando o escritor entrega sua obra para prefaciar, é tal qual o pai que entrega o recem-nascido ao médico neonatologista, a confiança é total. E a escolha dos autores não podia ser melhor.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge