ANO
7
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EDIÇÃO
2491
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Nesta
data — 4 de julho — me apraz falar de um país aniversariante. Ele sempre é
notícias.
Por exemplo, ainda ontem, quarta-feira, avião não-tripulado dos EUA,
também conhecido como drone
(um modelo na ilustração), disparou quatro mísseis contra uma casa no noroeste
do Paquistão, matando 16 supostos militantes, disseram oficiais de inteligência
do país.
Eis
notícia, que no último domingo estava em muitos dos jornais brasileiros,
certamente na maioria da imprensa do Planeta, pelo menos na porção satélite
estadunidense:
O
presidente dos EUA, Barack Obama, visitou ontem a prisão de Robben Island, onde
o líder da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, ficou 18
dos 27 anos em que permaneceu preso. Acompanhado da mulher e das filhas, Obama
seguiu de helicóptero para a ilha e esteve na antiga cela de Mandela,
permanecendo em silêncio no local por alguns minutos.
Após
o tour, ele escreveu no livro de visitantes. “Nós estamos profundamente honrados por estar num local onde pessoas de
tamanha coragem não se intimidaram diante da injustiça e se recusaram a ceder. O
mundo é grato aos heróis de Robben Island, que nos lembram que não há algemas
ou celas que possam combinar com as forças do espírito humano”. É a segunda
vez que Obama visita Robben Island, a primeira ocorreu em 2006, quando era
senador.
O
líder antiapartheid e ex-presidente sul-africano Nelson Mandela continua
hospitalizado em um centro médico de Pretória. Segundo as últimas informações,
ele permanece estável, mas em condições críticas. Após ser libertado da prisão
de Robben Island, em 1990, Mandela foi eleito presidente da África do Sul.
Ou
o relato era asséptico ou laudatório ao visitante. Há cinismo nesta visita. Não
sem razão, na manhã da anunciada visita, cerca de mil pessoas marcharam pelas
ruas de Pretória em protesto contra a presença de Obama na África do Sul.
Os
manifestantes reclamavam sobre tudo: da guerra ao terrorismo no Afeganistão, da
prisão de suspeitos na base militar de Guantánamo e do uso de drones contra
supostos terroristas em operações dos Estados Unidos.
No
mesmo dia que se noticiava a visita descrita acima, os jornais noticiavam que
Barack Obama se converteu de candidato que criticava o que via como excessos de
George W. Bush em presidente que ampliou o programa de drones do antecessor.
Ataques de drones no Iêmen insuflam revolta contra EUA. Aviões não tripulados
fazem dezenas de vítimas civis no Iêmen; entrevistados negam terrorismo e
descrevem pavor. Casa Branca vê ataques como necessários para combater a Al
Qaeda; analistas veem risco de radicalizar população.
Já
em 09 de outubro de 2009, desde a Colômbia, quando criticava a outorga do Prêmio Nobel Paz a Obama, recém investido na
Presidência — sem nenhuma realização para que seu país deixasse de ser uma
nossa muito belicosa — repeti críticas a manipulações que envolvem a escolha
dos laureados. Considerei premiação de Obama um insulto a Nobel.
Com
forte pressão para o fechamento do Centro de Detenção de Guantánamo, sobretudo
da Cruz Vermelha e da Anistia Internacional, o atual presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, assinou em 2009 um decreto para o fim das “atividades” em
Guantánamo. Porém, esse fato ainda não se concretizou.
Diversas
práticas de tortura ainda são registradas Centro de Detenção estadunidense de
Guantánamo registra várias práticas que desrespeitam os direitos humanos, tais
como torturas, transporte inadequado de detentos, abuso sexual, espancamentos,
intolerância às práticas religiosas, detenção de crianças etc. Um dos
principais objetivos das prisões é a obtenção de informações privilegiadas dos
detentos, fato conquistado através de torturas.
A
maioria dos prisioneiros, de origem afegã, paquistanesa e iraquiana, não passou
por uma acusação formal nem por um julgamento. Conforme os relatórios
divulgados, alguns prisioneiros são inocentes e ficam detidos durante anos.
Pessoas são incriminadas com base em depoimentos falsos, muitas vezes obtidos
por meio de torturas em outros presos.
Foi
bom que pelo menos Obama tenha respeitado o desejo da família e não se fez
fotografar com Mandela. Melhor faria o Presidente se fosse ajudar enterrar os mortos
que faz no Iêmen e no Paquistão ou terminasse com os horrores de Guantánamo.
Limerique
ResponderExcluirSão "donos" do mundo sem embaraço
Doutrinar outros povos é o seu traço
Mas deuses de pés de barro
Tem lema um tanto bizarro:
"Faça o que mando, mas não o que faço".
Mestre Chassot,
ResponderExcluirao ler ao blog de hoje teria uma sugestão de rimas ao aeronauta e poeta Jair,
mas ele se antecipou com um poeto bem proseado.
Mas vai a sugestão
Drones / Clones
Obama / Sacana
Minha admiração ao Jair e ao Mestre
Rui Sá Thomé
Limerique
ExcluirMundo mete a boca no trombone
Mas nada que a eles impressione
Numa atitude bem sacana
Continua alheio Obama
Bombardeando os pobres com drones.
Meu Caro Jair,
ResponderExcluirpara que conheças a sugestão e a apreciação do Rui.
Enquanto comentador parece que ele faz estreia aqui, mas mostra ser teu leitor.
Benvindo Rui.
Obrigado, pais uma vez por teus apreciados limeriques
attico chassot
Limerique
ExcluirDemocratas de republicanos são clones
Não há lei de Bush que Obama abandone
Escreveu e não leu,
E não é amigo meu?
Arrebento sua família com drones.
Mestre Chassot,
ResponderExcluirPrimeiro dizer que foi bom receber no Facebook a recordação que ontem houve o narrativa comovente da situação do Rafael.
Quanto a edição de hoje tem razão que sugere rimar Obama com Sacana.
Sua evocação em homenagear assim 4 de julho de 1776 é perfeita.
Os xerifes do mundo usam uma significativa invenção da Ciência (Ciência golen como o senhor mostrou em uma palestra sua que tive o privilégio de assistir) para matar civis com o pretexto de caçar terroristas.
Mais uma vês a admiração pelo seu blogar, de novo quase cotidiano,
Laurus Loureiro Lima
Limerique
ResponderExcluir- Papai, olha lá o aviãozinho!
- Bonito, deve ser passarinho
É drone bombardeiro
Que vai fazer salseiro
Acertar o pai e o menininho.
Disse certa vez La Fontaine acerca das multidões; "Cada qual, tomado à parte, é passavelmente inteligente e razoável; reunidos, não formam já, entre todos, se não um só imbecil", ou ainda Santo Agostinho; "A multidão não é de ser seguida.". Atrevo-me a discordar de tão notáveis pensadores, os fatos incontestes pelo mundo a fora, nos demonstram que o sentimento mais genuíno é o clamor do povo.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Meu caro Antonio Jorge,
ResponderExcluirjurista e filósofo,
desconhecia os ditos de La Fontaine e de Santo Agostinho (este referência para mim), mas entre um e outro adiro a tua proposição. Todavia, inquieta-me, ainda, o modismo e a imitação.
Fico com o senso comum: Vox Populi, vox Dei.
Obrigado pela maneira sabia de enriqueceres este blogue
e um convite a uma blogada extra nesta sexta-feira
attico chassot