ANO
7
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Livraria
virtual em
WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR |
EDIÇÃO
2490
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Venho
de uma avaliação para alunos de Teorias do Desenvolvimento Humano que não
atingiram aprovação (uma quase mágica média sete) nos exercícios regulares.
Comparece o Rafael. Muito bom aluno. Nos seis trabalhos do semestre, obtivera como
media duas notas 8. A terceira nota fora convencionada seria uma auto-avaliação
no 19º encontro, no dia 25 de junho.
Rafael
não viera, então. Assim só tinha os 16 pontos dos trabalhos semestrais. Veio
nesta terça-feira. Fez, em recuperação, o exercício final. Foi aprovado.
Perguntei-lhe porque não comparecera no dia 25.
“Era
fim do mês, professor! Junho foi um mês muito difícil para minha mãe, que é
autônoma. Não havia dinheiro para passagem! Eu moro para lá do Cristal!”
“Por
que não avisaste?” “Este mês a internet foi cortada porque não pode ser paga!”
Quando
se brada que as manifestações não são por
vinte centavos, não é bem assim. Elas também são por 20 centavos.
Hoje
Universidades supõem que todos estudantes tenham internet. Parece natural que
resultados de avaliações, faltas e até entrega de trabalhos sejam feitos pela
rede. Isso é uma ilusão.
Quantas
vezes, neste semestre, disse: “Para próxima aula façam uma resenha crítica de tal
texto que está na página do aluno em www.ilhadafantasia.edu.if!”
Nestes
dias que vivemos este alucinante acordar é salutar que leiamos excelentes
análises de conjunturas para entender o que acontece em nosso país. É
importante. Não basta.
Mas
talvez mais importante que densas análises históricas é fundamental que leiamos
realidades que estão, por exemplo, em nossas salas de aula.
Talvez
nem precisemos tirar o mofo de alguns anarquistas clássicos — Mikhail Bakunin,
Ivan Illich, Pierre-Joseph Proudhon ou Liev Tolstói — que lemos há muito. Eles
merecem voltar a estar na moda.
Mas,
uma vez mais, o velho Marx é sempre atual ao nos lembrar: “Não é
a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu
ser social que determina a sua consciência.” Talvez voltemos a conviver
no Brasil de verdade. Isto implica em ‘deixarmos a zona de conforto’ para
aderir a uma expressão que se faz modismo.
Limerique
ResponderExcluirEntão, por vinte centavos, é isto?
Por tal valor minha vida invisto?
Acabou-se o problema
O governo tem esquema
Aprovar o voto distrital misto.
“Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina a sua consciência.”
ResponderExcluirSair da nossa 'zona de conforto' não é algo muito fácil e, como o próprio nome diz, nenhum pouco confortável!
Engraçado como comentava isso há pouco ontem com uma Professora-Amiga, em visita ao Campus aqui da UFG: para quem está acostumado ser, agir diferente dos demais, é extremamente 'normal', mas os que nos rodeiam é que se sentem incomodados!
E queremos mudar a relidade do país!...não conseguimos sequer mudar a realidade das escolas que trabalhamos...os mesmos que saem nas ruas pedindo justiça, são os que não conseguem se deslocar de sua zona de conforto, de sua mesmice em sala de aula e pelos corredores da escola..
"Que país é esse?!"
.
Abraços Professor!!
.
Muito querida colega e amiga Thaiza,
Excluirparece que sinto sabores de um julho um mês um pouco menos atarefado que enseja teu retorno a este blogue.
Obrigado por tua presença aqui.
A admiração do
attico chassot
De acordo, mestre!
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