Ano 6 | GUARAPUAVA | Edição 1857 |
Esta edição sabatina é postada ainda de Guarapuava, que deixarei pelas 7h, rumo a Curitiba, donde devo partir às 13h, para Porto Alegre. Ontem, minha atividade mais significativa foi, à tarde com uma palestra de encerramento dos eventos que me trouxeram a Guarapuava, para um auditório lotado. Mesmo que houvesse falado por 2,5 horas parece que nem eu nem meus atentos ouvintes vimos o tempo passar.
Autografei dezenas de livros e tirei muitas fotos. Recebi uma placa do evento, com símbolos do Ano Internacional da Química. Depois da palestra e das atividades formais de encerramento o Prof. Carlos Alberto levou-me um tour pela cidade.
Antes pela manhã tive uma roda de conversa com alunos do PET e assisti a uma palestra: "Química e Física uma parceria de sucesso a serviço da saúde". Ao meio-dia e à noite, participei de refeições com participantes dos eventos, sempre recebendo provas de carinho.
Mas, as edições sabática soem ser dicas de leitura. Ela hoje se faz no livro que trouxe para esta viagem, mas que venho lendo desde que o comprei em junho, um pouco depois de seu lançamento. O Histórias íntimas – Sexualidade e erotismo na história do Brasil de Mary del Priore, pode-se abrir a esmo e, muito provável, se encontrará preciosidades. Moacyr Scliar, talvez em um de seus últimos prefácios, antes de morrer em 27 de fevereiro, traz um depoimento do qual a editora pinçou um excerto para a bem produzida capa: “Mary del Priore sabe como prender nossa atenção. Não conseguimos interromper a leitura, que nos leva aos bastidores da história de nosso país, começando pelo período colonial, passando pelo ‘hipócrita’ século XIX, examinando o século XX e chegando aos nossos dias.” Parece que não precisaria dizer muito mais.
DEL PRIORE, Mary. Histórias íntimas – Sexualidade e erotismo na história do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil. 256 p, 16 x 23 cm, R$ 29,90 ISBN: 978-85-7665-608-1, (abril, já em 5ª edição) 2011
Acerca da autora, Mary Lucy Murray Del Priore (Rio de Janeiro, 1952), em uma das orelhas de Histórias íntimas lê-se que: “Mary del Priore, ex-professora de história da USP e da PUC/RJ, pós-doutorada na École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, tem 29 livros de história publicados, sendo o mais recente: Uma breve história do Brasil, escrito com Renato Venancio e lançado pela Planeta em 2010. É vencedora de vários prêmios literários nacionais e internacionais, como Jabuti, Casa
Grande & Senzala, APCA, Ars Latina, entre outros. Colabora para jornais e revistas, científicos e não científicos, nacionais e estrangeiros. É sócia titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do PEN Club do Brasil. Atualmente, leciona na pós-graduação de história da Universidade Salgado de Oliveira.”
Na quarta capa pode-se ler: “Quando o Brasil era a Terra de Santa Cruz, as mulheres tinham de se enfear e os homens precisavam dormir de lado, nunca de costas, porque “a concentração de calor na região lombar” excitava os órgãos sexuais. E nos momentos a dois – geralmente no meio do mato, e não em casa, porque chave era artigo de luxo e não era possível fechar as portas aos olhares e ouvidos curiosos –, as mulheres levantavam as saias e os homens abaixavam as calças e ceroulas. Tirar a roupa era proibido. E beijar na boca? Bem... sem pasta e escova de dentes, difícil.
Mas como o proibido aguça mais a vontade, a instituição que mais repreendia os afoitos, ironicamente, acabou se tornando o templo da perdição. Onde as pessoas poderiam se encontrar, trocar risos e galanteios e até ter relações sexuais, sem despertar suspeitas, se não no escurinho... das igrejas?!
Casos saborosos como esses são narrados por uma das maiores historiadoras do país, Mary del Priore. Em Histórias Íntimas, ela mostra como a sexualidade e a noção de intimidade foram mudando ao longo do tempo, influenciadas por questões políticas, econômicas e culturais, e passaram de um assunto a ser evitado a todo custo para um dos mais comentados nos dias de hoje.”
Neste livro primoroso vale referir a extensa bibliografia consultada pela autora (e também a citação de sua vasta produção), que pode servir como orientação de leitura para quem quer saber mais sobre o tema. Por outro lado merece destaque a detalhada citação de fontes (em particular jornais e revistas) da Biblioteca Nacional que a autora traz para o corpo da obra.
O livro que tem uma excelente produção gráfica com destaque especial para a capa, obra de Marcílio Godoy, especialmente pela muito bem escolhida gravura. No sítio da editora que divulga o livro www.editoraplaneta.com.br/descripcion_libro/7643 há um link para baixar grátis o primeiro capítulo.
Aaaahhh.... Mary dispensa apresentações para uma historiadora em formação, como é o meu caso!!! Excelente pedida!!!
ResponderExcluirCaro Chassot,
ResponderExcluirpercebo que o teu sábado será de viajor. Tua dica de leitura é instigante, mesmo para mim, um puritano do século XXI.
Grande abraço,
Garin
Pandora querida,
ResponderExcluirprimeiro celebro um retorno depois de um temo que sabe ser grande; depois ratifico tua adesão â dica.
Na alegria do reencontro um bom sábado na tua linda Recife
attico chassot
Muito estimado amigo Garin,
ResponderExcluiro agradecimento a teu comentário é o encerramento do notebook em Guarapuava.
Agora começo a partida. Mais de quatro horas de BR 277 e depois o pequeno voo Curitiba / Porto Alegre.
Mesmo um puritano pode dar uma espiadela em histórias intima.
Um abençoado sábado
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirO livro já está na agenda para ser adquirido e lido. Obrigado pela dica. Espero que tenhas usufruído bastante a acolhida da Capital Gaúcha do Paraná. Abraços, JAIR.
Ave Chassot,
ResponderExcluirestou em Rio Grande visitando meu pai a beira do estuário da Laguna dos Patos.
Gostei da dica. Lerei este livro, adoro a Mary del Priore.
Abraços, Guy.
Muito estimado Jair,
ResponderExcluirdesde Curitiba, vibro por um polímata, com a dica poder adensar conhecimentos.
Desejo um ensolarado sábado em Floripa
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Salve Guy,
ResponderExcluirdesde São José dos Pinhais afagos ao biólogos (pai e filho)– comemorando a sua data às margens da Laguna dos Patos.
Com estima
attico chassot
Boa tarde professor!
ResponderExcluirSua palestra ontem foi encantadora, guardarei sempre suas palavras como educadora! E não irei me esqucer do seu conselho: ensinar menos! Realmente me fez pensar em tentar ensinar o que é significativo para meu alunado.
Abraços!
Giseli
Carissimo Mestre
ResponderExcluirComo sempre o senhor esta a todo o vapor, vivendo o prazer e satisfação da alegria que é um auditorio cheio, é muita energia num só lugar. Registrei a sugestão de leitura, me parece ser bastante interessante.
Sucesso.
Estimada Giseli,
ResponderExcluiré muito bom receber teu retorno a minha fala em Guarapuava. Que bom que a apreciaste.
Um afago agradecido do
attico chassot
Muito querido Adão Rogério,
ResponderExcluirtua visitação ao meu blogue sempre me encanta, pois me faz evocar nossas aulas.
Um afago para ti e para a Márcia
attico chassot