17* Das fronteiras de Goiás e Minas Gerais.

Itumbiara Ano 4 # 1414

Com esta edição de Itumbiara, como anunciei ontem, estou aditando a sexta nova localidade de postagem deste blogue em dias recentes. Ela junta-se a Passo Fundo, Porto Velho, Ariquemes, Juiz de Fora e Barbacena. Hoje no começo da noite quando chegar à Porto Alegre, estarei completando um ciclo. Nestes 22 dias percorri cerca de 13400 km aéreos e mais de 1900 km rodoviários. Terei feito 14 pousos em 11 aeroportos diferentes, tendo realizado 12 falas em seis cidades de quatro Estados diferentes. Isso sem faltar a nenhumas de minhas atividades de aulas no Centro Universitário Metodista - IPA.

Assim a blogada de hoje, é uma vez mais – como várias desses últimos dias – algo do diário de um viageiro. Já era quinta-feira quando cheguei ao hotel depois das atividades da extensa quarta-feira. Registrei no meu diário pessoal: “Cumprida missão comprida!” Mas, mais que essa lacônica síntese há muito a contar.

As duas etapas da viagem aérea foram tranqüilas. Como a primeira iniciou com um atraso e estada no movimentado aeroporto de Congonha em São Paulo foi menor. Apenas tempo de responder algumas mensagens.

No segundo trecho, mais uma vez, os deuses que regem o mistério dos encontros em viagens, me proporcionaram dádivas. O jovem ao meu lado lia, ou melhor, estudava um livro já surrado: “O jeito Disney de Ser’. Uma frase atribuída a Walt Disney ‘Ideias vem através da curiosidade’ sinalizava para uma necessária conversação. Apresentamos-nos. Falei de meu destino e das palestras que teria à tarde e à noite. “Viemos com objetivos similares, disse Renato Morais, venho dar um seminário de oito horas, amanhã, sobre o ‘jeito Disney de ser’. Também sou de Porto Alegre. Fui médico-veterinário. Hoje sou palestrante e educador. Desejo muito fazer um doutorado em Educação. Estudei na Disney. Hoje transmito essa experiência pelo Brasil. Procuro fazer aflorar o grande potencial que existe nas pessoas e nas organizações.” Conversamos muito. Trocamos ‘figurinha’. Aprendi muito. Foram momentos que tornaram curtos os 80 minutos da viagem entre São Paulo e Uberlândia.

No aeroporto era esperado atenciosamente pelo Professor André, um químico inorgânico. Circulamos pela segunda maior cidade de Minas Gerais, a capital do Triangulo Mineiro. É a segunda maior cidade do estado e economicamente é a segunda maior do interior do Brasil, atrás apenas de Campinas. Já estive em mais de uma oportunidade nessa cidade de cerca de 700 mil habitantes que nesta viagem era

apenas ponto de passagem. Almoçamos e depois em companhia da Professora Zélia, circulamos por movimentadas rodovias, com o André dando mostra de seu domínio de direção. Depois de percorremos 150 km, atravessamos a histórica ponte pênsil Afonso Pena, datada de 1903 sobre o Parnaíba. Deixávamos Minas Gerais; estávamos em Goiás. Estávamos em Itumbiara.

A cidade de mais de 100 mil habitantes se estende majestosa às margens do Parnaíba, muito próximas a Hidroelétrica de Furnas. Fazia oito anos que estivera aqui. Se Goiás é a terra das duplas sertanejas estou na capital das mesmas.

Encontrei a cidade enfeitada para “6º Arraiá de Itumbiara” que começa hoje. É sem dúvida nenhuma a maior e mais bem organizada comemoração junina do Estado de Goiás com apresentação de artistas consagrados nacionalmente, além de artistas locais, grupos de quadrilha, barracas que comercializam comidas típicas, casamentos comunitários e mais uma série de atrações. O 6º “Arraiá de Itumbiara” inicia-se com concentração na Avenida Beira Rio em frente ao Palácio 12 de Outubro para carroceata de abertura e vai até o dia 27 deste mês com expectativa de público em torno de 400 mil pessoas durante a festa.

Fomos primeiro ao Instituto Luterano de Ensino Superior, uma das unidades da ULBRA mais pujantes dentre as que se localizam foram do Rio Grande do Sul. Encontrei significativas expansões desde a vez anterior que aqui estivera. Reencontrei a minha colega Kátia Dias Ferreira Ribeiro, Coordenadora do Curso de Química, que é responsável pela minha estada aqui.

Depois de ter estado no hotel por cerca de 50 minutos, um grupo de alunas da cidade vizinha de Buriti veio buscar-me e fomos ao ILES pela avenida Beira Rio, onde elas comentavam de suas expectativas para as atividades e sobre como usam meus livros.

Houve dois momentos distintos na tarde-noite. No primeiro, em uma sala panorâmica que oferecia um lindo pôr-do-sol. Em um ambiente festivo, com comes e bebes, falei por mais de uma hora acerca do livro A Ciência é Masculina? que foi presenteando a cada um dos cerca de 80 participantes. Ao final, muitas fotos e autógrafos.

Num segundo momento, em um grande auditório, das 20h às 22h proferi a palestra ‘A Ciência como um dos óculos possíveis para a leitura do mundo natural’ para cerca de 200 alunos e professores de diversos cursos do ILES e de outras instituições. Esta atividade como a anterior foi coordenada pela professora Kátia. Ao final, ainda por mais de meia hora autografei livros e tirei fotos.

Antecedendo essa minha segunda fala, houve no auditório o lançamento do livro ‘Amigos e Amigos’ de Naédja Francinele, 32 anos, filha de pais primos em 1° grau, tanto ela como o irmão desenvolveram após dez anos de vida, distrofia progressiva muscular, em função disso não anda e nem fala. Estudou até o 5° ano, e logo que perdeu a fala aguçou a escrita como forma de comunicação e assim contou sobre sua vida em um livro ‘Superação’ seu primeiro livro. A atividade foi uma promoção liderada pela Casa de Cultura de Canápolis, um município de Minas Gerais. O emocionante lançamento contou com apresentação de dois vídeos e com a narração da história de Naédja pela Diretora da Casa de Cultura Professora Alessandra Maria da Silva.

Após as atividades da noite participei de uma confraternização com mais de uma dezena de professoras e professores da ULBRA quando pude saborear um peixe na telha, prato goiano muito típico aqui.

Esta manhã, às 9h com a Professora Kátia começo a voltar. Depois de cumprir uma agenda local nos deslocamos a Uberlândia, às 13h parto para São Paulo. Depois de duas horas de espera em Congonhas, às 16h30min sigo para Porto Alegre, onde devo chegar às 18h, encerrando esse ciclo de viagens que referi na abertura.

Com votos de uma excelente quinta-feira a promessa de novo encontro amanhã.