Porto Alegre Ano 4 # 1409 |
Depois do périplo na Zona da Mata Mineira, onde Juiz de Fora e Barbacena passaram a rol de cidades onde esse blogue já foi postado, mais uma vez estou em Porto Alegre. Cheguei às 22h, com quase uma hora de atraso, pois no Rio de Janeiro, dois passageiros despacharam as bagagens e não compareceram ao embarque. Pode-se imaginar o que foi localizar as bagagens em um Airbus lotado. Viajei os dois trechos da viagem (Rio/Florianópolis/Porto Alegre) espremido em poltrona central, desses aviões que a cada viagem nos dão a sensação que estamos engordando. Os 200 km entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro ensejou ver as belezas serranas de Petrópolis e adjacências durante dia, sob chuva e cerração com sol espiando timidamente.
Na manhã o Gerson e eu apresentamos uma mesa-redonda “Química e meio ambiente” para alunas e alunos dos cursos técnicos de Edificação e de Informática. Destaco que ao comentar a cerca de ser vítima da neopatia – essa doença pós-moderna que grassa qual epidemia, uma aluna se fez ícone: ela, com seus 16 anos, estreara no dia anterior o seu 15º aparelho de telefone celular. A jovem neopata tem uma doença cuja característica é ter sempre tudo novo: o último computador, a última versão do Windows, o último carro - hoje, último carro parece não ser mais de bom tom, por problemas de segurança, que requerem a não ostentação. Aliás, esta doença tem diversas síndromes, que afetam as pessoas em momentos diferentes. Há alguns dias, era ter o último modelo de telefone. Hoje, o surto como a neopatia se manifesta é de se ter o último modelo de câmera fotográfica. Amanhã será a necessidade de termos uma tela de plasma que, mesmo fazendo na similitude de nosso televisor atual, é mais delgada e ainda, confere maior status a seus possuidores. Depois disso surgirá outra necessidade. Mas, em breve o mercado definirá. Um sintoma muito próprio dessa doença é fazer o novo subitamente velho. Assim, um telefone celular com dois anos de uso é ‘mais velho’, leia-se obsoleto, que um telefone fixo de 20 anos.
Desses quase três dias mineiros, ao lado dos comentários apensos a blogada de ontem, trago mensagem que recebi: Querido Prof. Chassot. Ainda estamos em êxtase com os novos conhecimentos adquiridos com suas palestras. Digo estamos, pois não somente os alunos foram enriquecidos em sua alfabetização científica, mas também com certeza sua professora Beth. Foi uma honra tê-lo aqui na nossa escola (quase) ideal. Juntamente com o prof. Gerson e Prof. Kelecon, os nossos dias foram mais ricos. Obrigada pelo carinho dispensado aos nossos alunos, foi uma oportunidade única para todos. Espero também tê-lo como professor visitante muito em breve. Abraços, Prof. Elisabeth do Carmo Mendes Casagrande, Coordenadora do Curso Técnico Integrado em Quimica, IFSEMG- Campus Barbacena. A Elisabeth aparece na edição de ontem entregando-me a cesta com apreciadas produções da Escola.
Mas sábado é dia de dica de leitura e esse sábado é dia dos namorados. Nada melhor que comentar um livro de amor. Meus leitores e aqueles que assistiram a minhas palestras em outubro de 2008, hão de recordar uma notícia mais detalhada aqui em 30 de setembro de 2008: as mortes do filósofo André Gorz – um dos mais respeitados ícone da esquerda francesa e um dos fundadores da publicação "Le Nouvel Observateur" – e de sua mulher Dorine.
Em minhas falas então apresentava, como um ofertório ao casal um trecho da dedicatória do último livro de Gorz "Lettre à D. Histoire d'un amour, une ode à Dorine" escreveu para sua mulher, que vale trazer uma vez mais aqui: “Tu acabas de fazer 82 anos. Encolheste seis centímetros e não pesas mais que 45 quilos. Tu continuas sempre bela, graciosa e desejável. Faz 58 anos que vivemos juntos e eu te amo mais do que nunca. Recentemente me apaixonei de novo e de novo carrego em mim um vazio avassalador que só é preenchido por teu corpo apertado contra o meu. Nós nos amaremos, sendo que na morte, um não há que sobreviver ao outro. Se houver uma segunda vida, nós desejamos passá-la juntos.”
O casal se suicidou depois de viver juntos cerca de 60 anos. Dorine sofria uma grave e rara doença degenerativa, a aracnoidite, causada pelo acúmulo de uma substância que lhe fora injetada para fazer contraste numa radiografia da coluna. "Você vai eliminar esse produto em dez dias", disse o radiologista. Não foi assim: o líquido, chamado lipiodol, subiu até o crânio, e também formou um cisto na região cervical. A compressão nas terminações nervosas causava dores insuportáveis.
A editora Cosac Naify posteriormente editou CARTA A D. - HISTÓRIA DE UM AMOR de André Gorz numa tradução de Celso Azzan Jr. O livro com 80 páginas tem preço anunciado de 29 reais. Vale acessar, para conhecer mais sobre este livro que a inferir de sua história, o sítio http://www.cosacnaify.com.br/noticias/extra/gorz/, onde se pode ouvir inclusive excerto da dedicatória antes transcrita.
Com votos de um bom sábado, um convite para nos lermos aqui amanhã.
Chassot! Quero parabenizar a Claudia pela brilhante aprovaçao na UFSC. Não é a toa que a UNISINOS possui um dos melhores PPGs de Educaçao brasileiro, fruto da competencia de seu quadro docente, o atual e aqueles que marcaram sua passagem por lá. Tambem te parabenizo pelo elogio merecido por parte da professora Elisabeth, do qual compartilho e reafirmo. Seu pupilo JB. Abraço
ResponderExcluirMeu caro Jairo,
ResponderExcluirobrigado por te associares as alegrias pela conquista da Cláudia. Obrigado também por aderires a querida mensgem trazida pela professora Elizabeth,
Um bom resto de sábado que quase despede o outono
attico chassot
Mestre Chassot, depois de muito tempo, o filho à casa torna. Felizmente, poderei voltar a postarcom maior frequência nas suas blogadas, não diariamente como antes, mas, pelo menos, duas ou três vezes por semana. Espero que possamos reativar a parceria intelectual que ficou estagnada por mais de um mês.
ResponderExcluirDesejo um feliz dia dos namorados para a Gelsa e o senhor, bem como para todods os casais que leem suas blogadas.
Ótimo dia.
Meu caro Marcos Vinicius,
ResponderExcluireu ao ver chegar o anuncio de teu comentário entoei aleluias. Muito provavelmente outros leitores hão de festejar a cena bíblica do filho pródigo que descreves na abertura de teu comentário: O bom filho a casa volta. Mesmo que seja um comentário semanal, muitos leitores e eu saberemos cartesianamente que ‘O Marcos deixou um comentário, logo ele (ainda) existe’.
Obrigado pelos votos pela data de hoje e um ubérrimo retorno,
attico chassot
Professor Chassot!
ResponderExcluirA cada visita que faço, fico pensando na complexidade que envolve as interações virtuais. Sinto-me como um amigo virtual. Parece-me que sempre que ao retornar a esse espaço, estou retomando uma conversa com um amigo querido. E é assim que vejo essa interação.
Professor também fica o convite para uma visita ao meu novo blog. http://caminhanteaprendente.wordpress.com
Abraços, e bom final de semana.
Meu caro colega e amigo,
ResponderExcluirrealmente sempre sinto algo mag(ic)o nessas interações virtuais. Elas me envolvem sobremaneira. Sinto daudade de comentários de pessoas como tu, quando silenciam há um tempo.
Pergunto-me será que me abandonaram?
Obrigado por reapareceres
. Vou te visitar em novo endereço.
Com estima e muita admiração
attico chassot
Olá, mestre Chassot e leitores, perdão pelo comentário atrasado.Para refletirmos acerca da neopatia tratada nesta blogada, gostaria de lembrar (para quem já conhece) ou indicar o vídeo "A história das coisas", está no youtube, são 3 partes. Endereço da parte 1:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=rBb2-R9ygrI
Abraços,
Maria Lucia.
Muito querida colega Maria Lúcia,
ResponderExcluirjá disse uma vez que uma blogada não é como jornal velho que só serve para enrolar peixe. Tu hoje compravas isso.
Vou atrás de tua sugestão.
Um muito bom domingo e um afago carinhoso do
attico chassot
Mestre,
ResponderExcluiracredito que o vídeo "A história das coisas" é bastante completo e pode fomentar muitas discussões, quem sabe futuras blogadas, já que analisa um problema muito atual e importante de ser discutido em todos os níveis de ensino.
Penso que é um vídeo que auxilia em nosso trabalho de alfabetização científica, o que me diz?
Abraços,
Maria Lucia.
Muito querida colega Maria Lucia,
ResponderExcluirassisti aos vídeos que sugeriste em http://www.youtube.com/watch?v=rBb2-R9ygrI
Concordo com tua proposta e farei deles assuntos de blogada ainda nesse junho, especialmente depois que via neopata de Juiz de Fora ter seu 15º com talvez 16 anos de idade.
Uma boa nova semana junina
attico chassot