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quarta-feira, 2 de maio de 2012

02.- RUMO ÀS MISSÕES GUARANIS



Ano 6***     Porto Alegre       ***Edição 2100
Inicio esta edição com convite: acompanhar-me, até sábado, em uma viagem inédita para mim: às Missões no Paraguai. Esta manhã, vou a Frederico Westphalen, em uma situação inusual para quem desde novembro já fez mais de dez vezes esta viagem: viajo de dia.
À noite, me junto com professores e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Educação da URI e vamos em ônibus especial até Encarnación, no Paraguai, para participar da XIV Jornadas Trasandinas de Aprendizaje, dias 3, 4 e 5 de maio. Assim está justificado o convite.
Houve um tempo que “Missões Jesuíticas’ foi assunto de meu interesse, enquanto deleite intelectual, pois nunca estudei (e muito menos, lecionei) formalmente o assunto. Em minha biblioteca tenho algumas obras sobre tema, inclusive uma rica edição produzida pela Unisinos, há época que era professor na instituição. Com esta produção, fiz presente a mais de um colega no exterior.
Um dos primeiros livros que li acerca do tema: “A República ‘comunista’ cristã dos Guaranis: 1610/1778” do belga Clóvis Lugon, editado pela Paz e Terra em 1976, numa tradução de obra homônima em francês. Ter retomado este livro, do nicho “missões” de minha biblioteca, trouxe-me evocações e me excitou intelectualmente para esta viagem que inicio hoje.
Recordo as várias vezes que estive nas ruínas missioneiras no Rio Grande do Sul e especialmente das duas ou três vezes que assisti o emocionante espetáculo de luz e som em São Miguel, junto ao que sobrou em pé: a estrutura da igreja principal, que mesmo em ruínas é de uma grandiosidade e beleza arquitetônica impressionantes (FOTO). 
Estive no Museu das Missões no sítio arqueológico (projetado por Lúcio Costa - o criador da planta urbanística de Brasília) e abrigo de peças de arte sacra produzidas pelos habitantes das antigas reduções jesuítico-guaranis. Mais recentemente visitei as obras de restauro da catedral Angelopolitana — réplica da igreja de São Miguel Arcanjo — em Santo Ângelo(FOTO).
Em um texto presente em dezenas de sítios internéticos, agora certamente já de autoria coletiva pode-se ler: “Numa região entrecortada pelos rios Paraná e Uruguai, que inclui territórios do Rio Grande do Sul, Argentina e Paraguai e Uruguai, escondem-se os vestígios de um dos mais importantes – e desconhecidos – capítulos da história da América Latina. Um capítulo que começou em 1603, quando os padres jesuítas, a serviço de um amplo projeto de conversão espiritual dos povos indígenas da Bacia do Prata, fundaram a primeira redução-jesuítico guarani da região. Lá viveram milhares de índios guaranis catequizados, num sistema de cooperação social que combinava a fraternidade e a reciprocidade da cultura guarani às inovações técnicas trazidas da Europa (como a escrita, a imprensa e a metalurgia)”.
“O desenvolvimento e a expansão do projeto levaram à formação de 30 povoados do gênero na região. Durante 150 anos, eles formaram uma sociedade interligada que chegou a abrigar mais de 100 mil pessoas, entre guaranis e jesuítas, e que desenvolveu uma arquitetura, um planejamento urbano e um modo de vida considerados únicos em toda a história da humanidade. Disputas pelo controle desse território, envolvendo as coroas portuguesa e espanhola, determinaram a decadência e a gradual dissolução das Missões jesuítico-guarani. Nos locais onde elas floresceram restam hoje apenas as ruínas de uma sociedade dizimada através da força colonialista e do derramamento de sangue indígena”.
Assim, estar, agora, viajando para Paraguai — país que de forma mais visível guarda, entre seus habitantes, a herança do povo e da cultura guarani, não somente pela língua que falam, mas também pelas próprias feições indígenas presentes na esmagadora maioria da população. — faz destes próximos dias algo muito especial.
Assim, mais uma vez este blogue pelos próximos dias se transmuta em diário de viagem. E, é muito bom ter a companhia de cada uma e cada um de meus leitores.

5 comentários:

  1. Caro Chassot,
    Esses eventos poucos conhecidos de nossa história, se tivessem um desfecho diferente, poderiam ter mudado até a língua pátria, não é mesmo? Poderíamos hoje, pelo menos no sul, estar falando o idioma guarani como nossos vizinhos. Abraços e boa viagem. Abraços nativos, JAIR.

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  2. Estes sao lugares que eu gostaria de conhecer... boa viagem e nos brinde com algumas fotos...

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  3. Caro Chassot,
    sem dúvida, a civilização ocidental tem uma dívida impagável com os guaranis organizados pelos jesuítas. A forma de organização social, o desenvolvimento cultural e a produção das ditas 'reduções' é impressionante e fica apagado, sobre algumas páginas perdidas dos livros de história ou então em algum filme esquecido como "A Missão".

    Um abraço,

    Garin

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  4. Gostaria de compartilhar um trabalho musical sobre Missoes Jesuticas!! necesito enendereço grato!!

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  5. Estimado Lenin,
    tomara que voltes aqui para ler meu endereço, pois tu não eixaste teu Correio
    Rua Mariante, 322/701
    Porto Alegre
    90430-180
    Com expectativa

    attico chassot

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