Ano 6***
www.professorchassot.pro.br ***Edição 2124
Uma (ex)(in)tensa semana se encerra. A frutuosa estada
na UFSM e o ‘avivar saudades’ na Universidade do Adulto Maior, dois seminários
nas turmas de Música e na Educação Física na disciplina de Conhecimento, Linguagem
e Ação Comunicativa e ainda na noite de ontem uma oficina de escrita no Mestrado
Profissional de Reabilitação e Inclusão foram alguns pontos da agenda.
Tive na curtição do avonar ter ficado, ontem, por um
tempo, com a Carolina, que na próxima sexta-feira faz ½ ano, enquanto minha
filha Clarissa cumpria compromissos, próximos à minha casa. A estada da
Carolina catalisou um almoço com a Clarissa na Morada dos Afagos. Foram momentos
gostosos.
Mas encontrei a sugestão sabática em uma aula de História
e Filosofia da Ciência nesta semana na turma de biologia, ao falar em Antonie
van Leeuwenhoek (Delft, 24 de outubro de 1632 - Delft, 26 de agosto de 1723)
foi um comerciante de tecidos, cientista e construtor de microscópios, dos
Países Baixos. Ele é conhecido pelas suas contribuições para o melhoramento do
microscópio, além de ter contribuído com as suas observações para a biologia
celular (descreveu a estrutura celular dos vegetais, chamando as células de
"glóbulos").
Utilizando um microscópio que ele mesmo construiu
(possuía a maior coleção de lentes do mundo, cerca de 250 microscópios), foi o
primeiro a observar e descrever fibras musculares, bactérias, protozoários e o
fluxo de sangue nos capilares sanguíneos de peixes.
Mas como chego à dica de leitura de hoje. Ocorre que
Leeuwenhoek era amigo do pintor Vermeer, figura importante na dica de hoje, que
pode não ser inédita, mas numa semana como esta que termina, terei a indulgência
de alguns leitores, por trazer um café requentado.
CHEVALIER, Tracy. Moça com brinco de pérola, Rio
de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2004, 6ªed. 240p. Original: Girl with a pearl earring. ISBN 85-286-0957-X.
Moça com brinco de pérola
é uma saborosa possibilidade de conhecermos mais o mundo da pintura holandesa
no século 17, penetrando nos emaranhados da vida de Vermeer, conduzidos por Trancy
Chevalier, uma escritora que parece usar a palheta para pintar palavras.
É provável que muitos dos leitores
deste blogue, como eu, nunca tenham estado em Delft. Ao terminar a leitura de Moça com brinco de pérola, a histórica cidade holandesa nos será familiar, pois
junto com Griet percorremos suas ruas, atravessamos praças, margeamos canais e
vamos aos mercados e à igreja e também a acompanhamos em seus encontros furtivos
com o namorado em becos mais discretos.
Em Delft passamos a viver muito na
casa de Jan Vermeer (1632-1675) um dos maiores pintores do século 17 e o acompanhamos
a criação de alguns se seus 35 quadros, que hoje se constituem num dos maiores
acervos do barroco holandês. Numa trama sagaz entre ficção e realidade, Tracy
Chevalier nos envolve com um importante personagem da História da Ciência, frequentador da casa do pintor: Antonie van Leeuwenhoek, referido na abertura
e que também figura na lista das 100 pessoas
que mais influenciaram na humanidade segundo Michael Hart [As 100 maiores personalidades da
História, Difel, 2002], que já como assunto para uma próxima blogada.
Griet - a heroína do livro - é uma menina contratada para ser uma das empregadas, deixando
sua família protestante para viver entre católicos - quando as condições de trabalho de uma criada se assemelhavam
quase à escravatura - e se torna, então, modelo do pintor, sendo retratada em
famoso quadro, que dá título do livro. Ter usado os brincos de Catherine, mãe
dos 11 filhos do pintor, atrai a ira da esposa e traz ao romance desfecho
imprevisível.
O
romance de Tracy Chevalier foi adaptado para o cinema, com filme homônimo,
dirigido por Peter Webber, com três indicações ao Oscar 2004 (Direção de Arte,
Fotografia e Figurino) numa produção de Luxemburgo e do Reino Unido.
A Moça com brinco de pérola nos leva pela imaginação de Tracy Chevalier
- uma estudiosa de Delft e da obra de Vermeer - a viajar ao século 17, tão pleno de interrogações que ainda se
fazem atuais nos dias de hoje. A magia da leitura me entusiasma a recomendar a
fruição de uma viagem a Delft nesse romance empolgante.
O filme é simplesmente ótimo! Inefável! sobretudo a fotografia!
ResponderExcluirBoa postagem!
Boa noite Mestre!
ResponderExcluirE eu esperava encontrar alguma menção sua ao Dia da Africa,(das Africas, hehe) entre ontem e hoje. Sei que é maais uma data estéril, mas o sr sempre traz reflexões sobre as datas comemorativas, com dados e etc...
Bom fim de semana!
Muito querida Marília,
Excluirreleva: não sabia que hoje era dia da África — ou como sugeres, mas apropriadamente: dia das África. Vou me redimir em blogada futura. Na Afira, atualmente meu óculo está assentado na Libéria, tentando entende-la, se é que é possível.
Mais uma vez peço que consideres minha não evocação da data.
Um afago com admiração do
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirSe o quadro já era instigante, o livro se torna objeto de busca para leitura. Abraços literatos, JAIR.
Caro Attico,
ResponderExcluircomo meu tempo para literatura anda curto vou dar uma espiada no filme; embora não seja a mesma coisa, pelo menos quero ter uma ideia do conteúdo da obra em si. Obrigado pela dica.
Um abraço,
Garin
Querido e amado Mestre Chassot, compartilhei em meu perfil no FB um convite às pessoas queridas de meu convívio, especialmente selecionadas para lá estarem para que ACESSEM, LEIAM e DELEITEM-SE com tão nobre sabedoria oferecida gratuitamente por tão ilustre Mestre das palavras, e que lhes concede um colorido e um formato especial!
ResponderExcluirProfessor Chassot, és minha "biblioteca" preferida
EU recomendo a TODOS e TODAS.... pois terão gratas surpresas diárias....
um excelente final de domingo, e uma semana esplendorosa....
.... de sua aluna e admiradora