Ano
6*** ENCARNACIÓN – PY ***Edição 2103
Na sexta-feira
encarnacionina os três turnos foram envolvidos na XIV Jornadas Trasandinas de Aprendizaje
e tive(mos) a ratificação do que critiquei ontem. A Universidade anfitriã, desta
edição que é a continuação de uma sucessão que ocorre há 26 anos bienalmente, assumiu
o adjetivo que tem em seu nome: Católica. Na escolha dos palestrantes principais,
não só privilegiou os da casa, como escolheu destes seus teólogos para marcar posições
de uma Educação confessional.
Esta crítica
é feita por alguém que chega, agora, ao evento, em decorrência de sua vinculação
com a URI que já sediou três edições anteriores. Mas se me insurjo com a visão não
plural do evento, devo reconhecer, que nestes anos de participação de atividade
desta natureza, talvez nunca tenha participado de um evento onde todos sejam tão
fraternalmente acolhidos. O mandamento maior do cristianismo, mais de uma vez citado
aqui ‘que vos ameis uns aos outros’ está sendo sobejamente praticado.
Pela manhã
assisti primeiro a conferência “Calidad en la Educación” proferida pela Dra. Carmen
Quintana de Horák do corpo docente e administrativo da universidade que nos acolhe.
Não foi muito além do que tenho lido sobre o assunto. Logo em seguida ouvimos o
Dr. Jesús Montero Tirado, um sacerdote jesuíta, com quase 80 anos, com doutorado
em Roma e que transita pelo mundo. Sua palestra “El gran desafío:
reformar la formación del docente a partir de la antropología integral” foi excelente.
Defendeu uma educação espiritual, que diferenciou da religiosa, vendo na mesma
lugar, inclusive, para os ateus.
Nas duas horas
finais da manhã participei de um grupo de três mini-conferências onde apresentei
“De las Disciplinas a la Indisciplina: mirando la Ciencia al revés” que recebeu boa aceitação.
Após o almoço, sem poder ter feito uma desejada sesta que aqui é cultivada,
participei da apresentação de cinco trabalhos do eixo ‘Diversidad y equidad’, um
dos quais ‘O multiculturalismo e o ensino de história: reflexões sobre o estudo
da cultura afro-brasileira e indígena’ do qual sou coautor com Camila Guindini Camargo,
minha orientanda de mestrado na URI, que fez a exposição com muita competência.
No final da tarde houve mais duas conferências. Na primeira, a infelicidade
de uns, foi sorte de outros. Explico: na noite de quinta-feira, foi anunciado que
o bispo de Encarnación não poderia vir abençoar a sessão de abertura, pois envolvera-se
em um acidente de trânsito. Esta manhã soube-se pela televisão que p operário vitimado
teve que amputar uma perna. Assim a conferência “Educación y familia” que seria
proferida por dom Ignacio Gogorza, Gran Canciller da Universidade foi substituída por “Competencias
del docente” apresentada com excelência pelo Dr. Augusto Pérez Lindo da Universidade
de Buenos Aires. A segunda palestra “Formación del docente” proferida pelo Magister [como aqui é referido o
título de Mestre] Ilde Silvero, sacerdote e professor da Universidade, foi marcada
por um viés católico até no mostrar que Jesus é modelo de todos os mestres.
À noite, houve um jantar de confraternização, onde ouvi guarânias que embalaram
reuniões dançantes que participei há quase 60 anos. Pareceu a todos muito natural
que só nos aproximássemos da comida depois de uma oração onde se incluía o persignar-se.
Esta manha assisto palestras e apresento uma mini-conferência. À tarde começamos
a voltar, sonhando estar em Porto Alegre ainda na tarde de domingo.
Hoje, por nesses dias as edições terem sido de ‘Diários de um viajor’, as
dicas sabáticas não circulam. Um bom sábado a cada uma e cada um.
Retificação: Na edição de ontem, onde se lê Encarnación é 26ª cidade
de 16 países estrangeiros (e antes do Paraguai postei da Argentina, Uruguai, Colômbia,
México, USA, França, Espanha, Bulgária, Holanda, Reino Unido, Croácia, Eslovênia,
Dinamarca, Suécia e Rússia) leia-se
Encarnación é 27ª cidade de 17 países estrangeiros (e antes do Paraguai postei
da Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile, México, USA, França, Espanha, Bulgária,
Holanda, Reino Unido, Croácia, Eslovênia, Dinamarca, Suécia e Rússia).
Caro Chassot,
ResponderExcluirQue interessante essa tua jornada, além dos aditamentos culturais/didáticos, você pode olhar através de olhos religiosos a prática do ensino num país vizinho culturalmente diverso do nosso. Abraços, JAIR.
Caro Chassot,
ResponderExcluirvejo que estás imerso em uma Universidade católica, não apenas no nome, mas nas falas e práticas. Por certo te recordas de outros tempos nos quais foste líder de grupos de formação. Mesmo num meio teológico assim pudeste encontrar quem inclui os céticos em sua forma de pensar: isso é alvissareiro.
Bom retorno,
Garin
Muito interessante, como você, caro Attico, também trabalho em uma universidade confessional e conheço outros colegas que trabalham em outras confessionais... No Brasil, não percebermos a parte religiosa da instituição tão presente como vc relatou aí na unviersidade que os acolhe... Mas concordo com o Jair, acima... É sempre interessante conhecer outras instituições com modelos culturalmente diversos dos nossos.
ResponderExcluirBoa viagem de retorno
Querido mestre Attico Chassot , obrigado pela atenção, carinho e principalmente pela força, seja com olhar, sorriso ou com palavras.
ResponderExcluirO evento foi de grande diversidade (ou choque), não apenas cultural, mas de discursos, dogmas e concepções, institucionais/religiosas.
Penso que o ponto positivo, como o professor relata em seu blog, é a acolhida calorosa pelos nossos hermanos, e a organização/atendimento do evento.
Até a próxima!
Abraços da sua orientanda Camila
Querida Camila,
ResponderExcluirteu comentário coincidiu com a postagem de hoje.
Obrigado pela pareceria.
Vemo-nos sexta-feira.
Um afago em bom domingo
attico chassot