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sábado, 21 de setembro de 2013

21.— GAUCHISMOS E OUTROS QUETAIS

ANO
 8
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2541


O feriado farroupilha, em um olhar meteorológico, foi gris. Choveu docemente. Todavia verde/vermelho/ amarelo que cantam o exagerado orgulho gaúcho estavam presente nas bandeiras que tremulam nos acampamentos nativistas e nos desfiles gauchescos. Também estão presentes em dezena de anúncios em jornais, alguns de página inteira, que cantam a bravura da gente desta terra, que já viveu sonhos de ser independente do Império brasileiro na primeira metade do século 19. Aliás, chama atenção o quanto marcas multinacionais (por exemplo, nescafé, subway...) assinam os anúncios mais custosos.
Há um aparente paradoxo: os farrapos inscreveram no pavilhão tricolor (aqui é mais cultuado que o nacional) o mesmo lema dos revolucionários franceses de 1795: Igualdade, Liberdade e Humanidade e o mote das peças publicitárias e dos discursos, esquece a Igualdade e exalta exatamente quanto somos diferentes (mais heroicos, mais bravos, mais politizados...). Somos sim, mais ufanistas.
Agradeço a minha querida amiga Conceição Cabral, desde Belém do Pará, trouxe-me evocações com o hino rio-grandense (cantado com mais frequência e emoção que o hino nacional). As belicosas estrofes são presença mesmo em manifestações oficiais em instituições federais. ttps: //www.youtube.com/watch?v=ZD_WnHMv1w8
Devo dizer que a celebração desta data, que se espraia por todo o mês de setembro, cada ano me faz mais sestroso. Sinto-me mais latino-americano que brasileiro. Logo, não me sinto confortável com esse presunçoso gauchismo.
Mas, acolho de bom grado o feriado independente de cultua-lo. Assim como ‘celebro’ o dia da Padroeira do Brasil, a Sexta-Feira Santa ou dia da Virgem Maria do Livramento, ontem fiz dia festivo.
Nesse feriado chuviscoso vivi um pouco a ressaca de meu périplo goiano. Sou tentado, uma vez mais faltar com a modéstia e trazer um registro de ocasião, contrariando aos que viram na última edição laivos narcísicos.
Na tarde de ontem, quando o atencioso e competente motorista do IF-GO do Câmpus de Anápolis levou-me ao aeroporto em Goiânia disse-me: “Professor, aprendi muito na nossa viagem de ontem, com sua conversa com aquele moço. Passei a ver as plantas diferentes.” O seu Roberto, referia-se ao Prof. Dr. André Sarriá, um especialista em ‘comunicação entre plantas’. Ainda acrescentou: “Meu colega do câmpus de Inhumas, que trouxe professores e alunos para sua palestra, assistiu a sua fala, e contou-me muitos assuntos que aprendeu!”
Ao falar em Ciência, se abandonamos o esoterismo e migramos para exoterismo, fazendo alfabetização científica. Também por isso é bom curtir no feriado farroupilha a ida a Anápolis.

2 comentários:

  1. Limerique

    Bravos gaúchos exaltam o ufanismo
    Seus brios fúlgidos de gauchismo
    Sao todos farrapos
    Esses qüeras guapos
    Que seus feitos trovam com lirismo.

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  2. Vivemos em um país continental, e como tal tem costumes os mais ecléticos possíveis. Várias realidades, diferentes necessidades. Porém também é triste constatar a falta de solidariedade existente quando uma questão como a divisão dos royalties do petróleo encontra tanta oposição.
    abraços

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