ANO
8 |
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2541
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O
feriado farroupilha, em um olhar meteorológico, foi gris. Choveu docemente. Todavia
verde/vermelho/ amarelo que cantam o exagerado orgulho gaúcho estavam presente
nas bandeiras que tremulam nos acampamentos nativistas e nos desfiles
gauchescos. Também estão presentes em dezena de anúncios em jornais, alguns de
página inteira, que cantam a bravura da gente desta terra, que já viveu sonhos
de ser independente do Império brasileiro na primeira metade do século 19.
Aliás, chama atenção o quanto marcas multinacionais (por exemplo, nescafé,
subway...) assinam os anúncios mais custosos.
Há
um aparente paradoxo: os farrapos inscreveram no pavilhão tricolor (aqui é mais
cultuado que o nacional) o mesmo lema dos revolucionários franceses de 1795:
Igualdade, Liberdade e Humanidade e o mote das peças publicitárias e dos
discursos, esquece a Igualdade e exalta exatamente quanto somos diferentes
(mais heroicos, mais bravos, mais politizados...). Somos sim, mais ufanistas.
Agradeço
a minha querida amiga Conceição Cabral, desde Belém do Pará, trouxe-me
evocações com o hino rio-grandense (cantado com mais frequência e emoção que o
hino nacional). As belicosas estrofes são presença mesmo em manifestações
oficiais em instituições federais. ttps: //www.youtube.com/watch?v=ZD_WnHMv1w8
Devo
dizer que a celebração desta data, que se espraia por todo o mês de setembro,
cada ano me faz mais sestroso. Sinto-me mais latino-americano que brasileiro. Logo,
não me sinto confortável com esse presunçoso gauchismo.
Mas,
acolho de bom grado o feriado independente de cultua-lo. Assim como ‘celebro’ o
dia da Padroeira do Brasil, a Sexta-Feira Santa ou dia da Virgem Maria do
Livramento, ontem fiz dia festivo.
Nesse
feriado chuviscoso vivi um pouco a ressaca de meu périplo goiano. Sou tentado,
uma vez mais faltar com a modéstia e trazer um registro de ocasião, contrariando
aos que viram na última edição laivos narcísicos.
Na
tarde de ontem, quando o atencioso e competente motorista do IF-GO do Câmpus de
Anápolis levou-me ao aeroporto em Goiânia disse-me: “Professor, aprendi muito
na nossa viagem de ontem, com sua conversa com aquele moço. Passei a ver as
plantas diferentes.” O seu Roberto, referia-se ao Prof. Dr. André Sarriá, um
especialista em ‘comunicação entre plantas’. Ainda acrescentou: “Meu colega do
câmpus de Inhumas, que trouxe professores e alunos para sua palestra, assistiu
a sua fala, e contou-me muitos assuntos que aprendeu!”
Ao
falar em Ciência, se abandonamos o esoterismo e migramos para exoterismo, fazendo
alfabetização científica. Também por isso é bom curtir no feriado farroupilha a
ida a Anápolis.
Limerique
ResponderExcluirBravos gaúchos exaltam o ufanismo
Seus brios fúlgidos de gauchismo
Sao todos farrapos
Esses qüeras guapos
Que seus feitos trovam com lirismo.
Vivemos em um país continental, e como tal tem costumes os mais ecléticos possíveis. Várias realidades, diferentes necessidades. Porém também é triste constatar a falta de solidariedade existente quando uma questão como a divisão dos royalties do petróleo encontra tanta oposição.
ResponderExcluirabraços