Ano 6 *** Porto Alegre *** Edição 1965
Uma terça-feira, que tem, mesmo que remotamente,
ressaibos das adventícias festas natalinas, já com sabores de pré-férias. Mas
ainda há exigentes pontos de agenda.
Ontem cedo pela manhã temia pelo envio a tempo à Cuiabá do
parecer assuntado aqui na última edição. Durante a noite tive pesadelos. E...
se o computador não abrir! Na madrugada houve um incêndio em um apartamento de
cobertura não distante do meu. A
foto tomei-a desde meu jardim. Não me atemorizei com presságios.
De repente lembrei que tinha uma hora a mais, como na da história de Júlio Verne em
“A volta ao mundo em 80 dias”, como o Sr. Phileas Fogg – ele ganhou um dia
em sua viagem, pois viajava para o Ocidente em sua volta ao mundo, assim não
perdeu a aposta que fizera. Eu poderia chegar a tempo à sessão de defesa com
meu parecer devido a diferença de fuso entre Porto Alegre e Cuiabá. Consegui
cumprir o prometido.
Agradeço aos amigos
que postaram comentários vibrando por eu ter assumido o parecer. Senti que o
Sassá teve solidariedades. Isto é bonito.
Em
jornal do último sábado uma notícia que me deixou intrigado: Casadas ganham 20%
mais que solteiras. Situação no Brasil é inversa à dos EUA, onde solteiras
ganham 34% mais que casadas. Mesmo que, na
notícia, as análises sejam superficiais, reparto o texto com meus leitores,
para ajudar curtir uma apetecível terça-feira.
Com uma filha ainda pequena, a técnica em enfermagem Juliana da
Silva Pereira, 28, casada, mudou de emprego há quatro meses por um belo aumento
de salário mensal: de R$ 1.300 para R$ 2.200. Atuando no ramo para o qual se
qualificou, a trabalhadora faz parte de uma estatística que a surpreendeu: no
Brasil, as mulheres casadas ganham, em média, 19,8% mais que as solteiras, de
acordo com um estudo do Insper. "Sempre achei que as solteiras, por terem
mais tempo livre, ganhassem mais", diz a técnica em enfermagem.
É assim nos EUA, de acordo com Regina Madalozzo, pesquisadora
que orientou a pesquisa sobre o Brasil feita pela economista Carolina Flores.
No mercado americano, solteiras ganham, em média, 34% mais que as casadas.
"Nos EUA, a presença das mulheres em vagas que exigem maior
qualificação, como em empresas, é mais expressiva que no Brasil. Nesse
ambiente, ter mais tempo para o emprego e possibilidade de viajar, o que é mais
fácil para as solteiras, são pontos valorizados", diz Madalozzo.
A pesquisadora ressalta que, no Brasil, ainda há uma grande
concentração de mulheres empregadas em atividades de baixa qualificação, como
trabalho doméstico.
"E os patrões parecem encarar o fato de as funcionárias
serem casadas como um indicativo de que são mais responsáveis",
acrescenta.
O estudo foi realizado com base nos dados do Censo 2000 do IBGE.
Outra explicação possível para o resultado é que a mulher casada, pela segurança
de uma renda familiar conjunta com o marido, possa investir mais tempo até
encontrar empregos mais recompensadores.
"É possível que as solteiras se submetam com maior
facilidade a salários mais baixos", diz Madalozzo.
"Mas creio que, à medida que o mercado brasileiro se
desenvolva e as mulheres assumam mais postos qualificados, a situação no país
se aproxime da dos EUA."
O estudo revelou que, entre as mulheres casadas, as negras,
pardas e indígenas ganham menos que as brancas, enquanto as asiáticas ganham
mais. "Pode ser um reflexo da qualificação, mas esse grupo é pequeno;
representa menos de 1% do total", diz a pesquisadora.
Caro Chassot,
ResponderExcluirmesmo que a notícia possa ter um lado positivo ainda é muito preocupante que apresente uma diferença salarial entre as mulheres brancas e as mulheres negras. A cor da pele continua sendo um 'carimbo' de incompetente, lamentavelmente.
Um abraço,
Garin
Ao encontro do diz a pesquisadora, acredito que os números estejam relacionados sobretudo aos postos de baixos salários ocupados pela maioria das mulheres. Já ouvi mais de uma vez que mulheres com filhos ou casadas são problema para as empresas, já que assumem, na maioria dos casos, a responsabilidade doméstica. Em grupos de baixa renda faltar a um dia de trabalho sem justificativa comprovada (uma febre de filho, ou encanamento quebrado, por exemplo) pode significar uma perda no salário que fará diferença no fim do mês. De qualquer forma posso usar a pesquisa como uma desculpa para casar de novo!hehe.
ResponderExcluirCaro Attico,
ResponderExcluirteu comentário evocou-me a lembrança da viagem de regresso de Istambul, em que vimos nosso dia se transformar em 32 horas. Foi estranho termos saído pela manhã e chegarmos à tarde do mesmo dia, apesar de termos viajado cerca de 16 horas.
Abraços,
PAULO MARCELO
Meu querido Paulo Marcelo,
ResponderExcluirnão tenho mais, devido a SFA – Síndrome de Fim de Ano – respondido a todos comentário.
Mas a recordação do que significa ‘ganhar o tempo’ que perdemos quando viajamos ‘contra o fuso’ me faz jubiloso na celebração de teu retorno.
A amizade e a admiração do
attico chassot