Porto Alegre Ano 5 # 1532 |
Já chegamos ao meio da semana numa quarta-feira que sabe bastante à segunda-feira. Ontem falei aqui na conjugação de muitas celebrações no 12 de outubro. Na verdade o mais sábios é mesmo festejarmos o dia da criança, para reavivar a criança que se diz residir em cada uma e cada um de nós. Àquelas que referi ontem [o dia da padroeira; o dia da criança; dia do cão; dia de Colombo; dia (da descoberta) da América] devo aditar ainda o dia do motoqueiro. Atenção: não me refiro ao dia do motociclista. Também vi no correr do dia que era também o dia do Corretor de Seguros, dia do Engenheiro Agrônomo, dia Nacional da Leitura. Enfim dia 12 de outubro é o dia dos Dias.
Aprendi o quanto fazer esta diferença semântica é significativa. Recentemente, um aluno e também um amigo se disseram motociclista – usam a moto(cicleta) para lazer em estradas, fora das cidades, logo não são motoqueiros. Estes aqueles que usam a moto para trabalhar nas ruas das cidades: motoboys, mototaxistas... Os motociclistas, que se consideram ‘superiores’ veem nos motoqueiros descuidados e imprudentes. Eles são cuidadosos e até heróis das rodovias.
Mas o maior e mais significativo registro de ontem, foi termos, grande parte do fim do feriado nos envolvemos em acompanhar o resgate dos mineiros no Chile. A partir das 18 horas ficamos com as imagens para nos emocionar, já às 00h11min de hoje com a chegada a superfície de Florencio Avalos abraçado pelo Presidente da República sob os olhares emocionados do filho e da esposa. Quando escrevo nesta manhã já houve mais seis dos 33 heróis do Atacama resgatados. Houve cenas insólitas: marteladas com marretas, cortes com alicates inadequados e até pontapés para ajustar a cápsula.
Ontem, depois de muito tempo afixei a bandeira do PT aqui nos altos de meus jardins no 8º andar. Recordo que não a coloquei para a eleição do segundo mandato do Presidente Lula. Junto com o embandeiramento fiz uma colheita de amora. Com fotos que enfeitam esta edição.
Ainda dos jornais de ontem: Os professores estadunidenses Peter Diamond e Dale T. Mortensen e o britânico-cipriota Christopher Pissarides são os ganhadores do prêmio Nobel de economia de 2010, divulgado na segunda-feira (11) em Estocolmo.
Mas já que referi a colocação da bandeira queria trazer algo que extraio do blogue da Vereadora Sofia Cavedon, que para meu orgulho é seguidora deste blogue.
Publico um excerto de Bulliyng Eleitoral: Quando os pais ensinam o ódio que foi publicado em arnobiorocha. wordpress.com em 6 de outubro de 2010, portando nos dias imediatos aos resultados do primeiro turno.
Bullying é segundo a Wikipédia “um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully – «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.
Cena de uma escola de classe média de orientação católica de SP
1) Minha filha de 9 anos estuda numa escola cristã classe média de SP, hoje foi vítima de bulliyng pesado porque defendeu Dilma;
2) Ela foi importunado por coleguinhas cujos pais votaram no Serra. Começaram zoando que Dilma perdeu;
3) Minha filha revidou dizendo que tinha mais eleição, eles começaram a gritar “Dilma Assassina”, que ela foi presa, que roubava que mata crianças;
4) Minha filha tentando fugir desta turminha e sendo caçada, levou soco, chutaram e pisaram na mochila dela não paravam de gritar
Ao chegar no carro ela contou para sua mãe e ainda estava em prantos, não por ter recebido soco, mas porque não conseguia se livrar da malta selvagem que lhe atacavam. Cheguei em casa ela me contou o caso, fique assustado com este ódio, com esta campanha infame e pelos pais EDUCADOS, que no caso da escola têm curso superior, ganham em média de R$12 a 15 mil por mês, mas ensinam aos filhos pequenos que Dilma é BANDIDA, onde vamos parar?
Nem Collor em 1989 ousou pregar o ódio de forma tão aberta. No meio das coisas que diziam para minha filha é Dilma ia matar crianças com aborto. Criança repetindo Dilma Bandida, Assassina, que mata crianças.
Pior tive que explicar porque Dilma foi presa, em que condições o país vivia na ditadura, o que é uma ditadura, o que é o aborto. Imagem desoladora, vontade de chorar diante deste ódio. Eles transformaram as eleições num inferno, em SP, classe média, perdeu a noção. Não dar mais para ficar calado. Reflete o que os pais falam em casa, criança não cria estas coisas da cabeça, onde estamos?
Da classe dela de 21 alunos, 4 dizem que os pais votaram na Dilma…aí são vítimas dos demais, coisa raivosa. Vou preservar nome da escola.
Isto é um desabafo, estou absolutamente revoltado. Os pais sabem que somos de esquerda, nos respeitem. Entendam o que relatei é um alerta para campanha de ódio que estamos sendo vítimas, não existe limite ético, é fascismo aberto.
Quando os pais transmitem seus ódios aos filhos contra Dilma, Não estamos mais numa sociedade democrática rompem-se os laços. Vamos criar nossos filhos com amor, não com ódio. Eleições passam, marcas ficam.
Com votos de uma quarta-feira prazerosa a cada uma e cada um. Amanhã podemos nos reencontrar aqui. Com renovada expectativa.
Olá querido professor,
ResponderExcluirQue horrível este relato! Achei um absurdo, pois estamos em país "livre" temos o direito de votar em quem acreditamos que é correto, mas o pior de tudo é o local onde isto aconteceu.. em uma escola! Como esta cena pode acontecer dentro de um local onde teria que ser respeitado a opinião de cada um??!!
Onde vamos parar???!
Um abraço
Saudades,
Maria Helena
Muito querida Maria Helena,
ResponderExcluirvibrei com teu comentário por duas razões. A primeira teu retorno depois de muito longa ausência e outra, que num dia que a edição teve um recorde de visitas: CENTO E CINCOENTA E OITO, teu comentário é o único que recebeu a blogada a cerca do doloroso tema Bulliyng Eleitoral, que como dizes ocorre em uma escola.
Muito obrigado por tua presença querida aqui e um afago a minha leitora juiz-forana.
attico chassot