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domingo, 4 de julho de 2010

04.- O perigo do pensamento único.

Porto Alegre Ano 4 # 1431

Madrugada do primeiro domingo julino. Os indicadores são a repetição do dia primaveril de ontem. O sábado teve a celebração do 1º aniversário Pedro. O André e a Tatiana muito felizes receberam avós, tios, primos e amigos do aniversariante que festejaram a 29 de junho do Pedro, que talvez preferisse mesmo ampliar sua sesta.

Depois de três domingos marcados pela Copa do mundo, hoje um dia de abstinência preparado o apogeu no próximo. Os americanos (não estou falando de estadunidenses) que eram 7 entre os 16 (enquanto os europeus eram apenas 6), passaram para as oitava de finais com 4 equipes, enquanto os europeus eram 3. O orgulho sul-americano chegava prever que os 4 finalistas seriam daqui. Ledo engano. Temos agora 3 europeus e apenas o Uruguai a representar o continente, devendo abater Golias. Aqueles, que como eu, ontem torceram pelo Maradona, para ver

valorizado o triunfo daquele que soube dar a volta por cima, restou se comover com seu carinho e com sua dor. Nos jornais de ontem e de hoje vale ver as peças publicitárias que foram preparadas, para serem usadas em uma catástrofe. Pode-se ver a (pouca) criatividade no produzir algo, que se deseja que jamais seja publicado. Eis um exemplo: “Valeu Brasil! Hexa é melhor ganhar em casa!’

Como temos combinado aqui as blogadas dominicais devem ser mais leves. Não sei dizer quantos leitores me enviaram sugestões para o vídeo que ofereço nessa proposta dominical. Não me ocorre poder citar todos nomes, mas ao lado do José Carlos, meu aluno na UAM - Universidade do Adulto Maior e da Marília, uma filósofa foi que foi minha aluna no Centro Universitário Metodista - IPA, deve haver alguns outros.

Assim, nesses dias de África em nossos cenários, a sugestão está em o ‘perigo de uma história única’. É um vídeo bastante inspirador que nos leva a refletir sobre rótulos atribuídos e que geram imagens distorcidas da realidade. Tem 18 minutos, mas é fantástico na sua clareza e na suas verdades. Quem narra sua história é Chimamanda Ngozi Adichie uma escritora nigeriana.

Chimamanda nasceu em Abba, no estado de Anambra, em 15 de setembro de 1977, mas cresceu na cidade universitária de Nsukka, no sudeste da Nigéria, onde se situa a Universidade da Nigéria. Seu pai era professor de Estatística na universidade, e sua mãe trabalhava como secretária no mesmo local. Quando completou dezenove anos, deixou a Nigéria e se mudou para os Estados Unidos da América. Depois de estudar na Universidade Drexel, na Filadélfia, Chimamanda se transferiu para a Universidade de Connecticut. Fez estudos de escrita criativa na Universidade John Hopkins de Baltimore, e mestrado de estudos africanos na Universidade Yale.

Sua primeira novela, Purple Hibiscus (Hibisco roxo), foi publicada em 2003. A segunda novela, Half of a Yellow Sun (Meio sol amarelo), foi assim chamada em homenagem à bandeira da Biafra, e trata de antes e durante a guerra de Biafra. Foi publicada pela editora Knopf/Anchor em 2006, e ganhou o Orange Prize para ficção em 2007

O perigo de se contar somente um lado da história é que construímos uma imagem imperfeita das pessoas... e ninguém é totalmente bom, ninguém é totalmente mau. O vídeo conta com legendas em português (é só selecionar no botão subtitles) está em baixo do quadro negro de apresentação!

Vale ir ao endereço: http://www.ted.com/talks/view/id/652 e temos mais uma lição de África nesses dias de Copa do Mundo. A esta sugestão adito os votos de muito bom domingo e convite para um encontro, aqui, amanhã.

6 comentários:

  1. Mestre Chassot, defendo sempre minha concepção (da qual muitos amigos meus, entre colegas e mestres, compartilham) de que a História é um discurso e, como tal, é sempre perigoso ater-se a apenas uma versão. Por não existir verdade, existe consenso, e este cosenso acaba por privilegiar, na esmagadora grande maioria das vezes (e aqui a tautologia hiperbólica é para explicitar isso), àquelas elites dominantes.

    Porém, deve haver cuidado com os "discursos alternativos", pois alguns acabam sendo extremistas. Logo: nem tanto o céu, nem tanto a terra, o dourado caminho do meio é o correto.

    Ótimo dia.

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  2. Meu caro Marcos,
    ~~ com cópia para o Jairo, outro Historiador comentarista aqui ~~
    ousaria discordar de ti. Não devem ser MUITOS (algo relativo, é claro) amigos, colegas e mestres que compartilham com tua leitura da História. Há talvez – ainda – muito mais dogmáticos, positivistas e até fundamentalistas entre historiadores. O pensamento único é – ou pelo menos foi – corrente também no ensino de História. Vejo-te argumentando, que isso mudou. Aceito. Mas quando leio certos livros (especialmente didático e entre estes aqueles para Educação Básica) não encontro falas marcadas pela incerteza.
    Com um bom resto deste primaveril domingo com abstinência de FIFA.
    attico chassot

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  3. Boa noite, Mestre!

    Penso que o modo de encarar os consensos de que o Marcos Vinicios fala é que precisa ser desmistificado, principlamente -falando em termos escolares- das "matérias" de Ciência e História. O ensino as coloca como verdades permanentes, em vez de relativas e questionáveis.
    Uma tarefa que irei me propor esta semana: averiguar os livros didáticos utilizados hoje e compará-los com os "do meu tempo". Recordo-me do qustionário no final de cada capítulo, e das respostas pontuais em vermelho no livro do professor.

    Somos seres completos e complexos: ter uma idéia única em relação a um povo ou a uma pessoa, facilita o engavetamento mental, reduzindo a vida a conceitos.

    Até mais!

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  4. Muito querida Marília,
    obrigado pela trazida de uma diferenciação: ‘as matérias’ com seu ensino engessado, dogmático e a História (indisciplinar) na concepção da ‘modernidade líquida’ trazida pelo Marcos Vinicius (que recebe cópia deste comentário). Apreciaria demais conhecer os resultados de tua investigação. Esse blogue pode ser o lócus primeiro – e modesto, para mostres a mais de meia centena de leitores.
    Uma boa semana e um afago do
    attico chassot

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  5. Estimado Chassot,
    Apreciei bastante o vídeo. O que mais me chamou atenção foi quando Chimamanda Ngozi Adichie nos adverte que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos.
    Saudades!!!!

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  6. Estimada colega Joélia,
    realmente o alerta é realmente esse que pontuas.
    E isso vale a nível micro (de nossas histórias pessoais) como a nível macro (a historia de uma turma de alunos, de uma universidade, de um povo...)
    Um afago com saudades
    attico chassot

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