TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

21.- Sobre mais um EDEQ

Ano 6

RIO GRANDE

Edição 1905

Esta edição, ainda de Rio Grande, me convence da adequação do apelido da cidade: Noiva do Mar. Isto pode ser traduzido, por exemplo, por sua Universidade Federal ser vocacionada para ecossistema costeiro e oceânico. No EDEQ isto está presente no logo,

onde aparece canoa de pranchão, declarada pelo IPHAN, patrimônio nacional naval brasileiro. Esta é construída como um puzzle de 48 peças esculpidas, que juntas formam a canoa com 10m de comprimento. A espessura das pranchas é de 10 cm. Estas canoas remontam ao século 19, criadas em Rio Grande pelos construtores navais locais. Com o aparecimento das tábuas no início do século 20 elas foram aos poucos desaparecendo. Sofreram seleção natural. Hoje existem somente três navegando e uma em exposição no Museu Náutico da FURG.

Ontem pela manhã, na conferência inaugural proferida pelo prof. Gerson Mól, Diretor de Divisão do Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) recebi dos participantes do 31º EDEQ carinhosa homenagem pelos meus 50 anos de professor. A propósito, a Editora Unijuí, anuncia no evento, com um volante especial, que Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto* está no prelo.

Outro momento importante foi participar, das 13h-14h, do Programa “FM Café” transmitido ao vivo (e reprisado à noite) pela FURG FM 106,7 e FURG TV. Participaram comigo, o Prof. Guy Barcellos, o sociólogo Guilherme Cury e o jornalista e historiador Fabiano da Costa. Discutimos alfabetização cientifica, ciência e religião. Tínhamos assunto, também catalisado pelos ouvintes, para o resto da tarde.

À noite houve a usual confraternização dos EDEQs. Como nas edições de 1984 e 1995 aqui em Rio Grande, a atração foi anchova assada. Cada um dos participantes recebeu uma anchova inteira (de 600 a 1000 g) que assou em espeto na brasa por mais de duas horas.

Hoje tenho dois momentos de falas: Às 14 h participo de uma das sessões de Temas em debate. A história e epistemologia da Química na sala de aula” com o Prof. Dr. Ronei Clecio Mocellin (UFPR) chegado, há não muito, de Doutorado em Epistémologie, histoire des science et des techniques na Université de Paris X, Nanterre, que terá como Coordenador o Prof. André Maio Ezedim Pinho (E.E.M. Aprendizagem e Cidadania) e às 17 h faço a fala de encerramento do evento. Às 20 h parto de ônibus para Porto Alegre.

Encerro esta edição – quando adito votos de excelente sexta-feira – com a trazida de excertos de uma original mensagem recebida aqui em Rio Grande:

Prezado Mestre Chassot,

espero que esteja tudo bem com o senhor e sua família. Passo aqui para dizer que assisti sua palestra em Viçosa-MG, cujo título era: "A ciência é masculina? Sim senhora" durante o I Simpósio de Educação em Química. Passava por acaso, naquele sábado, do lado da biblioteca central da UFV, quando percebi grande movimentação e curioso fui olhar, como acredito que nada acontece por acaso nesta vida, aproveitei a oportunidade para assistir, mesmo não estando inscrito no evento, tão pouco ser da área da química. Este preâmbulo é para dizer-lhe que fiquei sensivelmente tocado com sua fala, com o seu conhecimento e pela maneira como conduziu a palestra, além do interesse em adquirir duas de suas obras, a que foi tema da palestra, e alfabetização científica, para este fim, como devo proceder? Ah! se possível também, gostaria de uma cópia dos slides que usou na apresentação, já que sugeriu isto aos presentes. [...]

Tenho 37 anos, sou Engenheiro Agrônomo e professor da Universidade Federal da Paraíba no Centro de Ciências Agrárias, Campus II da UFPB, em Areia, Paraíba. Estou por aqui fazendo Pós-Doutorado em Mineralogia do Solo.

[...] Além dos cursos de Agronomia (75 anos), Zootecnia (35 anos), Ciências Biológicas (5 anos), Medicina Veterinária (3 anos), estamos criando no Campus II da UFPB, os cursos de Química Ambiental e Tecnologia em derivados de Cana-de-açúcar (em fase de concepção).

Quem sabe um dia, poderia nos dar a honra por lá de sua presença e participação com minicurso, palestra, etc. em algum evento da Química Ambiental? Vou falar desta experiência que tive aos colegas professores com formação em Química Industrial, Engenharia Química, Bacharel em Química, Licenciado em Química.

Saudações paraibanas! Roseilton Fernandes dos Santos, Prof. Adjunto II

Eis trechos de minha resposta:

Meu caro Roseilton,

uma continuada recomendação que faço é ‘seja curioso’. Tu, na manhã daquele sábado – em que me encantei com aquele auditório repleto, com gente sentada no chão nas laterais –, foste curioso. Essa curiosidade valeu para ti, para mim e talvez para outros.

Já estive na tua Paraíba em Cajazeiras (e em outra cidade onde fui ver pegadas de dinossauros), Campina Grande e João Pessoa. Tomara posso em breve aditar Areia a minha lista de cidades paraibanas onde já estive. [...]

Agradeço tua mensagem e desejo-te saúde e paz, achassot

4 comentários:

  1. Caro Chassot,

    esta curiosidade encravada no sangue tem me oportunizado momentos de muito aprendizado. Na informática, nem se discute. Mas tenho aprendido maravilhas em seminários e minicursos que não são da minha área de conhecimento. Aprendi com um antigo professor de teologia que sempre é possível aprender alguma coisa, mesmo que a fala seja totalmente estranha.

    Um abraço,

    Garin

    ResponderExcluir
  2. Meu Caro Chassot
    Vejo que as atividades na Noiva do Mar tem sido repleta de conhecimentos e contatos interessantes. Mas te confesso que fiquei de água na boca ao ver a anchova assada. Hum! Que Delícia! Vou me inspirar para propor aos meus que neste final de semana façamos peixe assado. E se encontrar anchova que valha a pena, vamos repetir o cardápio.
    Também achei interessante a curiosidade que moveu o amigo Roseilton, e que certamente se encantou com tua fala. Digo a ele que também sou adepto de dar espiadelas onde haja eventos deste naipe, pois sempre é melhor descobrir esses "ineditismos" do que conviver com a rotina.
    JB e Bom Findi.

    ResponderExcluir
  3. Caro Mestre Chassot

    Muito me alegra saber que o senhor pisou em solo sagrado, sou papareia de alma e coração. Sou Riograndino de nascimento, e saber que o senhor anda por ai, me dá um aperto no peito. Espero que meu povo o tenha recebido bem. Minha familia mora ai, meu irmão e cunhada são professores de história nesta saudosa cidade. A anchova, me pareceu estar deliciosa. Visitou a praia mais extensa do mundo?
    Forte abraço

    ResponderExcluir
  4. Caro Chassot,
    Além das confraternizações e homenagens que os mais meridionais gaúchos te prestam, a carta do professor Roseilton envia resume quele sentimento que os que te conhecem, por certo, externam. Parabéns por mais essa jornada copiosa de conteúdo, JAIR.

    ResponderExcluir