15.- Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto

Ano 6

PORTO ALEGRE

Edição 1899

Preliminarmente esta blogada de hoje dois registros muito significativos. O primeiro, hoje é o aniversário de minha filha Ana Lúcia. Outro, hoje é dia do Professor. Há que convir que, nos meus cinquenta anos de celebração da data como profissional da Educação houve 15 de outubro, onde ganhei um presente muito especial. Desde então as duas celebrações estão muito juntas em minha vida.

A Ana Lúcia é uma filha muito querida. Mãe extremosa do Guilherme e do Felipe. Cirurgiã-dentista, que em parceria com o esposo Eduardo Schorr, mantém uma renomada clínica em Estrela. Seu entusiasmo profissional é algo que encanta e seu ser também ‘do lar’ é muito lindo.

Minhas queridas colegas professores e meus queridos colegas

professores sabem quanto reconheço nossa profissão sempre, e cada vez mais, importante. Assim no nosso fia para cada uma e cada um meu obrigado pela continuada parceria no fazer EDUCAÇÃO. As edições sabáticas são para falar em livros. Nos dois últimos, por estar em trânsito as blogadas sabatinas se fizeram diários de um viajor.

Mesmo que considero que hoje fujo à pauta de dicas de leituras, falo em livro. Ainda na tarde de ontem um colega do Centro Universitário do IPA fez uma pergunta que mais recentemente tenho ouvido muito: “E o livro?”

Há alguns de meus leitores, que acompanharam aqui, a gestação do livro que narra meus 50 anos de professor. Talvez desde o final do ano passado contei detalhes. Assim, no entorno de minha data jubilar – 13 de março de 2011 quando completei 50 anos de professor – o Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto teve seu nome discutido aqui. Depois houve torcida para que pudesse terminar até 14 de março para concorrer à edital da Editora Metodista-IPA, pois queria homenagear a instituição que há quase 4 anos me acolhia. Um mês depois o resultado: classificara-me em primeiro lugar. Vibramos aqui.

A vida se tece com (des)ilusões. Na segunda quinzena de setembro, mais de meio ano depois da entrega dos originais, quando voltava de uma jornada vibrante em Manaus que a editora Metodista “por razões de natureza financeira não poderá neste momento institucional estar publicando a obra intitulada ‘Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto’". Sofri. Custei a me recompor.

Ante a imprevisível decisão, pareceu-me natural que me voltasse àquela que em 1990 publicou aquele que talvez seja um dos primeiros livros de Educação Química no Brasil e depois deste publicou dois outros meus, dos quais um ainda em circulação e que recém vira muito usado em Manaus. Telefono no domingo, dia 25 de setembro para meus amigos Lenir e Otavio da Unijuí. “Amanhã haverá reunião do conselho editorial Educação em Ciências!”. Preparei material. A edição foi aprovada.

Lamentavelmente o sonho de ter o livro lançado no 31º EDEQ que ocorre na semana que vem se esboroou. Também o plano da Editora Metodista de lançá-lo na Feira do Livro de Porto Alegre naufragou.

Ontem a Editora Unijuí enviou um volante de divulgação. Ele encerra a blogada de hoje. Taz dois excertos da apresentação do Prof. Dr. José Clovis de Azevedo. Mesmo que já há quatro semanas digira esta notícia, parecia-me difícil responder aqui a pergunta: “E o livro!”. Agora respondida está.

Uma vez mais às professores e aos professores, alegrias pela data. A todos meus leitores, um alegre sábado, na expectativa de um domingo.

Em sua viagem pelo passado reconstitui imagens, recria os contornos das próprias experiências vividas. Instala o passado em um novo tempo. Dá sentido ao pensamento de Quintana que proclama: “o tempo não para; só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”. Cada linha escrita, cada palavra grifada está prenhe de conteúdos significativos, transpiram vida, anunciam novidades do passado/presente, recolhido, esculturado literariamente, refeito à imagem do autor sujeito. No âmago da beleza da palavra descobrem-se inquietudes, incertezas, dilemas. Ao mesmo tempo revela-se o mundo humano, a dimensão lúdica de um fazer de cada dia, de cada fase do viver e sobreviver, desconstruindo tristezas, forjando belezas. Saberes, sabores iluminam noites. Raios de luzes licenciam penumbras, anunciam cada dia, sucedâneo. A literatura não perde nenhum ângulo (da vida) da história, rebusca os bosques recônditos de existências na existência, evidência de um personagem que deixa pegadas por onde passa o seu “trem misto”.

[...]

Nas páginas deste manifesto de vida de uma maestria o leitor poderá dialogar com experiências singelas do cotidiano vivido, mas não escapará a provocação de tomar o trem misto para viagens de reflexões profundas sobre o sentido da existência, da socialização dos saberes e aprendizados na vida. Virem cada página seguindo as pegadas de Mestre Attico e podem tomar o “trem misto” em busca de suas utopias. E por que não novamente evocar Quintana, mergulhando na trajetória do Mestre Attico: “Se as coisas são inatingíveis... 0ra! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas”. Boa viagem.