Porto Alegre Ano 5 # 1570 |
Este 20 de novembro é dia festivo em centenas de munícipios brasileiros. Somos chamados a refletir sobre o racismo.
Pareceu-me que não cabia honrar a tradição sabática e falar em dicas de leituras. Se fosse o caso recomendaria “Negras Raízes” [de Alex Haley, que originou a premiadíssima série ‘Roots’ em 1977] que li há mais de 30 anos e ainda evoquei na aula de História e Filosofia da Ciência ontem, como talvez o livro que mais tenha me impressionado. Também não cabe falar de Zumbi (Alagoas, 1655 — Viçosa, 20 de novembro de 1695) foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares.
Pensei muito no que trazer hoje. Optei por um pequeno excerto da abertura da carta pastoral dos bispos e bispa da Igreja Metodista. Nele minha reflexão acerca deste dia que não só de festa e de uma contrita reflexão.
O racismo é herança do pensamento europeu,
originado durante a colonização dos outros
continentes e dominação de seus povos. Por meio
desta visão, os europeus - cujo perfil físico é pessoa
branca, olhos azuis, cabelos lisos e loiros formariam
o grupo superior, padrão de humanidade.
Outros povos seriam inferiores, como ciganos,
indianos, árabes, indígenas americanos,
nativos australianos; e, no extremo desta escala,
os povos africanos constituiriam o grupo humano
mais inferior.
Na Índia, o racismo é institucionalizado por
meio do sistema de castas, que parte da concepção
de que alguns grupos carregam hereditariamente
a sua condição de inferioridade social, sem
possibilidades de mudanças, como é o caso dos
dalits, impedidos, assim, de quaisquer direitos e
relações com pessoas de outras castas.
Nós, brasileiros, herdamos a concepção ocidental
de supervalorização dos povos europeus
e norte-americanos, bem como de suas culturas:
conhecimentos tecnológicos, filosóficos, científicos,
artes, músicas, culinária, religiões... como
nossa cultura. Porém, pela lente do racismo tem
se desenvolvido olhares marcados por (pré)juízos
sobre outros povos e suas culturas, vistos como
diferentes, inferiores, exóticos, bárbaros, etc.
Os africanos e seus descendentes formam o
grupo que mais sofreu física, social e culturalmente
a crueldade decorrente deste olhar. O racismo
fundamentou o extermínio de povos africanos
na África e de africanos na diáspora em
todo o mundo, bem como, demonizou e expurgou
suas culturas.
O racismo é uma lente que deturpa a visão de
humanidade, deturpa o olhar, ao dar diferentes
valores a diferentes grupos humanos. Quem é o
pior ou o melhor? Quem é o superior ou o inferior?
A integra deste texto e de outros pode ser encontrada em www.metodista.org.br Vale conferir.
Talvez hoje devamos pensar em trocar de óculos ou pelo menos desembaçar um pouco nossas lentes. Será uma boa experiência.
Junto com meus votos de sábado muito especial a cada uma e cada um vibro com uma muito significativa celebração familiar: hoje a Gelsa e a Júlia estão de aniversário. Nos encontraremos num almoço comemorativo. A Júlia esta semana já nos presenteou com uma gostosa notícia: Ela e o Benjamin virão para estar conosco nas festas de fim de ano.
Para as duas aniversariantes uma homenagem com muito carinho. Orquídeas roxas virtuais para representar aquelas reais que a Gelsa tanto aprecia.
Prezado mestre,
ResponderExcluiro mês de novembro é mais florido em seu ambiente familiar por conta dos aniversários, é muito bom comemorar estas datas tão significativas. Felicitações aos seus familiares.
PS. fiquei sem acompanhar diariamente as postagens, quantos assuntos eu perdi de refletir e até de comentar...mas, continuo sua "seguidora", heim, sei que não esqueceu de mim, eu é que perdi com minha indisciplina (que bom se meus alunos sentissem isso também quando faltassem às aulas (rsrs!!).
Abraços,
Malu.
Muito querida colega Maria Lúcia,
ResponderExcluirteu retorno me faz evocar mais forte minha memorável estada em tua Escola naquela noite de 7 de outubro, que tenho como a noite mais significativa, do ponto de vista acadêmico em 2010. Obrigado por esta oportunidade e também por compartilhares das alegrias pelos natalícios de novembro.
Um afago do
attico chassot