Edições de 30JUL2006 a 30NOV2009 em achassot.blog.uol.com.br/ |
Florianópolis Ano 4 # 1227 |
Como anuncei ontem estou escrevendo esta blogada sabatina desde a bela Florianópolis. Cheguei aqui às 08h30min de ontem. Fui queridamente esperado pela Leda, uma belenense que se aquerenciou em Santa Catarina e é orientadora educacional no IF-SC, campus de São José.
Venho para participar do I Seminário de Socialização, Avaliação e Planejamento das Práticas Pedagógicas na Licenciatura em Ciências da Natureza com professores e mais especialmente alunas e alunos de três campi (São José, Araranguá e Jaraguá do Sul) do Instituto Federal de Santa Catarina IF-SC. Os IFs em todo o Brasil são os sucessores dos CEFTs responsáveis pela formação tecnológica em nível médio na rede pública federal. Agora os IF são instituições superiores. A eles foi cometida pelo Ministério de Educação uma exigência muito discutível: 25% de suas vagas devem ser em licenciaturas. Isso, a meu juízo, é um desvirtuamento da vocação de formar profissionais na área tecnológica. No ano passado já havia estado no IF-SC nos campi de Florianópolis, São José e Chapecó. Este ano no IF-RJ em Nilópolis e no IF-ES em Vitória.
O Seminário abriu com a fala da Reitora Consuelo Sielski e da Pró-Reitora de Graduação Nilva Schroeder. No momento seguinte ocorreu minha fala: “A Ciência como um mentefato para a leitura do mundo natural". Participaram de 150 pessoas e eu me dirigi particularmente a alunas e alunos das licenciaturas.
Nunca antes havia feito uma palestra que tivesse
uma tão linda vista oceânica. Vislumbrava a baia sul da ilha de Santa Catarina. Edito uma pálida tentativa de mostrar a magnífica vista da janela onde fiz minha fala. Ainda assisti algumas apresentações de propostas das Licenciaturas.
Ao anoitecer, na ‘Socialização cultural’ tive uma concorrida sessão de autógrafos onde vi esgotarem-se os 27 exemplares de cinco dos meus títulos, graças a Jéssica, uma aluna da licenciatura que se fez competente livreira. Entre os autógrafos emocionou-me aquele que fiz para a Profa. Silvania Cirino – na foto – que ensina Cálculo no Campus de S. José; ela é cunhada de minha querida sobrinha
Suzana, filha de meu saudoso irmão José Maria. Além dos autógrafos ainda tirei dezenas de fotos com alunos e professores. Não posso deixar de negar que essa tietagem me encanta.
Assisti ainda a apresentação de dois esquetes teatrais: um sobre Galileu e outro sobre Newton e um show musical. À noite estive em uma janta em São José.
Esta manhã e tarde assisto atividades onde alunas e alunos trazem suas contribuições a propostas de licenciaturas. Às 16 horas inicio participação mesa redonda “O ensino de Ciências” para depois ir ao Hercílio Luz para retornar à Porto Alegre.
Mas sábado é dia de dica de leitura. Honrando a tradição sabatina que já se firma há meses. A de hoje vem marcada pela temática da COP-15 trazidos aqui durante toda a semana. Faço uma (re) apresentação de um livro que está sintonizado com o que se comentou aqui a cada dia da semana que termina.
Falo em reapresentação porque requento uma resenha que publiquei no saudoso espaço ‘Leia Livro’ que era mantido pela Secretaria de Cultura de São Paulo. Ali publiquei, em 2005/06 mais de meia grosa (aqui o valor numérico é um desafio à alfabetização dos leitores mais jovens) resenhas. Destas a maioria foi selecionada e radiofonizada em dezenas de emissoras de norte a sul.
A proposta para esta sabatina colocar na vitrine: “Ética ambiental” onde J. R Junges mostra que a solução dos problemas ambientais transcende a soluções técnicas, pois se exigem posturas éticas que implicam em mudanças de paradigmas na vida social e na produção de bens de consumo.
JUNGES, José Roque. Ética ambiental. São Leopoldo: Editora UNISINOS, 2004, 120p. ISBN 85-7431-228-2.
Tive o privilégio de ser colega do autor deste livro na Unisinos. O Pe. José Roque Junges tem graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1973), mestrado em Teologia pela Pontificia Universidad Catolica de Chile (1980) e doutorado em Teologia Moral pela Pontificia Università Gregoriana de Roma, Itália (1985). Atualmente é professor de bioética nos cursos de graduação da área de saúde e
professor/pesquisador do PPG em Saúde Coletiva da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). É autor, entre outros, dos livros: Bioética: Perspectivas e desafios (São Leopoldo: Unisinos, 1999); Ecologia e Criação: Resposta cristã à crise ambiental (São Paulo: Loyola 2001); Evento Cristo e Ação Humana: Temas fundamentais de ética teológica (São Leopoldo: Unisinos, 2001); Ética ambiental (São Leopoldo: Unisinos, 2004); Bioética: Hermenêutica e Casuística (São Paulo: Loyola, 2006).
Há uma realidade de nosso cotidiano que é dolorosamente incontestável: o planeta se degrada. Situações tão díspares como a intensificação da chuva ácida, a dizimação de população masculina jovem por acidentes de moto, as drogas assumindo comandos na sociedade civil, a extinção diárias de dezenas de espécies vivas, a desertificação de terras férteis, o aumento de buracos na camada de ozônio, homens e mulheres vivendo como excrementos de um mundo capitalista fazem com que os humanos aumentem e diversifiquem a consciência ecológica.
Mas para José Roque Junges a assim chamada consciência ecológica tem outras exigências: precisamos definir ferramentas eficazes e estratégias adequadas para transformar os sentimentos humanos de compaixão em ações efetivas com mudanças na vida pessoal, na convivência social e na produção de bens de consumo. Só assim novos paradigmas definirão soluções para problemas ambientais com a construção de uma sociedade mais justa.
Em Ética ambiental somos levados a refletir o quanto vivermos uma tão acentuada crise ecológica não significa apenas o surgimento de novos problemas ambientais quase a cada dia, mas a exigência de novas formas de transformar - e transformar para melhor - o mundo, especialmente a natureza.
Do conjunto dos sete breves, mas sumarentos capítulos, destaco o sexto, onde o autor faz uma releitura cosmogonia judaico-cristã marcada pela frase discutível “dominai a Terra e submetei os animais” mostrando o quanto os humanos são convidados a ter uma relação mais harmônica com o mundo animal. É nesta nova dimensão de uma alfabetização ecológica que se inserem as mudanças de nossa maneira de estar na Terra
O livro contém ainda um selecionado glossário com mais de duas dezenas de termos relacionados com ecologia e uma muito rica bibliografia. Assim recomendo Ética ambiental a cada uma e cada um que deseja ser parceiro na construção de uma Terra cada vez mais habitável.
Com votos de um muito bom sábado. Quando começar a anoitecer devo estar partindo à Porto Alegre. Então será a gostosa expectativa do domingo, no qual se for honrado com a companhia aqui, quero trazer algo acerca de uma tentativa de Natal em família com um (quase) adeus ao consumismo. Assim, até lá.
Quero Mestre te parabenizar pelo sucesso nas últimas jornadas. Aliás, tenho uma paixão especial pelo povo de Florianópolis, onde possuo amigos muito queridos. Gostei da dica de leitura e em breve estarei procurando o título. Aliás, neste domingo, a partir das 20hs, um programa excelente no Parcão, a orquestra filarmonica da PUCRS com a participação do cantor João Bosco. Farei de tudo para lá estar. Abraço e bom final de semana.
ResponderExcluirMestre Chassot, felizmente, graças a uma das obras literárias que mais me agrada (O Senhor dos Anéis,de autoria de J.R.R.Tolkien)m sei que uma grosa corresponde a doze dúzias, logo, a meia grosa a qual se referiu equivale a 72 vezes.
ResponderExcluirFalando em leitura, a dica de hoje, como o senhor me antecipou, está ligada à temática principal dessa semana em suas blogadas: a COP-15. O livro de Junges parece-me ser uma excelente e necessária contibuição para despertar e ou desenvolver aquilo que ele mesmo denomina como consciência ecológica.
Que tudo corra bem no retorno à Morada dos Afagos.
Ótimo dia.
Oláá, sou a Jéssica muito obrigada pelo comentário em seu blog, fiquei muito feliz em estar te ajudando neste seminário!!
ResponderExcluirGostei muito do seu blog...^^ obrigado pelo livro...Beijos
Meu caro Jairo,
ResponderExcluirratifico teu bom gosto quanto a apreciável Floripa, que desta vez só vi no ir e vir aeroporto/hotel/aeroporto. Quanto a dica de leitura, nesses dias de tanta falta de ética (inclusive nas coisas do ambiente – vide, por exemplo: eucaliptos) o texto merece ser lido. Por problemas técnicos que persistem em meu notebook o blog está sendo editado emergencialmente, daí o atraso na resposta a teu comentário que agradeço. Um bom domingo.
achassot
Estimado Marcos,
ResponderExcluirsabia que tu conhecerias o valor de uma grosa. Realmente a dica de leitura é pertinente. O retorno à Morada dos Afagos foi desejadíssimo e correu muito bem, salvo que persistem os problemas com o computador, que me impediu o retorno no tempo desejado a teu comentário que agradeço.
Um bom domingo.
achassot
Querida Jéssica,
ResponderExcluiruma vez mais registro a alegria de ter uma tão querida livreira colaborando na disseminação de meus livros.
Obrigado por tua estréia na visitação a esse blogue. Volte mais vezes,
achassot
Caro professor Chassot.
ResponderExcluirQuero expressar o sentimento de alegria que tive após ler o comentário feito no seu blog.
Foi comentário nas conversas com familiares naquele domingo.
Abraço, Silviana Cirino
Caro professor Chassot.
ResponderExcluirGostaria de expressar a alegria que senti ao ler este blog.
Confesso que o comentário aqui feito gerou outros comentários nas conversas familiares deste domingo.
Abraços, Silviana
Caro professor Chassot.
ResponderExcluirGostaria de expressar a alegria que senti ao ler este blog.
Confesso que o comentário aqui feito gerou outros comentários nas conversas familiares deste domingo.
Abraços, Silviana
14 de dezembro de 2009
Estimada Silviana,
ResponderExcluirme alegra ter te agradado esta blogada.
Para mim foi muito importante ter em ti restabelecido laços familiares,
um afago do
attico chassot